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O diálogo teológico entre a Igreja Ortodoxa e as Igrejas Ortodoxas Orientais. Desfazer Calcedônia?

“Depois de muito refletir e considerar o assunto, convenci-me de que estas disputas entre as diferentes igrejas cristãs não constituem questão de verdadeira substância, mas de palavras e terminologias, já que todos confessam que Jesus Cristo é perfeito Deus e perfeito homem, sem fusão, mistura ou confusão de naturezas… Dei-me conta, então, que todas as comunidades cristãs, com suas distintas posições cristológicas, possuem um único terreno comum sem qualquer diferença entre elas”.

Esta passagem, escrita na segunda metade do século XIII por Gregório Bar Hebreu, um dos mais importantes mestres da Igreja Siríaca, poderia muito bem descrever a conclusão principal da Comissão Conjunta de Diálogo Teológico entre a Igreja Ortodoxa e as Igrejas Ortodoxas Orientais (ou não-calcedonianas), que começou oficialmente em dezembro de 1985, após duas décadas de consultas teológicas e encontros não oficiais. Para os membros da Comissão, este movimento foi percebido como fruto da “graça reconciliadora do Espírito Santo” entre “as duas famílias de tradição ortodoxa”, mas esta terminologia levanta sérias preocupações entre os setores mais tradicionais da ortodoxia que a consideram uma “capitulação em face aos hereges monofisitas” e a destruição do Concílio de Calcedônia.

Neste breve ensaio buscaremos demonstrar que isto não é verdade e que a intenção da Comissão e seus participantes não foi a de pôr em causa os ensinamentos do IV Concílio Ecumênico, mas a de esclarecer as diferenças terminológicas que conduziram ao cisma, mostrando que as duas famílias se mantiveram fiéis a mesma fé cristológica. Para tanto, iremos analisar os documentos oficiais e as recomendações pastorais formuladas pela Comissão, bem como as declarações publicadas pelos diferentes Patriarcados, tanto ortodoxos como ortodoxos orientais, antes porém, examinaremos, ainda que brevemente, os quatro primeiros Concílios Ecumênicos (seguir lendo…)

Fonte: Sacra Metrópole de Espanha e Portugal

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Um Comentário

  1. José Fernandes José Fernandes 4 de abril de 2018

    Estou fazendo uma pesquisa sobre as igrejas ortodoxas autocéfalas modernas, porem estou com dificuldades para encontrar conteúdo da mesma. Poderia me dar uma resposta passando para mim alguma informação sobre as igrejas autocéfalas modernas.

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