Março
Santa Eudoxia era natural de Samaria e viveu em Heliópolis, Fenícia ( ao norte das montanhas do Líbano na Palestina) na época do imperador romano Trajano (89-117). Em sua juventude, era muito bonita e elegante e levava uma vida pecaminosa de prostituição. Ricos pretendentes e admiradores vinham de diferentes países para ver Eudoxia. Com o passar dos anos ficou muito rica e era respeitada pelo poder local. O Senhor, querendo salvar a sua alma da perdição eterna, fez com que um velho monge, chamado Germano, visitasse o lugar em que vivia Eudoxia. Germano tinha o costume de ler em voz alta as Sagradas Escrituras. Aconteceu que Eudoxia ouviu a passagem da segunda vinda de Cristo e sobre o Juízo Final, ficando muito impressionada e ao mesmo tempo incomodada porque entendia que aquelas palavras lhe tocavam e esperava dela a penitência. Eudoxia conheceu Germano e através dele conheceu a fé cristã e as promessas de vida eterna. As palavras do monge caíram em terra fértil.
Eudoxia, aos poucos, começou a crer com todo seu coração em Cristo e se batizou. Doou todas as riquezas aos pobres e se fez monja de um monastério próximo. Durante muitos anos viveu nesse monastério dedicando-se a uma vida de jejum, orações e penitências. Com o passar dos anos alcançou maturidade espiritual e foi eleita superiora do monastério. Ao assumir o cargo de superiora, dedicava-se a realizar boas obras, alimentava e vestia aos peregrinos que visitavam o monastério e, com suas orações, curava os doentes; assim viveu durante 56 anos. No ano 152, no governo do imperador Antonino, terminou sua vida como mártir. Por divulgar a fé cristã foi caluniada de bruxarias e superstições. Sem ser julgada, foi decapitada. Santa Eudoxia, por viver praticando boas obras e as regras monásticas e por se tornar mártir por causa de sua fé, mereceu a tríplice coroa no Reino dos Céus.
Outras comemorações do dia:
- S. Antonina, a nova mártir;
- S. David, o Arcebispo.
Leituras bíblicas:
— Ep.: Jd 1:1-10;
— Ev.: Lc 22:39-42, 45-71; 23:1.
Nasceu em Naxos, em 1851, e seus pais se chamavam João Plana e Augustina Melisurgu. Desde menino, dedicava-se ao serviço da Igreja. Aos 12 anos, ajudava os sacerdotes no santo altar, manifestando já sua caridade e amor pela Igreja. Do pão que sua mãe lhe dava repartia com os meninos pobres de sua aldeia e, frequentemente, repartia com eles também as suas roupas. Na década de 1870-1880 foi a Atenas e lá contraiu matrimônio com Helena Protheleguiu, da cidade de Kizara. Em 1880, tiveram seu único filho que recebeu o nome de João. Sua mulher faleceu pouco tempo depois. Em 22 de julho de 1879, foi ordenado diácono na Igreja da Transfiguração do Senhor, no bairro de Plakas em Atenas; em 1884 foi ordenado sacerdote. Trabalhou na Igreja da Transfiguração do Senhor durante pouco tempo e depois foi transferido para trabalhar em uma capela dedicada a São João, o Precursor, no monastério de Sina.
Sua vida foi dedicada inteiramente a ajudar o próximo e são numerosos os milagres dedicados à sua intercessão. Faleceu em 02 de março de 1932, em Atenas, e foi sepultado em frente a Igreja a qual serviu durante 50 anos. Foi canonizado em 1992.
Estes Santos eram naturais da Amásia do Ponto. Alguns estudiosos afirmam que eram parentes de São Teodoro de Tironos. Quando Deocleciano começou com as cruel perseguição aos cristãos, o governador Asclipiodotis rapidamente os prendeu perguntando-lhes se eram cristãos. Os três, sem vacilar, admitiram sua fé em Cristo crucificado. Imediatamente o governador ordenou que fossem torturados. As torturas não mudaram, de modo algum, suas consciências. Enquanto eram golpeados ou queimados cruelmente pediam a ajuda de Cristo. Os mártires Eutropio e Cleonikos morreram crucificados e Basisliskos, logo foi preso e após suportar muitos sofrimentos, entregou sua alma a Deus. Os três mártires adormeceram em Cristo, mantendo até o fim sua fé inabalável em Cristo, conforme lembra as Sagradas Escrituras: «E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho; e não amaram as suas vidas até à morte» (Ap. 12,11).
São Gerasimo nasceu em Lycia, Ásia Menor, onde abraçou a vida de eremita. Logo mudou-se para a Palestina e, por algum tempo, caiu nas heresias eutiquianas, mas Santo Eutímio o devolveu à verdadeira fé. Mais tarde, parece ter estado em várias comunidades da Tebaida, retornando, finalmente para a Palestina onde se tornou um amigo próximo de São João, o silencioso, de São Savas, de São Teoctisto e de Santo Atanásio de Jerusalém. Eram tantos os que o seguiam que o santo fundou um monastério com sessenta células, próximo da Jordânia e um convento para os iniciantes. Seus monges observavam rigorosamente o silêncio, dormiam em camas de junco e nunca acendiam fogo no interior das células, mesmo que as portas tivessem de ser mantidas sempre abertas. Alimentavam-se normalmente de pão, tâmaras e água, e dividiam o tempo entre a oração e o trabalho manual. A cada monge era atribuída uma tarefa específica que deveria estar pronto no sábado seguinte.
Embora a regra já fosse muito severa, São Gerasimo a fazia ainda mais rigorosa para si próprio, e nunca deixou de fazer penitência em reparação por sua queda na heresia eutiquiana. Conta-se que, durante a Quaresma, o seu único alimento era a Eucaristia. Santo Eutímio lhe dedicava tal estima que lhe enviava, através dos seus discípulos, aqueles de seus seguidores que se sentiam chamados à mais alta perfeição. A fama de São Gerasimo só não era maior que a de São Savas. O ano de 451, durante o Concílio de Calcedônia, o seu nome ressoou por todo o Oriente. O monastério que havia fundado ainda florescia um século depois de sua morte.
No «Prado Espiritual» João Mosco deixou-nos uma história encantadora. Num certo dia em que o santo se encontrava às margens do Jordão, aproximou-se dele, mancando dolorosamente, um leão. Gerasimo examinou sua pata ferida, extraiu dela um pontiagudo espinho, lavou e fechou a pata da fera. Desde então, o leão saiu mais de perto do santo, e era tão dócil como qualquer outro animal de estimação. No monastério havia um burro que os monges se valiam dele para buscar água, e o leão era posto então para protegê-lo enquanto pastava. Num certo dia, alguns comerciantes árabes roubaram o pobre asno, e o leão teria voltado só para o monastério com os olhos muito tristes. O abade lhe disse, então: «Tu comeste o asno? Bendito seja Deus por isso! Mas, a partir de agora, farás o seu trabalho». O leão tinha de transportar água para a comunidade. Pouco tempo depois os mercadores árabes retornaram com o burro e três camelos; o leão lhes pôs em fuga e, segurando entre suas presas o cabresto do asno, o conduziu triunfalmente ao monastério junto com os camelos. São Gerasimo reconheceu seu erro e deu ao leão o nome de Jordânia. Quando o velho abade morreu, o leão estava inconsolável. O novo abade disse: «Jordânia, nosso amigo deixou-nos órfãos para ir se ao encontro do Senhor a quem ele servia, mas tu precisas continuar comendo». Mas o leão continuou rugindo tristemente. Finalmente o abade, chamado Savácio conduziu o leão até a tumba Gerasimo e, ajoelhando-se ao seu lado, disse: «Aqui está sepultado o teu mestre». O leão deitou-se no túmulo e começou a bater a cabeça contra o chão, ninguém conseguiu tirá-lo de lá e, alguns dias depois, foi encontrado morto. Segundo alguns autores, o leão que se tornou o símbolo de São Jerônimo, era na verdade de São Gerasimo. A confusão deriva provavelmente da grafia «Geronimus» de certos documentos.
São Conon era natural de Nazaré e viveu na época do imperador Décio. Ainda jovem, se retirou para Panfília, onde passou a cultivar um pequeno pomar. Depois do martírio de Papias, Diodoro e Claudiano, ocorrido durante as perseguições aos cristãos, o prefeito Públio foi a região e, chegando às portas da cidade, comunicou aos habitantes que faria uma reunião com todos. Todos responderam positivamente ao chamado. Naodoro, auxiliado por alguns cidadãos, foi em busca de pessoas que podiam estar escondidas. Organizou-se um grupo ao qual se juntou um tal de Orígenes que foi quem encontrou o sitio onde Conon cultivava suas plantas. Depois de saudá-lo, disse-lhe Orígenes: «o prefeito te chama». Conon indagou: «Que quer de mim o prefeito? Sou um estrangeiro nestas terras e, acima de tudo, sou um cristão. Que o prefeito vá em busca de seus co-cidadãos e daqueles que estão ao seu nível. Sou apenas um pobre homem que trabalha na terra».
