Nesta perícope evangélica o Mestre Jesus nos descreve a quintessência do Reino que veio inaugurar: o amor incondicional. O mandamento diz claramente: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22: 37-39).
E, para que fique ainda mais claro, vale-se de uma fórmula que não deixa lugar para interpretações: “Assim, em tudo, façam aos outros o que vocês querem que eles lhes façam; pois esta é a Lei e os Profetas” (Mt7:12). A explicação que propõe – paradoxalmente – coloca como centro o próprio sujeito. E isto é o que impede qualquer tipo de mal interpretação sobre a questão. O apotegma é direto e claro: façam, tratem aos demais, seja quem for, como queres que te tratem. É a técnica do espelho. Porém, atenção! invertida, ou melhor dito, subvertida.
Porque, na realidade, o sujeito se projeta e, em última instância, se converte no objeto da sentença. Nesta proposta ambos os termos se identificam numa complementariedade e numa interdependência operativa enquanto existencial; existe uma mutualidade entre o sujeito e o objeto que os relaciona de uma maneira única e criativa (…).
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