«Em verdade vos digo que, entre os nascidos de mulher, não surgiu outro maior do que João, o Batista» (Mt 11:11).
O personagem cuja memória celebramos hoje é de tal magnitude que conceitos, palavras e até mesmo a mesma linguagem devem fazer um grande esforço para ser capaz de descrevê-la com precisão e justiça. E os meios à nossa disposição se revelam sempre insuficientes. E isto é assim, posto que sua existência pertence ao «Reino» que ele próprio vem proclamar, enquanto prepara o caminho para Aquele que o inaugura. Ele é um personagem que, enquanto habita na terra, já é um cidadão da dimensão própria de Deus, que a tornou sua pela violenta consecução de sua divina Graça: «E desde os dias de João, o Batista, até agora, o reino dos céus é tomado a força, e os violentos o tomam de assalto» (Mt 11:12). Essa «sacra violência», esse «zelo sagrado», esse «venerável ardor» pelas coisas de Deus é uma característica deste homem-profeta, deste intermediário nato entre o «Reino» e a natureza caída do homem (…)
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