Imediatamente Naodoro ordenou que amarrassem Conon a seu cavalo e o levaram à força, sem que ele pudesse ao menos impor qualquer resistência. Ainda no caminho disse Naodoro a Orígenes: «Nossas buscas não foram em vão, pois conseguimos uma boa captura. Este terá que se justificar mais do que qualquer outro cristão». E, ao chegar diante o prefeito, Naodoro mostrou seu prisioneiro dizendo em tom de ironia. «Por vontade dos deuses e segundo a ordem do todo poderoso imperador, e graças a sorte, descobrimos este homem, amado pelos deuses, submisso às leis e às ordens dos reis». Conon, então, levantou-se e gritou com força: «Errado! Eu obedeço somente ao Grande Rei, o Cristo». Orígenes interveio e explicou ao prefeito que estava espantado: «Excelência, depois de procurar em toda acidade, encontramos somente este pobre homem em um bosque». O prefeito dirigiu-se a Conon e lhe perguntou quem era, de onde vinha e quem era sua família. Conon respondeu: «Sou de Nazaré, da Galiléia. Minha família é a família de Cristo que, desde pequeno, eu o reconheço como Supremo Deus. O prefeito indagou: «Se reconheces Cristo como Deus, reconheces também nossos deuses e a eles rendes homenagens?» Conon deixou escapar um suspiro e, elevando os olhos ao céu, disse: «Ímpio! Como podes blasfemar assim contra o Deus Supremo? Podes estar certo que não farei o que me dizes!» Então o prefeito ordenou que colocassem cravos sob seus pés e que o forçassem a correr diante de seu carro. O santo atleta de Cristo assim o fez e começou a correr ao mesmo tempo em que entoava o salmo 39: «Ouve, SENHOR, a minha oração, e inclina os teus ouvidos ao meu clamor; não te cales perante as minhas lágrimas, porque {sou} para contigo como um estranho, {e} peregrino como todos os meus pais. Poupa-me, até que tome alento, antes que me vá e não seja {mais.}
Amórion é uma cidade na Frísia que no século VI foi um importante centro militar do Império Bizantino na Ásia Central. Relata a tradição que no ano de 838, a cidade foi dominada pelo califa Mutasim e que, neste período, 70 mil cidadãos foram capturados e assassinados. Entre eles estavam 42 pessoas, membros de famílias nobres, e que seguiam carreira militar. Foram transferidos para Bagdá onde foram aprisionados em cárceres escuros e úmidos; não tinham água nem pão. Nestas condições, passaram os dias, desejando que seu fim estivesse mais próximo possível. Num certo dia, tiraram os prisioneiros do cárcere e os levaram à presença do califa. O califa então lhes prometeu restaurar suas posições na sociedade de na carreira militar, na condição de que se convertessem ao Islamismo. Responderam que tal coisa era impossível, mesmo em sonho. O califa então ordenou que fossem cruelmente executados e imediatamente.
O martírio desses 42 cristãos ratifica o que nos ensina o apóstolo Paulo: os que lutam pela pátria e pela fé, são duplamente fortes e somam-se a grande família dos santos de Deus.
Não se confunda São Paulo, o Simples (por sua simplicidade de menino) com São Paulo, o eremita, cuja festa se celebra em 15 de janeiro. São Paulo, o Simples, também era anacoreta e foi um dos mais célebres seguidores de Santo Antônio, no Egito. Até os 70 anos era um camponês quando surpreendeu sua esposa em flagrante delito o que ajudou a desprender-se das coisas do mundo. Abandonou sua mulher sem uma palavra de repreensão, iniciando uma viagem de oitenta dias pelo deserto a procura de Santo Antonio para lhe pedir que o aceitasse como discípulo e que lhe ensinasse o caminho da salvação. Santo Antônio, julgando-o já muito idoso para iniciar a vida de eremita, o aconselhou voltar para sua cidade e lá servir a Deus em outros trabalhos, ou que procurasse outro monastério onde pudessem acolhê-lo. E fechou as portas de seu monastério. Em vez de obedecer ao que Santo Antonio lhe disse, permaneceu às portas durante quatro dias, entregando-se ao jejum e à oração.
Santo Antônio lhe disse: «Vá embora daqui! Por que és tão teimoso? Não podes ficar aqui por toda vida». São Paulo respondeu: «Daqui não saio e aqui vou morrer se preciso for». Vendo que Paulo não tinha alimentos e temendo que sua morte viesse a lhe pesar na consciência, Santo Antônio, contra a sua própria vontade, o admitiu no monastério. Disse a Santo Antonio: «A primeira coisa que deves aprender é a obediência. Se queres te salvar tens que ser obediente e fazer tudo o que peço». Paulo respondeu: «Farei tudo o que ordenares». Santo Antônio submeteu Paulo a um difícil noviciado que faria desistir qualquer novato. Primeiramente, ordenou que Paulo ficasse orando fora da cela, até sua nova ordem. Paulo assim o fez, sob forte sol e em jejum. Depois o Abade Antônio permitiu que Paulo entrasse na cela e fosse tecer esteiras, tal qual ele fazia. Assim fez o ancião, sem deixar de orar. Quando tinha feito 15 esteiras, o Abade lhe disse que estavam mal feitas e ordenou que as desmanchasse e refizesse todas. Paulo assim obedeceu sem murmurar. Quando terminou pela segunda vez, ainda em jejum, o Abade Antônio o submeteu a outra prova: pediu a Paulo que umedecesse os pães para depois serem comidos mais facilmente, pois estavam muito secos. Paulo assim o fez, sem comê-los, mesmo que sua fome fosse enorme. Depois desta tarefa, Santo Antônio sentou-se junto de Paulo e, sem tocar no alimento, cantaram salmos durante muito tempo, até o entardecer, antes de finalmente comer os pães. Após se alimentarem descansaram um pouco, e voltaram a rezar até o cair da tarde. No inicio da noite, o Abade perguntou a Paulo: «queres outro pedaço de pão?» Paulo respondeu: «Só se também quiseres». Antônio disse: «para mim já basta, pois sou um monge». Paulo respondeu: «também para mim já basta, pois quero ser também um monge». Quase todos os dias as provas se repetiam, ora com pão, ora com água; costurando e descosturando as vestes etc. Por mais absurdos que pudessem parecer as ordens do Abade Antônio, Paulo obedecia prontamente. Certa vez, quando havia visitas no monastério, Paulo perguntou-lhe se os profetas existiram antes de Jesus ou depois dele. O Abade envergonhado pela ignorância de seu discípulo, pediu que ele se retirasse da sala e guardasse silêncio até segunda ordem. Paulo assim o fez. Alertado por outros monges, Santo Antônio que havia se esquecido do silêncio imposto a Paulo, permitiu que voltasse a falar. Compreendendo que Paulo já tinha dado provas suficientes de sua obediência exclamou: «Este monge nos deixa atrás de todos, pois obedece sem reclamar às palavras humanas e as palavras que vem do céu, e nós, freqüentemente, fechamos nossos ouvidos para elas». Assim, vendo que Paulo estava pronto, Santo Antônio, o Abade destinou-lhe uma cela monástica distante da sua uns cinco quilômetros e lá o visitava com freqüência. Rapidamente descobriu que Paulo possuía dons espirituais e que curava e exorcizava muitas pessoas. Quando Santo Antônio não conseguia curar alguém, indicava que fosse procurar Paulo, e este o curava infalivelmente. Outro de seus dons era ler o que passava nos corações das pessoas. Ao ver uma pessoa, já sabia se suas intenções eram boas ou não. Guiados pelos sinais de Deus na vida daquele monge ancião, Santo Antonio, o Abade, estimava Paulo mais do que os outros discípulos a ponto de sempre se referir a ele como modelo de obediência.
Ainda menino, Teofilactos mudou-se da Ásia para Constantinopla onde conheceu São Tarásios que o por ele se afeiçoou e lhe deu uma boa formação. Observando que o jovem sentia-se chamado à vida religiosa, enviou a outro de seus discípulos, Miguel, o confessor, que acabara de fundar um Monastério junto ao Bósforo. Alguns anos mais tarde, depois de seus dois discípulos haverem suportado difíceis provas, São Tarásios os elevou à dignidade episcopal: Teofilactos recebeu a sede de Nicomédia e Miguel à sede de Sínada. Quando Leão V empreendeu nova guerra contra as imagens sagradas, São Nicéforo, sucessor de São Tarásios na sede de Constantinopla, convocou um Concilio para proteger a doutrina católica contra as heresias iconoclastas do imperador. São Teofilactos, juntamente com outros teólogos de renomado saber, defenderam com eloqüência o ponto de vista da Igreja, mas o imperador permanecia irredutível em suas posições. Quando todos já haviam falado, fez-se uma ligeira pausa na sala conciliar interrompida por São Teofilactos que proferiu a seguinte profecia:
«Já sei que fazes pouco caso da imensa paciência de Deus! Pois bem, eu te predigo: calamidades e mortes virão cair sobre ti como um furacão, não restando ninguém que te possa defender».
