Santa Catarina de Alexandria: Hagiografia e Relíquias
Breve Hagiografia de Santa Catarina
Santa Catarina de Alexandria nasceu em 287, em Alexandria, no Egito. Filha do imperador Costes e da imperatriz Sabinela, foi educada em um ambiente nobre e culturalmente refinado. Após a morte de seu pai, sua mãe se mudou para a Cilícia, onde se converteu ao cristianismo, influenciada por Ananias, um ermitão local. Catarina, com apenas 8 anos, tornou-se conhecida por sua inteligência e beleza, destacando-se como defensora da fé cristã.
O Sonho e a Vocação
Aos 12 anos, Catarina teve um sonho no qual Jesus a declarou sua noiva, entregando-lhe um anel como símbolo. A partir desse momento, passou a ser chamada de «Noiva de Cristo», dedicando-se completamente à fé e ao serviço divino.
O Debate com os Sábios
Com apenas 17 anos, Catarina foi desafiada pelo imperador Maximino Daia a debater com seus maiores sábios. Ela não apenas venceu o debate como converteu seus oponentes ao cristianismo. Enfurecido, Maximino ordenou a prisão e martírio da jovem.
O Martírio
Catarina foi submetida ao suplício da roda, um instrumento cruel que deveria dilacerar seu corpo. No entanto, segundo a tradição, um raio divino destruiu as rodas, poupando-a temporariamente. Mesmo assim, Maximino ordenou sua decapitação em 25 de novembro de 305.
As Relíquias de Santa Catarina em Florianópolis
O Processo de Transferência
A transferência das relíquias de Santa Catarina para Florianópolis iniciou-se em 2000, liderada pela Igreja Ortodoxa Grega e com apoio do então governador Esperidião Amin. Após tratativas complexas com o Mosteiro de Santa Catarina, no Monte Sinai, uma pequena porção da quinta costela direita da santa foi cedida.
Exigências do Mosteiro
Para a liberação da relíquia, os monges do Monte Sinai exigiram:
- Construção de uma capela ecumênica;
- Garantia de segurança e acesso público à relíquia;
- Compromisso formal de preservação.
Essas condições foram atendidas, resultando na construção da Capela Ecumênica Santa Catarina de Alexandria, localizada em frente ao Tribunal de Justiça de Santa Catarina.
O Papel de Monsenhor Angelos
Monsenhor Angelos Kontaxis desempenhou um papel crucial nesse processo, negociando diretamente com os monges do Monte Sinai. Aos 76 anos, subiu ao Monte Sinai, trazendo consigo uma pedra simbólica e a tão desejada relíquia.
A Capela Ecumênica e as Relíquias
Características da Capela
Localização: Próxima ao Tribunal de Justiça de Santa Catarina.
- Projeto Arquitetônico: Desenvolvido por Aldo Luiz Eickhoff, utilizando argamassa armada.
- Simbolismo: Representa união e harmonia entre os continentes, além de mãos em oração.
- Capacidade: 37 pessoas sentadas.
Relíquias Presentes
- Um fragmento da quinta costela direita de Santa Catarina.
- Uma pedra do Monte Sinai, trazida por Monsenhor Angelos.
Curiosidades Históricas
- O nome Santa Catarina foi dado ao estado em 1526 pelo navegador Sebastião Caboto, como homenagem à sua esposa e à santa padroeira.
- A relíquia de Santa Catarina que está em Florianópolis foi preservada pelo Monastério de Monte Sinai por mais de 1.700 anos.
Visite as Relíquias de Santa Catarina
Atualmente, as relíquias podem ser visitadas:
- Na Capela Ecumênica Santa Catarina de Alexandria. próxima ao Tribunal de Justiça.
- Na Igreja Ortodoxa Grega São Nicolau, no centro de Florianópolis.
Para mais informações, acesse o [site do Tribunal de Justiça de Santa Catarina](https://www.tjsc.jus.br) ou visite a [Igreja Ortodoxa Grega de Florianópolis](https://igrejasãonicolau.org).
Santa Catarina de Alexandria: A Santa que desafiou o Imperador e inspirou fé e coragem
Santa Catarina de Alexandria, figura venerada tanto no Oriente quanto no Ocidente, é um símbolo de sabedoria e fé inabalável. Nascida em 287, na cidade de Alexandria, no Egito, Catarina era filha de pais nobres: o imperador Costes e a imperatriz Sabinela. Com a morte de seu pai, sua mãe a levou para a Cilícia, onde ambas se converteram ao cristianismo, influenciadas por um ermitão chamado Ananias. Catarina, mesmo muito jovem, destacava-se por sua beleza e inteligência, atraindo a atenção e admiração da região.
Aos 12 anos, Catarina teve um sonho em que Jesus lhe apareceu e a proclamou sua noiva, entregando-lhe um anel. No dia seguinte, sua mãe interpretou o sonho como um sinal divino e mandou confeccionar um anel físico, marcando Catarina como “Noiva de Cristo”. Crescendo em fé e caridade, ela se tornou uma grande defensora do cristianismo.
Aos 17 anos, sua fama como mulher de sabedoria e eloquência chegou aos ouvidos do imperador Maximino Daia, que perseguia cristãos em Alexandria. Maximino a desafiou para um debate com os mais renomados sábios de seu reino, prometendo-lhe liberdade para professar sua fé se vencesse. Catarina aceitou e, ao final do debate, converteu todos os sábios ao cristianismo. Furioso com o resultado, Maximino ordenou a execução dos sábios e a prendeu.
Durante dois anos, Catarina enfrentou torturas e humilhações em uma masmorra, recusando as propostas do imperador de renunciar à sua fé e desposá-lo. Foi condenada ao suplício da roda, um instrumento cruel que dilaceraria seu corpo. Contudo, ao ser levada para a execução, Catarina orou e um raio destruiu a roda, matando os soldados que a conduziam. Diante desse milagre, Maximino, enfurecido, ordenou sua decapitação, que ocorreu em 25 de novembro de 305.
A devoção a Santa Catarina se espalhou e suas relíquias passaram a ser veneradas. Elas se encontram no Monastério de Santa Catarina, ao pé do Monte Sinai, no Egito. Em Florianópolis, duas relíquias da santa estão guardadas: uma na Igreja Ortodoxa Grega São Nicolau e outra na Capela Ecumênica do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, construída especificamente para abrigar sua relíquia.
Catarina de Alexandria é um exemplo de fé, coragem e resiliência, uma santa que enfrentou o poder imperial e inspirou gerações. Seu legado está presente tanto na Igreja Cristã quanto na devoção popular, como padroeira dos estudantes e dos filósofos.
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