«Tendo, portanto, ouvido a palavra o jovem ficou triste, ele possuía, pois, muitas propriedades».
Um jovem com boas intenções aproxima-se do Rabino para perguntar-lhe o que deve fazer para alcançar à vida eterna. O Mestre responde, em primeira instância, de modo clássico: cumprir os mandamentos de Deus dados a Moisés. O jovem piedoso responde que já os cumpre diligentemente. Mas o jovem quer saber o que ainda lhe falta para se salvar, talvez com a intuição de que o que faz não é suficiente.
O Mestre agora exorta-o, à sua maneira, certamente não ortodoxa. «Se queres ser perfeito», ele diz, «então vá, venda todos os teus pertences, depois vem e segue-me». O jovem percebeu sua fraqueza, impossibilidade, limite, e retorna triste. Qual é esta a impossibilidade? Muitos veem a impossibilidade como a primeira condição do jovem, já que era muito rico. Porém, na realidade, sua primeira impossibilidade não estava em suas posses, que o fazia rico, mas no apego à essa condição que o impedia de seguir Cristo. Não é a riqueza o obstáculo, mas a relação do jovem com seus bens.
MateusXII-Homilia
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