Furioso ao ouvir aquelas palavras, o imperador desterrou a todos os padres conciliares e encarcerou São Teofilactos em uma fortaleza em Caria, onde morreu trinta anos depois. Sua profecia, porém, se cumpriu à risca. No dia da Natividade do ano 820, estando o imperador em sua capela privada, conspiradores caíram sobre ele e o assassinaram, antes que seus servidores o socorressem. Contam-se maravilhas sobre a grande liberalidade deste santo, de sua generosidade para com os pobres, da ajuda que prestava às viúvas, órfãos e doentes mentais, de sua predileção pelos cegos e enfermos em geral. Para estes e para os peregrinos, São Teofilactos fundou muitos hospitais.
Lembramos hoje o testemunho dos quarenta Mártires que deram tão grande testemunho de fé e coragem que Santo Éfrem disse a seu respeito: “Que desculpa poderemos apresentar ao tribunal de Deus, nós, que , livres de perseguição e torturas, deixamos de amar a Deus e trabalhar na salvação de nossas almas?” O martírio dos Santos 40 Mártires de Sebaste é uma rica lição de fé cristã, perseverança, sacrifício e amor. A história deste martírio tem início no século 4º, quando os cristãos ainda sofriam perseguição. Em 313 os Imperadores Constantino e Licinio, assinaram o Edito de Milão, que dava a liberdade às religiões para a manifestação pública. Próximo ao ano 320, as tropas romanas se estabeleceram na cidade de Sebaste, na Armênia. Entre seus soldados estavam 40 cristãos oriundos da Capadócia (atualmente Turquia). O general romano Agricola os obrigava a prestar culto aos ídolos, porém estes soldados se negavam. Foram então encarcerados e levados como prisioneiros a um lado da cidade de Sebaste. Era inverno e entardecia.
Tiraram suas roupas e os puseram sobre o gelo que cobria o lago. O frio imobilizou suas articulações e começaram a se congelar. Na margem do lago havia uma pequena fogueira e só poderia ir até ela para se aquecer quem abjurasse sua fé em Cristo. Durante toda a noite os soldados cristãos suportaram com coragem o frio intenso, consolando-se mutuamente e glorificando a Deus com Salmos e hinos. Quando amanheceu, um dos soldados não suportou a tortura e apressou-se sair do lago, mas antes de chegar próximo à fogueira caiu morto. Logo em seguida, o carcereiro viu que sobre os mártires brilhava uma intensa luz. Agaio, o carcereiro, ficou tão impressionado com aquele milagre que professou sua fé em Cristo. Tirou suas roupas e foi juntar-se aos outros 39 cristãos que estavam dentro do lago congelado. Logo depois, chegaram outros torturadores e observaram que os soldados cristãos não tinham morrido; resolveram então quebrar as suas pernas com martelos e depois lhes atearam fogo. Os ossos carbonizados foram lançados em um rio. Três dias depois, o bispo de Sebaste ficou sabendo do ocorrido com os mártires através de uma visão e ordenou que juntassem os ossos dos soldados cristãos e os sepultou solenemente. De acordo com registros deste martírio, os nomes dos quarenta soldados eram: Viviano, Cândido, Leôncio, Cláudio, Nicolau, Lisiníaco, Teófilo, Quirão, Donulo, Dominicano, Eunóico, Sisínio, Heráclito, Alexandre, João, Anastásio, Valente, Heliano, Ecdício, Euvico, Acácio, Hélio, Teódulo, Cirilo, Flávio, Severiano, Valério, Cuidão, Prisco, Sacerdão, Etíquio, Êutiques, Esmaragdo, Filotiman, Aécio, Xantete, Angias, Hesíquio, Caio e Gorgônio.. A memória dos 40 mártires de Sebaste é celebrada solenemente, mesmo que revestida de simplicidade por cair no tempo da Quaresma
II – Os quarenta mártires de Sebaste
Terminara o terceiro século da Era Cristã, com todos os horrores dos seus martírios. Já fazia anos que o cristianismo era ao menos tolerado, se não mesmo considerado legítimo; que cada um praticasse a religião que mais lhe agradasse. Contudo podia ainda acontecer que qualquer pequeno chefe se considerasse autorizado a proibir alguma religião, só porque lhe desagradava. Foi o caso de Sebaste, pequena cidade da Armênia, na Ásia Menor. Licínio, governador daquela região, considerou-se no direito de proibir o Cristianismo, e como havia exemplos recentes de cristãos que tinham pago com a vida o atrevimento de se declarar tais, assim também ele autorizou o prefeito de Sebaste, Agrícola, fazer o levantamento religioso de todo seu povo. Por volta do ano 320, entre os soldados que moravam naquela cidade, uns quarenta estranharam a ordem. Decidiram entre eles não esconder a verdade, mas antes apresentar uma carta coletiva, que por boa sorte, foi-nos guardada como verdadeira relíquia, pois nos transmitiu os nomes de quarenta soldados.
Eles declaravam-se felizes, se tivessem de padecer qualquer coisa:
“Até o presente combatemos e vencemos a serviço dum senhor mortal como nós; agora queremos lutar e vencer sob a bandeira de Cristo, que é o Deus verdadeiro, a quem devemos obediência e adoração”.
Seguem ao texto as quarenta assinaturas: Viviano, Cândido, Leôncio, Cláudio, Nicolau, Lisiníaco, Teófilo, Quirão, Donulo, Dominicano, Eunóico, Sisínio, Heráclito, Alexandre, João, Anastásio, Valente, Heliano, Ecdício, Euvico, Acácio, Hélio, Teódulo, Cirilo, Flávio, Severiano, Valério, Cuidão, Prisco, Sacerdão, Etíquio, Êutiques, Esmaragdo, Filotiman, Aécio, Xantete, Angias, Hesíquio, Caio e Gorgônio. Mais de uma vez, na hora de se realizar um batismo, não se concorda na escolha do nome: eis que será um bom serviço, guardar esta folha de jornal. Dará para escolher: um dos 40 santos mártires de Sebaste.
Não foi só horrendo o martírio porque doloroso, como também pela duração. Tendo chegado Lísia, o comandante da legião, a esse não faltava iniciativa bastante, para tornar impossível a resistência dos condenados. Estava-se no frio invernal e Sebaste aparecia coberta de gelo. Os coitados foram despidos e assim deixados a tremer. A mais, foi preparado, a alguns metros de distância, abrigo aquecido. Bastava um sinal, que se negava a Cristo e de imediato recebia-se todo alívio que merece um amigo do imperador. Mas ao contrário os mártires animavam-se, rezando: “Somos quarenta, Jesus; mas escolhemos morrer de frio, em honra do quarenta dias de jejum, do nosso Senhor e Deus”. Um dos sentenciados não agüentou e correu abrigar seu miserável resto de vida; ao passo que a sentinela, que estava lá, só para vigiar, tirou sua roupa e lançou-se no gelo, voltando a completar os quarenta a sofrerem martírio.
Pe. Donato Vaglio – PIME,
Capelão da Vila São Vicente de Paulo.
Os pais de São Codratos eram cristãos gregos e viviam na cidade de Corinto. Ambos morreram quando o menino era ainda bem pequeno. Codratos nasceu no deserto, para onde sua mãe havia fugido para escapar da perseguição de Décio. Ali sua mãe morreu e Codratos cresceu sendo alimentado por uma cerva. As roupas que vestia, quando sua mãe ainda era viva, cresceram com ele. Codratos retornou mais tarde para a cidade e estudou medicina, atraindo muitos discípulos que viviam como anacoretas. Sob os imperadores Décio e Valeriano, e Jason, prefeito da Grécia, recebeu a ordem de executar os cruéis editos de perseguição aos cristãos. Codratos foi ao encontro de Jason que tentou antes persuadi-lo de seu dever de oferecer sacrifícios aos deuses para escapar às punições. Este servo de Deus, que participava da reunião com cinco de seus discípulos, respondeu que ele preferia a salvação eterna à vida temporal.
