16 de janeiro de 2025 | 11:34 | Patriarcado da Romênia
No Dia Nacional da Cultura da Romênia, Sua Beatitude Patriarca Daniel publicou uma mensagem enfatizando o papel significativo da Igreja Ortodoxa Romena na salvaguarda e promoção da cultura cristã, especialmente durante os anos de opressão do regime comunista.
Contexto histórico e contribuições culturais
O Patriarca iniciou sua mensagem sublinhando que a história da Igreja Ortodoxa Romena está intrinsecamente ligada à história da cultura romena.
Citando o linguista Sextil Pușcariu, ele destacou que a Igreja sempre foi uma das principais guardiãs do patrimônio cultural da Romênia, independentemente dos sistemas políticos em vigor.
Desafios durante o comunismo
A instauração do regime comunista ateísta em 1948 representou um ponto de inflexão para a Romênia. Este regime impôs severas restrições às atividades da Igreja, incluindo a redução drástica de suas estruturas administrativas.
Apesar das limitações extremas — como a proibição de cultos públicos, prisões de clérigos e confisco de propriedades —, a Igreja manteve sua essência espiritual e cultural graças à resiliência e à adaptabilidade estratégicas.
Educação teológica e preservação cultural
O Patriarca Daniel destacou o compromisso da Igreja com a educação teológica durante o comunismo. Mesmo após a nacionalização das escolas religiosas, a Igreja organizou seminários e institutos teológicos que continuaram a formar clérigos.
Essas instituições foram cruciais para a preservação dos ensinamentos teológicos e culturais da Igreja. Figuras notáveis, como São Dumitru Stăniloae, desempenharam papéis essenciais nesse esforço, mesmo enfrentando perseguições políticas.
Publicações e expressões artísticas
A Igreja continuou a publicar jornais teológicos e culturais que foram fundamentais para a educação pastoral e orientação espiritual. Sob a liderança de patriarcas sucessivos, publicações como “Biserica Ortodoxă Română” (A Igreja Ortodoxa Romena) e “Studii Teologice” (Estudos Teológicos) foram mantidas, servindo como plataformas para o discurso teológico e a preservação cultural.
Além disso, a Igreja apoiou expressões artísticas em oficinas monásticas, onde monges e monjas produziram arte que enriqueceu o patrimônio cultural da Romênia. Essas atividades, como escultura, bordado e pintura de ícones, eram frequentemente realizadas sob o patrocínio direto da Igreja, contornando as restrições do regime comunista.
Eventos culturais e canonizações
Mesmo diante do clima político hostil, a Igreja organizou eventos culturais e canonizações para celebrar santos romenos e marcos históricos. Essas celebrações preservaram as tradições cristãs e serviram como âncoras culturais que mantiveram vivo o espírito nacional.
Legado e reconhecimento
O Patriarca Daniel concluiu sua mensagem reconhecendo o papel da Igreja na salvaguarda de artefatos culturais e na promoção internacional da espiritualidade e cultura romenas. Ele destacou a importância de lembrar e honrar aqueles que trabalharam incansavelmente sob o comunismo para preservar e promover esses valores.
A mensagem do Patriarca Daniel é um lembrete do espírito duradouro da Igreja Ortodoxa Romena em fomentar a resiliência cultural e a continuidade espiritual durante um dos períodos mais sombrios da história do país.
Foto: Arquivos Basilica.ro
Fonte: basilica.ro
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