Proteção da Theotokos

SUBSÍDIOS HOMILÉTICOS
Mons. Irineo Tamanini
Arquimandrita

Desde tempos imemoriais, a Igreja tem celebrado a Santíssima Mãe de Deus como padroeira e protetora do povo cristão que, por suas orações intercessoras, implora a misericórdia de Deus por nós, pecadores. O auxílio da Santíssima Mãe de Deus tem sido claramente manifesto várias vezes, tanto para indivíduos como para nações, na paz e na guerra, nos desertos monásticos e nas cidades densamente povoadas.

O evento que a Igreja comemora e celebra hoje confirma a proteção contínua do povo cristão.

No dia 1º. de outubro de 911, no reinado do Imperador Leão, o Sábio, houve uma vigília noturna na Igreja da Mãe de Deus de Blacherne, em Constantinopla. A igreja estava lotada. Santo André, o Louco por Cristo, estava de pé, no fundo da igreja, com seu discípulo Epifânio. Às quatro da manhã, a Santíssima Mãe de Deus apareceu acima das pessoas, segurando seu homofórion e estendendo-o como um manto protetor sobre os fiéis.

Estava vestida em púrpura cravejada de ouro e irradiava-se com um inefável fulgor, rodeada pelos apóstolos, santos, mártires e virgens. Santo André disse ao Bem-aventurado Epifânio: “Vês, irmão, a Rainha e Senhora de tudo rogando por todo o mundo?” Epifânio respondeu: «Sim, pai, e estou boquiaberto de espanto!”

A Festa da Proteção da Mãe de Deus foi instituída para comemorar esse evento e para nos lembrar que podemos receber em oração a incessante proteção da Santíssima Mãe de Deus em quaisquer momentos de dificuldade.

A Festa da Proteção da Theotokos

Hoje a Virgem está no meio da Igreja e com coros dos Santos ora invisivelmente a Deus por nós. Anjos e Bispos a veneram, os apóstolos e profetas alegram-se juntos, pois, para nosso bem, ela suplica ao Deus Eterno!

Esta aparição milagrosa da Mãe de Deus ocorreu em meados do século décimo, em Constantinopla, na igreja de Blacherne, onde seu manto, véu, e parte de seu cinto foram preservados depois de serem transferidos da Palestina no século quinto.

No domingo, 1º de Outubro durante toda a noite de Vigília, quando a igreja estava cheia de pessoas em oração, o Servo de Cristo, Santo André (2 de outubro), na quarta hora, levantou os olhos para o céu e viu a nossa Santíssima Senhora Mãe de Deus, resplandecente de luz celestial, rodeada pela assembleia dos santos.

São João o Batista e o Santo Apóstolo João, o Teólogo acompanhavam a Rainha dos Céus.

De joelhos a Santíssima Virgem chorando orou pelos cristãos por um longo tempo. Então, aproximando-se do Trono do Bispo, ela continuou sua oração. Depois de concluir sua oração, ela tomou o véu e espalhou-o sobre o povo em oração na igreja, protegendo-os dos inimigos visíveis e invisíveis. A Santíssima Senhora Mãe de Deus resplandecia com a glória celestial, e o véu protetor em suas mãos brilhava «mais do que os raios do sol». Santo André olhou com tremor a visão milagrosa e ele pediu ao seu discípulo, o abençoado Epifânio que estava de pé ao lado dele, «Você vê, meu irmão, a Santa Mãe de Deus, rezando por todo o mundo?» Epifânio respondeu: “Eu vejo, ó santo Pai, e eu estou em temor.” A Santíssima Mãe de Deus suplicou ao Senhor Jesus Cristo para aceitar as orações de todos os povos que invoquem o seu nome Santíssimo, e a responder rapidamente à sua intercessão, «Ó Rei Celestial, aceita todos aqueles que rezam para Você e chamam pelo meu nome para ajudar. Não os deixe sem auxílio».

Santo André e Epifânio eram dignos de ver a Mãe de Deus em oração, e «por um longo tempo observaram a propagação do manto de proteção sobre o povo, e este manto se mantinha brilhante, com lampejos de glória».

Enquanto a Santíssima Theotokos estava lá, o manto de proteção foi também visível, mas com a sua partida, também se tornou invisível. Depois de o levar com ela, ela abandonou a graça de sua visitação».

Na igreja Blacherne, a memória da aparição milagrosa da Mãe de Deus foi lembrada. No século XIV, o peregrino russo Alexander, viu na igreja um ícone da Santíssima Theotokos orando para o mundo, representando Santo André, na sua contemplação (…).

A festa celebra a destruição por obra divina da frota que ameaçava Constantinopla, em algum momento do ano 864-867 ou de acordo com o historiador russo Vasiliev, em 18 de junho, 860. (…) Igrejas em honra da proteção da Mãe de Deus, começaram a surgir na Rússia, no século XII.

Amplamente conhecido por seu mérito arquitetônico é o templo da Proteção da Mãe de Deus, que foi construído no ano de 1165 pelo santo Príncipe Andrei Bogoliubsky. Os esforços do príncipe santo também ajudaram a estabelecer na Igreja Russa a Festa da proteção da Mãe de Deus, por volta do ano 1164.
Em Novgorod, no século XII, havia um mosteiro da Proteção da Santíssima Deípara (chamado mosteiro Zverin), em Moscou, também sob o czar Ivan, o Terrível, a catedral da proteção da Mãe de Deus foi construída a igreja de Santíssima Trindade (conhecida como a igreja de São Basílio, o Bendito).

Na Festa da Proteção da Santíssima Deípara imploramos a defesa e assistência da Rainha do Céu:

Lembra-te de nós, em tuas orações, ó Virgem Senhora Mãe de Deus, que não pereçamos pelos nossos pecados. Proteja-nos de todo o mal e das desgraças, porque em ti esperamos, e venerando a festa de tua Proteção, te exaltamos!

  • Blog da Missão Ortodoxa Russa Proteção da Mãe de Deus – Rio de janeiro – RJ.
  • Blog «Ortodoxia» da Eparquia do Brasil, sob a Igreja Ortodoxa da Polônia. Súplicas pelo «DIA DO OXI» (28 de outubro)

Suplemento Litúrgico

Para os Domingos e Grandes Festas.