Em vez de se defender, fez um resumo da Bíblia, desde a criação até a Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. Jason reagiu com desdém rejeitando a ideia de que Deus pudesse ter-se feito homem e sofrido por nós. Depois de tentar convencer Codratos, percebendo então que nada parecia funcionar, ordenou que fosse açoitado. Em seguida, tentou convencer Cipriano, que era ainda um menino, dizendo que ele era muito jovem ainda, mas Codrato gritava exortando a seus companheiros a permanecerem firmes em sua fé cristã. Todos foram submetidos a terríveis torturas e, finalmente lançados às feras, mas estas não lhes fizeram mal algum. Então foram levados para fora da cidade e decapitados. Isto aconteceu no ano 258 dC. Os nomes dos outros mártires eram: Dionísio, Anecto, Paulo e Crescêncio.
Nascido em Damasco, Sofrônio dedicava-se tão intensamente aos estudos que por pouco não perdeu a visão. Aprofundou-se de tal modo na filosofia grega que recebeu o sobrenome de «o Sofista» Com seu amigo, o célebre ermitão João Mosco, viajou pela Síria, Ásia Menor e Egito, onde recebeu as vestes monásticas no ano 580. Seu amigos o acompanharam, vivendo em comunidade com ele por vários anos na «Lavra» de São Savas e no monastério de São Teodósio, localizado próximo a Jerusalém. Seu desejo de santidade, mortificação, o levou a visitar os famosos eremitões do Egito. Depois, com seus amigos, foi a Alexandria, onde o Patriarca São João, o Esmoleiro, lhes pediu que ficassem por dois anos em sua diocese para auxiliá-lo na reforma e combate às heresias. Foi lá que João Mosco escreveu sua obra «Prado Espiritual» que a dedicou a São Sofrônio. João faleceu no ano 620, em Roma, para onde havia viajado em peregrinação.
Sofrônio retornou à Palestina e foi eleito Patriarca de Jerusalém, por sua sabedoria, piedade e ortodoxia de sua fé. Tomando posse da Sé de Jerusalém, convocou um sínodo dos bispos do Patriarcado para condenar a heresia monotelita e escreveu uma carta sinodal na que expunha e defendia a doutrina ortodoxa. Esta carta foi, posteriormente, ratificada pelo Sexto Concílio Ecumênico, chegando às mãos do Papa Honório e do Patriarca Sérgio de Constantinopla que havia aconselhado ao Papa que escrevesse em termos evasivos acerca da questão das duas vontades de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ao que parece, Honório não se pronunciou nunca sobre o problema; seu silêncio deu a impressão de que o Papa estava de acordo com os hereges. Sofrônio, percebendo que o imperador e muitos prelados do Oriente atacavam a verdadeira doutrina, sentiu-se chamado a defendê-la com maior zelo que nunca. Levou consigo Estêvão, bispo de dor, ao Monte Calvário, e lá jurou pela Crucifixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e pelas contas que deveria prestar a Deus no Dia do Juízo de «ir à Sé Apostólica, base de toda doutrina revelada, e importunar ao Papa até que se decidisse a examinar e condenar a nova doutrina». Estêvão obedeceu e permaneceu em Roma por dez anos, até que o Papa São Martim I condenou a heresia monotelita no Concílio de Latrão, no ano 649. Logo São Sofrônio teve de enfrentar-se com outras dificuldades. Os sarracenos indiram a Síria e a Palestina; Damasco havia caído em seu poder em 636; e Jerusalém em 638. O santo Patriarca fez o quanto pode para consolar e ajudar sua grei, arriscando para isso sua própria vida. Quando os muçulmanos sitiaram a cidade, São Sofrônio teve de pregar em Jerusalém seu sermão da Natividade já que lhe foi impossível ir a Belém naquelas circunstâncias. O santo fugiu depois da queda da cidade e, segundo parece, morreu pouco tempo depois, provavelmente em Alexandria.
Teófanes cresceu na corte do imperador Constantino V. Seu pai morreu quando ele ainda era muito jovem deixando-lhe por herança uma grande propriedade e à nomeação do imperador como seu tutor. Mais tarde, foi obrigado a se casar, mas por consentimento mútuo, o casal manteve a castidade, separando-se e retirando-se para a solidão. Consta que Teófanes tenha construído dois monastérios, um em Monte Sigriana, próximo de Cyzicus, e outro na Ilha de Kalonymos, que era parte de sua herança. Lá estabeleceu a sua residência, permanecendo por seis anos. Mais tarde, retornou para o Monte Sigriana, onde exerceu o ofício de abade. No ano 787, Teófanes participou no Concílio de Niceia que sancionou o restabelecimento do uso e da veneração das imagens sagradas. Mais tarde, em 814, Leão, o armênio, tentou anular a decisão de seus predecessores e pediu para suprimir novamente o culto às imagens. Reconhecendo, no entanto, a reputação e autoridade de São Teófanes, tentou conquistá-lo mediante cordiais e astutas cartas.
Mas o santo estava bem armado contra todas as artimanhas que pudessem ser utilizadas para ludibriá-lo. Aos 50 anos, começou a sofrer de graves doenças, mas quando o imperador o chamou para Constantinopla, mesmo estando muito enfermo, obedeceu. Às ameaçadoras mensagens de Leão, o armênio, o santo respondeu desta maneira: «A minha avançada idade, a debilitação de minha saúde e a fraqueza de meu corpo já não me deixam inclinar-me para estas coisas que eu desprezei, pela graça de Deus, na minha juventude. Se pensas assustar-me ou seduzir-me para conseguir minha complacência, como acontece com uma criança a quem é mostrado o relho, perdes teu tempo». O imperador enviou ao seu encontro vários emissários para tentar persuadi-lo, mas ele se manteve inflexível. Foi condenado a receber 300 chicotadas e enviado depois, por dois anos, para um calabouço fedorento e solitário, onde recebia apenas o necessário para manter-se vivo. Sua doença se agravou e, quando ele finalmente foi libertado e deportado para a ilha de Samotrácia, morreu em 12 de março de 817, dezessete dias após sua chegada. Deixou uma Cronografia, ou seja, uma breve história do mundo até o ano 813, a partir de 284 dC, data em que terminava uma história escrita por seu amigo George Syncellus, auxiliar do Patriarca São Xarasius.
Este santo é comemorado no dia 02 de junho. Depois que o imperador Constantino IV e a imperatriz Irene restabeleceram a veneração das santas imagens, o jovem Nicéforo lhes foi apresentado e, de pronto, por suas grandes qualidades, conquistou-lhes a simpatia. Na corte, distinguiu-se por sua oposição aos iconoclastas, tendo sido secretário no Segundo Concílio de Nicéia e comissário imperial. Mesmo sendo em brilhante orador, filósofo, músico, com todas as qualidades de um estadista, sempre teve uma forte inclinação para a vida religiosa, isolada, e mesmo estando envolvido nos assuntos públicos, construiu um monastério num lugar isolado próximo ao Mar Negro. Após a morte de Tarasios, patriarca de Constantinopla, não foi encontrado ninguém mais apto a sucedê-lo que Nicéforo. Sendo leigo, houve algumas objeções à sua eleição, qualificando-a como contrária aos cânones, e só a pedido expresso do imperador, pode ser persuadido a ser ordenado sacerdote e a aceitar o cargo.
Durante a sua consagração, realizada em 12 de Abril, no ano 802, manteve em mãos o tratado que ele havia escrito em defesa do veneração aos ícones e, no final da cerimônia, depositou-o ao lado do altar, como uma promessa de que seria sempre defensor da tradição da Igreja. Não demorou muito tempo até que o novo patriarca tivesse de enfrentar-se novamente com os que lhe eram hostis.
Suas principais obras foram uma Apologia para o ensino ortodoxo em relação com os santos ícones e outro extenso tratado em duas partes: a primeira, uma defesa da Igreja contra a acusação de idolatria; e a segunda, conhecida como «Antiherética», uma refutação aos escritos de Constantino V sobre as imagens sagradas. Além de vários outros tratados, a maioria sobre a iconoclastia, deixou duas obras históricas conhecidas como Breviarium e Cronografia; a primeira é uma breve história do reinado, de Mauricio à Constantino IV e Irene; a outra, uma crônica com os principais acontecimentos, desde o início do mundo. Na compilação dos concílios é possível ainda encontrar-se os dezessete cânones de Nicéforo, sendo que no segundo declara ilícito viajar aos domingo sem necessidade. Em 2 de junho do ano 828 o santo morreu, e em 13 de Março do ano 846, por ordem da Imperatriz Teodora e do Patriarca São Metódio, os restos mortais de São Nicéforo foram transferidos da Ilha de Prokenesis para Constantinopla, tendo sido depositado Igreja dos Santos Apóstolos.
