21 de Maio: Santos Constantino e Helena
SUBSÍDIOS HOMILÉTICOS
Santos Constantino e Helena
- «Iguais-aos-apóstolos»
O imperador Constantino, o Grande, era filho de santa Helena e de Constâncio Cloro que administrava a parte ocidental do Império Romano (Gália e Britânia) . Por ordem do imperador Diocleciano, aos 18 anos, Constantino foi retirado dos pais, passando a viver na corte de Nicomédia. Após a abdicação do Diocleciano, Constantino voltou para a Gália e, depois da morte do seu pai Constâncio, no ano de 306, foi proclamado imperador.
Graças à sua mãe, Santa Helena, ele foi benevolente ao cristianismo. Seu pai, apesar de pagão, protegia os cristãos, pois percebeu que eram cidadãos fiéis e honestos.
Quando Diocleciano ainda não perseguia os cristãos, na sua corte havia muitos deles ocupando os mais variados cargos. Constantino teve a oportunidade de convencer-se de sua lealdade. Depois, viu todos os horrores da perseguição e a firmeza invulgar dos confessores de Cristo, o que também influenciou na sua tolerância e benevolência para com eles. Mais tarde, disse que a sua permanência na corte de Diocleciano contribuiu muito para a sua conversão ao cristianismo: «Eu comecei a me afastar dos administradores, pois percebi a selvageria dos seus temperamentos.»
Constantino era trabalhador e muito ativo, acessível a todos, generoso, previdente e perspicaz, podemos dizer que era um gênio universal e, por todas estas suas qualidades a Providencia Divina o escolheu para empreender a maior reviravolta no seu império e em todo mundo.
Durante o seu reinado, lutava principalmente com três inimigos e, nesta luta, aos poucos mas, decididamente, resolveu se converter ao cristianismo.
No ano 308, foi vitorioso na luta contra o imperador Maximiano Hércules e se apressou a expressar a sua gratidão na forma de ricas oferendas à um ídolo no templo do Apolo. Neste ato revelou seu traço característico: embora sendo ainda pagão, era uma pessoa piedosa e estava convencido de que venceu só com a ajuda do céu.
No ano 312, uma nova guerra põe em confronto o imperador Constantino com o imperador Maxêncio, filho do Maximiano. Durante esta guerra, um pouco antes da batalha final, ao cair da tarde, quando o sol já começava a se por, Constantino viu com os seus próprios olhos no céu uma cruz luminosa com a inscrição: «Com isto vencerás» (em grego: NIKA).
Durante a noite, Jesus apareceu à ele num sonho com a mesma cruz e lhe disse que, com a cruz, ele venceria o inimigo. No dia seguinte Constantino mandou fazer em todos os lábaros e estandartes do seu exército a imagem da santa cruz. Vencendo Maxêncio, Constantino entrou em Roma com grande triunfo e, na praça principal, mandou colocar a sua estátua com uma cruz na mão tendo a inscrição: «Com esta cruz salvei a cidade do jugo do tirano.»
Após esta vitória, o imperador Constantino juntamente com o seu genro Licínio, publicou em Milão o primeiro edito, permitindo a todos se converterem a cristianismo. O segundo edito, assinado por ele no mesmo ano de 313, ordenava que fossem devolvidos aos cristãos todos os lugares de seus cultos, assim como os seus bens materiais, seqüestrados durante as perseguições.
Ao mesmo tempo, a relação amigável entre Constantino e Licínio começou a deteriorar, passando a uma luta aberta. Esta guerra deveria decidir o destino dos cristãos no Império Romano, pois Licínio achava que os cristãos orientais eram mais dedicados a Constantino do que à ele. Assim Licínio começou oprimi-los, passando a uma aberta perseguição. Constantino, porém, posicionou-se como defensor dos cristãos. Ambos os imperadores preparavam-se para uma guerra, cada qual, conforme a sua religião. Os oráculos profetizavam vitória ao Licínio, no entanto, os cristãos rezavam por seu imperador Constantino. Deus deu a vitória a Constantino na batalha de Adrianópolis (322). Licínio perdeu o trono e a vida. Constantino tornou-se o único monarca do Império e o cristianismo venceu.
O Imperador Constantino dedicou toda a sua vida ao bem da Igreja, pelo que mereceu o nome de «igual-aos-apóstolos». Desde o seu tempo, todas as instituições, leis, serviço militar, eram dirigidos conforme os preceitos cristãos.
Pode-se mencionar, além dos editos acima referidos, as seguintes medidas e atos do imperador Constantino em favor do cristianismo:
- Aboliu os jogos pagãos (314);
- Libertou o clero dos deveres cívicos e as terras da igreja dos impostos (313-315);
- Aboliu a crucificação e promulgou uma lei muito severa contra os judeus, que se revoltavam contra a Igreja (315);
- Permitiu libertar sem maiores formalidades os escravos que trabalhavam para as igrejas, o que antigamente era muito complicado (316);
- Proibiu às pessoas particulares fazer oferendas aos ídolos pagãos bem como chamar oráculos para a sua casa, deixando este direito somente às associações (319);
- Mandou em todo o Império festejar o dia de Domingo (321);
- Defendendo as virgens celibatárias, aboliu as leis romanas contra o celibato;
- Conferiu à Igreja o direito de receber bens conforme o testamento das pessoas;
- Permitiu aos cristãos o acesso às altas posições no governo;
- Mandou construir igrejas cristãs e proibiu colocar lá estátuas dos imperadores, como era comum nos templos pagãos (325).
O imperador Constantino encontrava forte oposição em Roma, onde o paganismo era ainda muito forte. Esta oposição dos pagãos foi manifestada especialmente durante os festejos do vigésimo aniversário do seu reinado, o que resultou num esfriamento de seu interesse pela antiga capital do Império, Roma, até que, finalmente, deixou-a definitivamente fundando uma nova capital cristã junto ao estreito de Bósforo que foi, a seu pedido, abençoada pelos bispos cristãos, recebendo o nome de Constantinopla.
Nesta nova capital, no lugar dos templos pagãos, começaram a ser construídas igrejas cristãs e no lugar das estátuas de ídolos pagãos eram colocados os santos ícones.
O imperador Constantino revelou um grande interesse nas controvérsias causadas pelas heresias dos donatistas, principalmente de Ário, buscando de todos os modos reconciliar os que estavam divididos.
Um de seus maiores méritos foi a convocação do Primeiro Concílio Ecumênico na cidade de Nicéia em 325.
Apesar de sua grande devoção à santa Igreja, Constantino, de acordo com o costume daquela época, adiou seu batismo até os últimos dias de sua vida. Ao sentir a aproximação da morte, demonstrando uma grande devoção por este importante sacramento, foi batizado e morreu em paz, quando orava, em 21 de maio de 337.
A história o agraciou com o epíteto «Grande». Por seus muitos serviços prestados ao cristianismo, a Igreja o honra com o título «igual-aos-apóstolos».
Textos bíblicos:
BÍBLIA – Bíblia de Jerusalém (Nona Edição Revista e Ampliada). São Paulo: Paulus, 2013.
FONTE: Folheto Missionário da Holy Trinity Orthodox Mission.
466, Foothill Blvd, Box 397. La Canada, Ca 91011.