15° Domingo de São Mateus
SUBSÍDIOS HOMILÉTICOS
«Os dois Mandamentos»
Quando perguntaram ao Mestre qual era o maior dos mandamentos, Ele respondeu: «Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração e com todas as tuas forças. Não há maior mandamento». E eu acredito nisso, porque diz respeito ao Ser essencial e primeiro, Deus nosso Pai, por Quem tudo foi feito, tudo permanece, e a Quem voltarão todos os que forem salvos. Foi Ele Quem nos amou primeiro, Quem nos fez nascer; seria sacrilégio pensar que exista um ser mais antigo e mais sábio. O nosso reconhecimento é ínfimo, comparado com as imensas graças que nos concedeu, mas não podemos oferecer-Lhe outro testemunho, a Ele que é perfeito e de nada necessita. Amemos o nosso Pai com todas as nossas forças e todo o nosso fervor e receberemos a imortalidade. Quanto mais se ama a Deus, mais a nossa natureza se mistura e se confunde com a Sua.
O segundo mandamento, diz Jesus, em nada fica atrás do primeiro: «Amarás o teu próximo como a ti mesmo.» […] Quando o doutor da Lei pergunta a Jesus: «E quem é o meu próximo?» (Lc 10, 29), Ele não lhe responde com a definição judaica de próximo – o parente, o concidadão, o prosélito, o homem que vive sob a mesma lei; mas conta a história de um viajante que descia de Jerusalém para Jericó. Ferido pelos ladrões […], esse homem foi tratado por um Samaritano, que «se mostrou seu próximo» (v. 36).
E quem é meu próximo mais do que o Salvador? Quem teve mais piedade de nós quando os poderes das trevas nos abandonaram e golpearam? […] Só Jesus soube curar as nossas chagas e extirpar os males enraizados nos nossos corações. […] É por isso que devemos amá-Lo tanto quanto a Deus. E amar a Cristo Jesus é cumprir a Sua vontade e guardar os Seus mandamentos.
São Clemente de Alexandria (150 – c. 215)
Homilia «Que rico se pode salvar?»
(a partir da trad. col. Icthus, vol. 6, p. 42 rev.)