ão Bento nasceu no ano 480, no ducado de Espoleto, próximo à cidade de Núrsia, Itália. Deus o predestinou a ser o precursor e pai de um grande número de santos. Desde menino, Deus o conduziu à solidão onde viveu por três anos, desconhecido de todos os homens, exceto de um monge chamado Romano que lhe levava um pouco de pão. Mesmo tendo o cuidado para manter-se escondido, a fama de sua santidade espalhou-se e em pouco tempo tornando-o conhecido entre os monges que desejavam fazê-lo seu abade. Bento resistiu por muito tempo em aceitar tal função, pois dizia que sua maneira de viver não se ajustava àquele cargo. Por fim, deu-se por vencido e se encarregou do governo do monastério. Contudo, muitos se arrependeram de tê-lo eleito seu superior. Descontentes por sua rigidez tentaram tirar-lhe a vida, colocando veneno em sua bebida. Quando o abade Bento abençoou aquela bebida, a taça se despedaçou e ele então compreendeu qual era a intenção.
Reuniu todos os monges e declarou que lhes perdoava por aquele delito; renunciou ao cargo de abade e voltou a viver na solidão. Não passou muito tempo e a fama de sua santidade e de seus milagres se espalhou por toda a parte. Muitos se sentiam atraídos e tinham o desejo de serem dirigidos por ele. Bento fundou 12 monastérios com 12 monges em cada um, sendo um o superior. Profetizou o dia de sua morte e, seis dias antes, iniciou a preparação de sua sepultura. Naquele dia predito uma febre alta o tomou aumentando a cada dia. No dia de sua morte foi levado à Igreja por seus discípulos onde recebeu o corpo e o sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo. Depois disso levantou os olhos e as mãos para o céu entregando a sua alma nas mãos do Criador. Era o mês março de 543 e ele estava então com 62 anos.
Irmão do Santo Apóstolo Barnabé, Santo Aristóbulos era um dos setenta discípulos do Senhor. Ele acompanhou São Paulo em suas viagens missionárias, auxiliando em sua missão de proclamar o Santo Evangelho aos gentios. Foi enviado em missão às ilhas britânicas, que eram na época habitadas por povos idólatras, selvagens. Como conseqüência de sua missão, foi frequentemente torturado e arrastado em público. Mas lutou bravamente, fundando igrejas e ordenando diáconos e presbíteros. Tendo assim semeado os valores da vida cristã, os frutos de sua missão vieram alguns séculos depois do seu adormecimento em Cristo.
Na sua Epístola aos Romanos, o Apóstolo São Paulo faz referência à «casa de Aristóbulos» (Rm 16,10). Com base neste texto, alguns chegaram a pensar que Aristóbulo pudesse ser de família nobre, talvez até mesmo pai de Herodes Agripa.
Alguns ainda afirmam que ele foi martirizado na Grã-Bretanha.
Também é comemorado 31 de outubro.
São Cristodoulos era da região de Nicéia de Bitínia (ou Ponto, localizada na parte setentrional da Ásia Menor, atual Turquia), filho de Teodoro e de Ana. Na pia batismal recebeu o nome de João. Ainda na sua juventude, foi tonsurado monge recebendo o nome de Cristódoulos (em grego «escravo de Cristo»). Inicialmente, viveu sua vida monástica em diferentes lugares, até que recebeu permissão e apoio financeiro do imperador Alexis Comninos (1081-1118) e construiu, na Ilha de Patmos, uma igreja e um monastério dedicado a São João, o Teólogo. Tais construções existem até os dias atuais. Quando os árabes atacaram a Ilha de Patmos, Cristodoulos fugiu com seus discípulos para a Ilha Euboea, (Euripo), onde concluiu o curso de sua vida, adormecendo em Cristo no dia 16 de março. Seus discípulos trasladaram seu corpo depositando-o em seu próprio monastério. Lá, por sua intercessão, Deus concede suas graças a todos os que o visitam com fé e devoção.
No século IV viviam em Roma Eufêmio e Aglaya, um rico casal conhecido por sua compaixão e caridade. Alimentavam todos os dias os pobres, órfãos, viúvas e peregrinos. Quando havia poucas pessoas para alimentar, Eufêmio dizia com tristeza que era indigno de caminhar sobre a terra. Todos amavam Eufêmio e sua esposa, um casal que ainda não havia sido agraciado com filhos. Sofriam por isso, e rogavam a Deus que lhes concedesse um filho para que lhes alegrasse em sua velhice. Deus ouviu suas preces dando-lhes um filho a quem batizaram com o nome de Alexis. Seus pais tudo fizeram para lhe dar uma boa educação e para que crescesse bondoso e piedoso. E, tendo como guia seus devotos pais, desde muito cedo Alexis amava o Senhor, orava constantemente, jejuava e se vestia com modéstia. Chegando a maioridade, seus pais lhe encontraram uma noiva com quem se casou. Após o casamento, ainda nas núpcias,
quando estavam sós, Alexis aproximou-se de sua esposa virgem, lhe deu um anel de ouro, um cinturão de muito valor, dizendo-lhe: «Guarda isto, e que Deus esteja entre nós até que sua bondade nos faça novos». Em seguida, deixou-a sós. Despiu suas ricas vestes nupciais, vestiu-se como um simples aldeão e se foi da casa de seus pais. Fez isto inspirado nas palavras de Cristo: «E todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou terras, por amor de meu nome, receberá cem vezes tanto, e herdará a vida eterna» (Mt 19,29). Presume-se que tenha consentido se casar antes de sair da casa de seus pais, para assegurar a sua noiva um futuro melhor.
Vagando por vários países, Alexis chegou finalmente à cidade de Edessa. Ali estava guardado o antigo ícone do Salvador, não feito por mãos humanas. Em Edessa, Alexis deu aos pobres suas últimas moedas e começou a viver como mendigo, próximo à Igreja da Santíssima Virgem, vivendo da generosidade dos que passavam por ali. Rezava dia e noite e comungava sempre aos domingos. Assim, viveu durante 17 anos na miséria, fazendo exercícios espirituais.
Pouco a pouco, muitos habitantes de Edessa ficaram conhecendo e apreciavam a profunda espiritualidade do mendigo que vivia sentado à porta da igreja. Um dos servidores da igreja viu em sonho a Santíssima Virgem que lhe pediu que deixasse entrar na sua igreja um homem de Deus, pois as suas orações chegavam a Deus e, assim como repousa sobre a cabeça do o rei a coroa, sobre ele repousa o Espírito Santo. O servidor da igreja ficou confuso, pois não sabia quem era o tal «o homem de Deus». A visão, porém, se repetiu, e a Mãe de Deus indicou que era o mendigo que vivia sentado à porta da Igreja.
Depois disso, o apreço e a admiração por Alexis aumentou, e era comum se referiam a ele como um exemplo. Então, para afastar-se das futilidades e da vangloria, ele se foi de Edessa. Chegou ao Mar Mediterrâneo e embarcou para algum outro país. Durante a travessia, a embarcação foi surpreendida por uma grande tormenta e, depois de alguns dias, o maltratado barco chegou à Itália, próximo de Roma, onde anos atrás vivia Alexis.
Em terra, dirigiu-se a casa de seus pais e, no caminho, encontrou seu pai que retornava da Igreja. Inclinando-se diante do pai, Alexis disse: «tem piedade deste mendigo e dá-me um lugar em tua casa, e o Senhor te abençoará e te concederá o Reino dos Céus; e se tens alguém de tua família viajando, Deus te devolverá». Aquelas palavras recordaram Eufêmio de que seu filho havia desaparecido, e caiu em lágrimas. Disse ao mendigo que lhe daria uma pequena casa em sua estância.
Assim, Alexis começou a viver nas imediações da casa paterna sem ser reconhecido, pois tendo vivido tantos anos nas privações, tornou-se irreconhecível. Na pequena casa, Alexis continuava a viver da mesma forma como vivera em Edessa: orava constantemente a Deus, comungava a cada domingo, suportava a mendicância e se conformava com muito pouco. No entanto, era difícil ver em seu pai, mãe e esposa, a dor pela perda de seu filho e esposo. Assim se passaram mais 17 anos.
Quando Alexis pressentiu que chegava a hora de sua morte, escreveu sobre um papel sua vida, iniciando pelo dia em que se afastou da casa de seus pais. Ao terminar de escrever, esperava pela morte.
No domingo seguinte, o bispo da cidade de Roma, Inocêncio, na presença do imperador Honório oficiava a Divina Liturgia. Havia muitos fiéis presentes. Durante a Liturgia, escutou-se uma voz que dizia: «Busquem o homem de Deus na casa de Eufêmio». O imperador perguntou a Eufêmio: «Por que não nos disseste que em tua casa vive um homem de Deus?». Eufêmio respondeu: «Não sei do que estão falando!»
Então o imperador Honório e o Papa Inocêncio decidiram ir à casa de Eufêmio para conhecer quem era aquele homem de Deus. Quando chegaram à estância, souberam pelos criados que na pequena casa vivia um homem que rezava e jejuava. Entraram na pequena casa e viram um homem morto caído ao chão. Seu rosto resplandecia e de seu corpo exalava um aroma.
