Sexta Feira da Semana Luminosa
SUBSÍDIOS HOMILÉTICOS
Na Sexta Feira da Semana Luminosa, a Santa Igreja celebra o Ícone da Mãe de Deus «Manancial da Vida».
Sexta Feira da Semana Luminosa: O Ícone da Mãe de Deus Manancial da Vida (Ζωοδόχος Πηγή)
Este ícone tem uma aparência maravilhosa e reconfortante. Ele é retratado como um cálice postado em uma enorme pedra, que se encontra dentro de uma fonte de água. Acima do cálice, segurando nos braços o Menino Deus e usando uma coroa, está a Santíssima Virgem. Da fonte cheia de água da vida e destinada a todos aqueles que tem sede, aos infelizes e cansados, que através da água desta fonte se tornam fortes e revigorados.
É um sinal maravilhoso …
No século V em Constantinopla, perto do chamad “Portões de Ouro,” havia um bosque cheio de ciprestes dedicado à Toda Pura e Santa Mãe de Deus. Dentro do bosque havia uma fonte, também muito conhecida por ser fonte de milagres. Gradualmente, o lugar tornou-se coberto de arbustos, e as águas se perderam na lama.
Certa vez um militar chamado Leão passou pelo lugar da fonte, onde conheceu um viajante desamparado e cego que tinha perdido o seu caminho e não conseguia encontrar o retorno. Leo o ajudou o pobre homem, o levando para a sombra para descansar, e foi buscar água para refrescar o cego. Então de repente ele ouviu uma voz dizer: “Leão, não muito longe a água por perto.”. Leão, surpreendido pela voz misteriosa, começou a olhar ao redor, mas não conseguia encontrar água. A mesma voz novamente se dirigiu a ele:” Leão, vai para a sombra do arvoredo, procure água e você vai encontrar lá, e dê a quem tem sede. Tambem coloque a lama que você encontrar sobre os olhos. Então você vai saber quem eu sou, quem é que por tanto tempo tem abençoado este local. Eu vou ajudá-lo a construir aqui uma igreja com o meu nome, e todos que vierem aqui buscando com fé em meu nome vão ter suas orações atendidas, e vão ser completamente curados de suas enfermidades.”
Recebendo tais informações, Leão foi correndo ao lugar designado, retirou um pouco da lama perto na nascente e colocou-a sobre os olhos do cego, alem de lhe ter dado um pouco da água para beber. O cego imediatamente recuperou a visão. Sem um guia, ele entrou em Constantinopla, glorificando a graça da Mãe de Deus. Isso ocorreu durante o reinado do Imperador Marciano (391-457).
O Imperador Marciano foi sucedido por Leão Marcelus (457-473), justamente o militar que ajudou o cego no bosque. O imperador Leão então lembrou da mensagem da Mãe de Deus, e ordenou que fosse feita uma fonte no local, e que a água da fonte fosse confinada em uma grande piscina de pedra circular, acima da qual foi construída uma igreja dedicada à Mãe de Deus. O Imperador Leão chamou esta fonte de “manancial de vida”, sem então revelar a milagrosa mensagem da Mãe de Deus.
Cem anos depois, reinava o imperador Justiniano, o Grande (527-565), um homem muito dedicado à fé ortodoxa. Por muito tempo ele sofreu com um edema, não encontrando nenhum tratamento dos médicos, e já se considerava condenado à morte. Uma certa noite, ouviu uma voz dizendo: “Tu, ó rei, não pode recuperar a saúde a menos que você beba da minha nascente.” O rei não sabia qual era essa fonte e então foi tomado pelo desespero. Então, no dia seguinte, a Mãe de Deus apareceu-lhe e disse: “Levanta-te, ó rei, vá a minha fonte, e beba, e você será saudável como era antes.” O homem doente agiu conforme a vontade da Senhora. Ele encontrou a fonte, bebeu de sua água, e logo recuperou a saúde.
Perto da igreja construída por Leão, o imperador ergueu uma nova e magnífica igreja, onde posteriormente foi fundado um populoso mosteiro.
No século XV, a Cidade Imperial caiu nas mãos dos muçulmanos. A famosa Igreja da fonte de vida foi destruída, e seus escombros foram utilizados para construir a mesquita do Sultão Bayazet. O piso da igreja foi coberto com terra e brita, de modo que as próprias fundações da igreja desaparecessem da vista. As belas zonas circundantes foram transformadas em um cemitério muçulmano. Um sentinela turco foi designado para guardar as ruínas da igreja, para proibir os cristãos de chegarem até lá.
Pouco a pouco, o rigor da proibição foi decaído , e os cristãos foram autorizados a construir uma pequena igreja lá. No entanto, em 1821, essa pequena igreja foi destruída também. Ainda assim, nos escombros dessa nova igreja destruída, jorrou água da fonte, e 10 milagres foram registrados durante o período de 1824-1829.
Durante o reinado do Sultão Mahmoud, os ortodoxos receberam alguma liberdade para realizar seus serviços religiosos. Então pela terceira vez, uma igreja foi erguida sobre a fonte de vida.
Em 1835, com grande pompa, o Patriarca Ecumênico , celebrando com 20 bispos e uma enorme multidão de fiéis, consagrou a igreja que se mantém até hoje. Nas proximidades foi construído um hospital e uma casa de esmolas.
Mesmo os muçulmanos tem grande respeito pela fonte manancial de vida, e pela Mãe de Deus que derrama a Sua graça através da fonte. “Grande Maria Santa entre as mulheres” é como eles se referem à Santíssima Virgem. A água do manancial de vida é por eles chamada de “água de Santa Maria”.
É impossível contar todos os milagres que fluem a partir do manancial de vida e das graça ofertadas a reis, patriarcas, assim como para inúmeras pessoas comuns. O poder da graça se mantém até os dias de hoje. Esse poder é experimentado pessoalmente não só por ortodoxos, mas por católicos, armênios, e até mesmo pelos muçulmanos.
FONTE: Blog Cetro Real