O imperador viu o papel na mão de Alexis, tomou e começou a ler. Finalmente Eufêmio e todos os presentes souberam que aquele mendigo que há tanto tempo vivera ali era o seu filho perdido. Os pais sofreram muito por saber tão tardiamente que aquele era seu filho. Mas lhes consolava saber que ele tinha alcançado a santidade.
Santos Crisanto e Daria (e, com eles, Claudia, Hilária, Jason e Mauro) foram martirizados em Roma, no ano de 283. Crisanto era filho de um ilustre senador. Teve uma brilhante educação e aprendeu a amar as letras desde sua juventude. Adquiriu o Evangelho e as Epístolas e as leu com muito interesse. Maravilhava-se com as mensagens profundas do Evangelho, porém não entendia muitas coisas. A Providência Divina fez com que Crisanto conhecesse um sacerdote que lhe explicou detalhadamente a fé cristã. Aprofundando-se nos estudos do Evangelho e se sentindo iluminado com as verdades cristãs, Crisanto deixou os equívocos pagãos de sua família e foi batizado. Desejando converter outros pagãos à fé cristã, começou destemidamente a pregar o Evangelho. Quando seu pai, pagão, soube do batismo de seu filho, pretendendo afastá-lo do cristianismo, colocou-o num cárcere, deixando que passasse frio e fome. Ao contrário, estas provações fortaleceram ainda mais a sua fé. Então seu pai o libertou e casou-o com Daria, uma sacerdotisa da deusa Vesta, esperando que ela pudesse persuadi-lo a voltar ao paganismo.
Mas, ao contrário, Crisanto foi quem a converteu à fé cristã, e ela também foi batizada. Quando faleceu o pai de Crisanto, a casa do jovem casal tornou-se um lugar de refúgio e abrigo aos cristãos. Mais tarde, Crisanto e Daria foram denunciados ao magistrado romano Claudio como seguidores do cristianismo. Testemunhando como suportavam os cruéis suplícios, e os milagres que operavam, Claudio também converteu-se ao cristianismo com sua esposa Hilária e seus filhos Jason e Mauro. Por ordem do imperador, Claudio foi afogado com uma pedra atada ao pescoço e os filhos foram decapitados. A mãe, Hilária, viu suas tumbas antes de ser martirizada. Crisanto e Daria, depois de sofrerem horríveis suplícios, foram enterrados vivos. Mais tarde os cristãos de Roma reuniram-se em uma caverna próxima ao lugar do martírio para homenageá-los; os pagãos, ao saberem disso, obstruíram a entrada da caverna e todos os que estavam lá dentro morreram de fome. Dentre os que morreram nomeiam-se o presbítero Deodoro e o diácono Mariano.
São Barlaam foi um agricultor numa aldeia localizada nas proximidades de Antioquia. Sua fé em Cristo mexeu com seus perseguidores que o mativeram durante um longo tempo na prisão antes que fosse julgado. O juiz zombou da aparência e linguagem rústicas de Barlaam, mas não podia deixar de reconhecer e admirar suas virtudes e sua firmeza. Apesar disso, foi cruelmente açoitado, mas de sua boca não se ouviu uma única queixa. Depois, como consequência das torturas que sofreu, teve os ossos desconjuntados. Como também isso não surtisse os efeitos esperados, o prefeito o ameaçou de morte, ordenando que lhe mostrassem a espada e feixes manchados com o sangue de outros mártires. Barlaam tudo assistiu sem dizer uma palavra. O juiz, envergonhado ao se sentir vencido, ordenou que fosse levado de volta para o prisão, enquanto planejava um tormento ainda pior. Finalmente, acreditou que tivesse descoberto uma forma para fazer com que Barlaam renegasse sua fé e oferecesse sacrifícios ao ídolos.
O prisioneiro foi conduzido diante de um altar onde se encontrava um braseiro. Os guardas puseram incenso na mão de Barlaam que estava presa, de tal modo que, ao menor movimento, o incenso caísse sobre as brasas como num gesto de sacrifício. Embora, na realidade, tal movimento resultasse de um ato instintivo, Barlaam, temendo escandalizar seus irmãos, manteve firme sua mão direita sobre o fogo ate que o calor a queimasse inteiramente. Logo depois, entregou seu espírito ao criador sem, no entanto, abandonar a sua fé. Isso se deu no ano 304 da era cristã.
Outras comemorações do dia:
- S. Abdias, profeta (séc. IV a.C);
- Ss. Anthimos e Talaleos;
- Ss. Cristóforo, Eufimia e seus filhos, mártires.
Leituras bíblicas:
— Ep.: Col 4:10-18;
— Ev.: Lc 16:15-18; 17:1-4.
O monastério de São Savas situava-se em Jerusalém. Na época do imperador Heráclios (620-641), os árabes se dirigiram àquele monastério com a intenção de saqueá-lo, pois acreditavam que lá havia um grande tesouro. Contudo, essa expectativa foi frustrada, pois os próprios monges lhes advertiram que lá não havia tesouro algum e que eles viviam da oração. Os invasores ficaram revoltados e obrigaram os monges a negar a fé em Jesus Cristo, ameaçando-os de morte, caso não o fizessem. Apesar disso, nenhum monge negou sua fé e, assim sendo, tomaram o caminho da eternidade rumo a Cristo: alguns monges foram decapitados, outros desfigurados e outros ainda foram mortos pela espada. Fazendo referência à grande fé destes santos mártires, lembramos o que São Paulo escreveu na sua epístola aos Gálatas: «E é evidente que pela lei ninguém será justificado diante de Deus, porque o justo viverá da fé» (Gal 3,11).
Desde muito jovem, Tiago (Jacob) levava uma vida piedosa, trilhando os caminhos da santidade, devotando-se de todo o coração à fé e à doutrina da Igreja. Foi eleito bispo na época da Iconoclastia ou iconoclasmo. Pouco tempo depois, passou a viver recluso, e tal era a austeridade que se impunha que chegou até mesmo a privar-se do pão. Apesar de tantas privações sua fé nunca esmaeceu. Perseverou com firmeza até o ultimo momento de sua vida, recordando-nos assim as palavras do Apóstolo São Paulo em sua segunda Carta à Timóteo: «Sofre, pois, comigo, as aflições, como bom soldado de Jesus Cristo» (2Tm. 2,3). Assim padeceu como um bravo soldado do SENHOR.
Em meados do século IV, quando arianos e semiarianos propagavam suas heresias, Basílio era então sacerdote em Ancira. Era um santo homem que recebeu sua formação na verdadeira doutrina da Igreja pelo bispo Marcelo. Depois que o bispo Marcelo foi desterrado pelo imperador Constâncio, e que um semiariano chamado Basílio ocupou a sede de Ancira, o sacerdote Basílio não cessou de exortar seu povo a permanecer fiel à sua fé. Em 360, os arianos radicais dominaram a região e depuseram o bispo semiariano, proibindo Basílio de, sequer, assistir aos ofícios religiosos. Contudo, desobedecendo estas imposições e apoiado por seus fiéis, Basílio conseguiu recuperar muitos dos que haviam sido enganados e defendeu a fé, desafiando as ordens do imperador Constâncio. Quando Juliano, o Apóstata chegou ao trono, a perseguição explicita cessou temporariamente, pois o imperador quis empregar métodos mais sutis para combater os cristãos e minar sua fé.
Contudo, em alguns casos perdeu a paciência e autorizou alguns castigos aos cristãos. Basílio, que continuava seus esforços contra a política imperial de Ancira, foi preso e acusado de incitar o povo contra os deuses pagãos, e de falar abertamente contra o imperador e a sua religião. Basílio professou sua fé e foi martirizado na prisão. Não se deve confundir Basílio, presbítero de Ancira com seu oponente Basílio, bispo (semiariano) de Ancira.
São Nikon nasceu em Nápoles, na Itália. Seu pai era pagão e sua mãe cristã, de quem recebeu os ensinamentos e doutrina do Evangelho. Ainda jovem, se fez soldado e, muito rapidamente, se distinguiu entre os companheiros por sua valentia e disciplina. Porém, desejava intimamente levar a vida de um asceta, e para alcançar este objetivo iniciou uma viagem nas proximidades de Constantinopla. Fez uma breve estadia em Xios, onde recebeu o batismo, e dedicou sua vida às práticas ascetas e aos estudos da Sagrada Escritura. O bispo local, observando seus dons espirituais, o ordenou sacerdote e, pouco tempo depois, tornou-se abade de um monastério com 190 monges que ficaram então sob sua direção. Quando seus pais faleceram, Nikon e seus monges juntamente com mais nove pessoas, formavam uma devota comunidade e foram se estabelecer na Sicília. Contudo, foram perseguidos pelo governador da época que era idólatra. Todos os monges se opuseram ao governador e, por isso, foram presos, horrivelmente torturados e, finalmente, assassinados.
Santo Artemio nasceu numa família nobre na cidade de Selêucia, da Pisídia. Durante a sua missão, o Santo Apóstolo Paulo parou nesta cidade para pregar a Boa Notícia. Artemio deixou tudo e decidiu juntar-se aos discípulos do Apóstolo. Juntamente com Paulo, navegou para Chipre (At 13:4). Seguiu e enfrentou muitos perigos para anunciar a todos os homens o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. Quando o apóstolo foi preso e acorrentado, Artemio também foi acorrentado com ele, mas com alegria sofreu a perseguição e a flagelação, complementando em seu corpo os sofrimentos da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo (cf. Col 1,24). Quando chegou à estatura da plenitude de Cristo, foi nomeado pelo apóstolo como bispo de seu país, Seleucia. Santo Artemio foi, então, o protetor das viúvas, o pai dos órfãos, o porto de salvação para todos os que estavam em risco, o médico das almas e corpos, o teto aos peregrinos.
Como o seu mestre, São Paulo (cf. 1 Cor 9:22), ele teve especial cuidado na formação de seus discípulos. As suas virtudes e seu ensino apostólico adornam a Igreja de Cristo. Sua alma repousou no Senhor quando já estava com idade avançada, e recebeu como recompensa por seu trabalho as bênçãos eternas no reino dos céus, reservadas por Deus aos seus santos desde a criação do mundo.
«Hoje, a alegria contagia a todos,
porque a antiga condenação fica sem efeito.
Hoje, chega Aquele que está em todos os lugares,
a fim de encher de alegria todas as coisas»«O mais sublime dos anjos foi enviado dos céus para saudar e anunciar a encarnação do Verbo à Virgem Maria. A virtude do Altíssimo tendo coberto Maria com sua sombra, tornou Mãe àquela que era Virgem sem núpcias»: eis o mistério celebrado na Festa da Anunciação. O Concilio de 860 afirma: «O que o Evangelho nos diz por palavras, o ícone nos anuncia pelas cores». Sendo assim, somos chamados a mergulhar na profundidade deste mistério contemplando com o coração aquilo que nossos olhos vislumbram sobre o ícone da Anunciação.
Nossos olhos são atraídos pelos esplendor dos detalhes das figuras principais deste acontecimento, iconografado de maneira tão minuciosa e precisa, que faz brotar do coração daquele que o contempla, o estupor e o êxtase divino. Um desses personagens é o Anjo Gabriel que está vestido de branco, a cor que precede a luz da manhã, a cor que anuncia o nascimento. As suas mangas são de cor azul que é a cor da imaterialidade e da pureza. Na mão esquerda, empunha um bastão, símbolo da autoridade e da dignidade da pessoa, do mensageiro e do peregrino. A sua mão direita e os seus olhos apontam para a Virgem, destinatária exclusiva daquela mensagem vinda dos Céus. Os dedos estão posicionados como na bênção tipicamente bizantina: os três dedos abertos (polegar, indicador e mínimo) recordam a Trindade enquanto que os outros dois (médio e anular) estão reunidos simbolizando a natureza divina e humana de Cristo.O Anjo está envolto numa luminosidade para distinguir que ele fora enviado por Deus como Mensageiro [Ver mais …]
No dia seguinte à Festa litúrgica da Anunciação, a Igreja nos recorda o Arcanjo Gabriel, o mensageiro que trouxe à Maria o anúncio que dela nasceria o Salvador do mundo. O arcanjo Gabriel é um dos sete principais anjos que, de acordo com o Livro de Tobias «está de pé diante de Deus» (Tob 12, 15). O nome hebraico Gabriel significa «Fortaleza de Deus». O arcanjo Gabriel é citado várias vezes nas Escrituras como um mensageiro celestial enviado por Deus para anunciar aos homens seus planos de salvação para a humanidade. Assim, o arcanjo Gabriel apareceu várias vezes ao profeta Daniel para lhe revelar o mistério da chegada do Messias, as perseguições do anticristo e sobre o fim dos tempos (Dn 8,16; 9,21). Antes da vinda do Filho de Deus ao mundo, o arcanjo Gabriel apareceu no templo ao sacerdote Zacarias e lhe comunicou sobre a concepção milagrosa do Precursor de Jesus, João, o Batista. Seis meses depois, apareceu à Virgem Maria em Nazaré trazendo-lhe a feliz mensagem de que ela havia sido a escolhida para ser a Mãe do Cristo Salvador (Lc,1).
Alguns Padres da Igreja afirmam que o Arcanjo Gabriel foi também enviado para apoiar o Salvador durante a sua oração no Horto do Getsêmani; depois, para anunciar a Mãe de Deus o dia de sua Dormição. Por isso, nos livros sagrados da Igreja é nomeado como o «Mensageiro dos milagres». Sendo o mensageiro de Deus, dos eventos dos Antigo e Novo Testamentos, o Arcanjo Gabriel deve estar muito próximo de Deus. É representado na iconografia, algumas vezes, com o lírio branco na mão que, segundo a lenda, teria trazido à Virgem Maria no dia da Anunciação.
Santa Matrona era de família grega, nascida em Tessalônica, importante cidade de Macedônia. Ficou órfã quando ainda era pequena, tendo sido adotada por um tio muito poderoso e rico. Sabendo das perseguições aos cristãos pelos infiéis, o tio de Matrona tomou suas posses e foi com ela a Roma. Em Roma, mesmo repleta de pagãos, havia muitos cristãos escondidos em diferentes e isolados lugares em conseqüência das perseguições dos infiéis. Nestes lugares podiam louvar o Santíssimo Nome de Nosso Senhor em segurança. Guiada pelo Espírito Santo, Matrona ciente do que acontecia aos cristãos, sem temer as ameaças de seu tio, ela os visitava freqüentemente para levar palavras de conforto. Os cristãos por sua vez, instruíam na fé a jovem Matrona e ensinavam a ela as Sagradas Escrituras. Contavam-lhe da gloriosa Paixão e Morte que padeceu Nosso Senhor Jesus Cristo por amor de nós, e ela escutava com muita atenção todos aqueles ensinamentos.
Inflamada pelo amor de Deus, Matrona pediu insistentemente uma imagem de Cristo para levar sempre consigo e a ela prestar sua devoção. Os cristãos, convencidos de sua devoção, deram-lhe o que pedia. Assim, com muita devoção, Matrona levava consigo uma imagem do crucificado, o que explica o fato ter sido iconografada segurando um crucifixo em sua mão direita. Tendo regressado à Tessalônica, começou a trabalhar na casa de uma viúva muito rica chamada Plantilha, uma judia que odiava profundamente aos cristãos. Sempre que possível, Matrona ia à igreja onde era abençoada e louvava Nosso Senhor Jesus Cristo. Quando a viúva soube que Matrona freqüentava a igreja cristã, ordenou que a trouxessem a sua casa e a amarrassem a um banco, sendo cruelmente açoitada; e assim permaneceu atada por um dia e uma noite. Durante a noite, veio em seu socorro um anjo que a conduziu a igreja. Quando soube do acontecido, a cruel viúva ordenou novamente que a amarrassem e açoitassem ainda com mais crueldade. Permaneceu amarrada durante três dias em absoluto jejum. Pela segunda vez, o anjo veio em seu socorro e a levou a igreja. Outra vez Pantilha repetiu as ordens e o castigo. Desta vez, porém, a violência dos açoites tiraram a vida de Matrona que entregou seu espírito ao Criador; nesta época governavam Diocleciano e Maximiano. Os tessalonicenses sepultaram reverentemente o santo corpo de Matrona.
Disse o Senhor: «Se alguém quiser ser meu discípulo, negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-me» (Mc 8,34). Estas palavras de Jesus soaram muito claras para Eródion que foi um dos 70 discípulos do Senhor. Após a transfiguração de Nosso Senhor Jesus Cristo, Eródion dedicou-se com muito esmero a pregar o Evangelho, colaborando com os apóstolos, principalmente com Pedro. Imediatamente após o martírio do Apóstolo André, Eródion foi eleito Bispo da cidade de Patras, região do Peloponeso na Grécia, cujo ministério foi exercido com muita determinação, propagando a Boa Nova àquele povo. A perseguição aos cristãos também alcançou Eródion: quando falava-lhes do amor que Jesus que tinha por todos, começaram a lhe bater e torturar. Mantendo-se firme na fé, foi decapitado por fidelidade a ela. Sua vida foi marcada pela abnegação e o amor incondicional ao Evangelho e a Cristo, e o seu sangue regou as sementes da Palavra de Deus que crescia em terras gregas.
A Igreja do Oriente comemora neste dia São Marco, Bispo de Aretusa, no Monte Líbano. Durante o reinado do imperador Constantino, Marco de Aretusa demoliu um templo pagão e construiu sem eu lugar uma igreja, convertendo muitos à fé cristã. Isto fez com que a população pagã ficasse ressentida, e queriam vingar-se de Marco. No entanto, como o imperador era cristão, não puderam fazê-lo tão depressa quanto pretendiam. A oportunidade chegou quando Juliano, o apóstata, ocupou o trono e proclamou que todos os que haviam destruído templos pagãos deveriam reconstruí-los ou pagar uma pesada multa. Marco, que não podia e nem queria obedecer, fugiu da fúria de seus inimigos. Contudo, quando soube que alguns cristãos foram presos, regressou e se entregou. Marco foi arrastado pelos cabelos pelas ruas, açoitado e preso e, posteriormente, perfurado com estiletes.
Amarraram suas pernas com correntes tão apertadas que chegaram a cortar sua carne até os ossos; também teve suas orelhas decepadas. Por fim, untaram-no de mel e o suspenderam no alto, em pleno sol do verão do meio dia, para que vespas e moscas viessem picar seu corpo. Mesmo em meio aos sofrimentos, não desejava mal aos seus carrascos já que estes o elevaram ainda mais perto dos céus, enquanto eles próprios se arrastavam sobre a terra. Aos poucos, a fúria do povo transformou-se em admiração, e deixaram Marco partir em liberdade. Marco viveu em paz até o fim de sua vida, e morreu durante o reinado de Joviano, o Valente. São Cirilo foi diácono de Heliópolis, cidade próxima do Líbano. Também ele destruiu vários templos pagãos, na época do reinado de Constâncio, atraindo sobre si a ira dos pagãos. Com a vinda do imperador Juliano, os pagãos o martirizaram junto com outros cristãos.
São João Clímaco nasceu no ano 580. Clímaco foi um monge do Monte Sinai, e deve o seu cognome a um livro seu, Escada (Klímax – Clímaco). A Escada é um resumo da vida espiritual, concebida para os solitários e contemplativos. Para Clímaco, a oração é a mais alta expressão da vida solitária; ela se desenvolve pela eliminação das imagens e dos pensamentos. Daí a necessidade da ‘monologia’, isto é, a invocação curta, de uma só palavra, incansavelmente repetida, que paralisa a dispersão do espírito. Essa repetição deve assimilar-se com a respiração. João Clímaco faleceu por volta do ano 650.
O nome de São João Clímaco é uma alusão à palavra «klímax», que em grego significa escada. São João decidiu adotar este nome em virtude do livro escrito por ele mesmo, intitulado «A Escada para o Paraíso», com seus 30 degraus, uma obra que influenciou a conduta de vários religiosos, tanto no Ocidente quanto no Oriente.
Nesta obra ele explica que existem 30 degraus a serem galgados para que possamos atingir a perfeição moral. Este livro foi um grande sucesso na época e chegou até mesmo a influenciar monges e outros religiosos cm sua conduta particular, tanto no Ocidente como no Oriente. A importância desta obra literária para a época pode ser notada na utilização do símbolo escada na arte bizantina.
São João Clímaco foi muito famoso como homem santo em toda a Palestina e Arábia. Viveu por volta do ano 650 e morreu no Monte Sinai. Conta-se que ele era palestino e na adolescência ingressou cm um mosteiro no Monte Sinai, onde passou a dedicar sua vida às orações e à meditação. Até os 35 anos viveu desta forma, mas quando seu mestre faleceu resolveu encerrar-se cm uma cela e viver à moda dos monges do deserto: jejuando, orando e estudando a Bíblia. Durante este novo período de sua vida São João Clímaco decidiu nunca mais comer carne, fosse ela vermelha ou branca. Também passou a sair de sua cela apenas para participar da Eucaristia, aos domingos.
Já com 70 anos foi eleito bispo do Monte Sinai, muito embora preferisse continuar com sua vida isolada. Nesta época construiu hospitais para a população mais pobre, ajudado pelo papa Gregório Magno. Os últimos quatro anos de sua vida foram dedicados a viver como ermitão. Neste período de total isolamento ele escreveu Escada para o Paraíso.
Fonte: Revista Santo do Dia,
ed. Casa Dois, S. Paulo, 2001.
DITOS DE SÃO JOÃO CLÍMACO
«O verdadeiro monge: o olhar da alma, imóvel; o sentido corporal, inabalável… uma luz que não se apaga aos olhos do coração».
«Aqueles cujo espírito aprendeu a orar, na verdade falam ao Senhor face a face, como os que falam ao ouvido do imperador; aqueles cuja boca ora, fazem lembrar os que se prostram diante do imperador, na presença de toda corte. Os que vivem no mundo, são os que dirigem sua súplica ao imperador, na balbúrdia de todo povo».
«Que vossa oração ignore toda multiplicidade: uma única palavra bastou ao Publicano e ao filho pródigo para obter o perdão».
«O grande herói da sublime e perfeita oração diz: ‘prefiro dizer cinco palavras com a minha inteligência…'(1Cor 14,19). As crianças pequenas não tem idéia disso: imperfeito como somos, com a qualidade também nos é necessária a quantidade. A segunda consegue para nós a primeira».
«A solidão do corpo é a ciência e a paz da conduta e dos sentidos; a solidão da alma, a ciência dos pensamentos e um espírito inviolável. O amigo da solidão é um espírito de sentinela, valente e inflexível, sem sono, à porta do coração, para derrubar e matar os que se aproximam».
«O hesicasta é quem aspira a limitar o incorporal numa morada de carne. O gato aspira o ratinho; o espírito do hesicasta espreita o ratinho invisível».
«O monge tem necessidade de grande vigilância e de um espírito isento de agitação. O cenobita tem freqüentemente o apoio de um irmão; o monge, o de um anjo».
«Fechai a porta da cela a vosso corpo, a porta dos lábios às palavras, a porta interior aos sentido».
«A obra da solidão (hesychia) é uma despreocupação total por todas as coisas, razoáveis ou não».
«Basta um fio de cabelo para embaralhar a vista; basta uma simples preocupação para dissipar a solidão (hesychia), pois a solidão é despojamento dos pensamentos e renúncia às preocupações razoáveis».
«Quem possui verdadeiramente a paz, não se preocupa mais com o próprio corpo».
«Quem quer apresentar a Deus um espírito purificado, e se deixa perturbar pelas preocupações, assemelha-se a alguém que tivesse entravado fortemente as pernas e pretendesse correr».
«É grande a utilidade da leitura para esclarecer e recolher o espírito».
«Procurai vossas luzes sobre a ciência da santidade, mais nos trabalhos do que nos livros».
«Quem se sente diante de Deus, do fundo do coração, será como uma coluna imóvel durante a oração».
«O monge que vela é um pescador de pensamentos; sabe distingui-los sem dificuldade, na calma da noite, e apanhá-los».
«Nada de rebuscamento nas palavras de vossa oração: quantas vezes os balbucios simples e monótonos das crianças fazem o pai ceder!»
«Não vos entregueis a longos discursos, para que vosso espírito não se dissipe na procura das palavras. Uma única palavra do Publicano comoveu a misericórdia de Deus; uma única palavra cheia de fé salvou o Ladrão».
«A prolixidade na oração freqüentemente enche o espírito de imagens e o dissipa, enquanto muitas vezes o efeito de uma única palavra (monologia) é recolhê-lo».
«Senti-vos consolados e enternecidos por uma palavra da oração? Parai nessa palavra; isso quer dizer que o nosso anjo da guarda então ora conosco».
«Nada de segurança demais, mesmo tento conseguido a pureza; mas, sim, uma grande humildade, e sentireis então maior confiança».
«Quando vos tiverdes revestido da doçura da ausência de ira, não vos será mais muito custoso libertar vosso espírito do cativeiro».
«Trabalhai para elevar o vosso pensamento, ou melhor, para recolhê-lo nas palavras de vossa oração; se a fraqueza da infância o faz cair, levantai-o».
«O primeiro degrau da oração consiste em expulsar, por meio de um pensamento (ou uma palavra) simples e fixo (monologicamente), as sugestões, no momento mesmo em que se manifestam. O segundo, em conservar nosso pensamento unicamente no que dizemos e pensamos».
«Ressuscitados do amor pelo mundo e pelos prazeres, afastai as preocupações, despojai-vos dos pensamentos, renunciai ao corpo, uma vez que a oração nada mais é que um exílio do mundo visível e invisível».
«Não se aprende a ver; é um efeito da natureza. A beleza da oração também não se aprende através do ensinamento. Ela tem em si própria o seu mestre; Deus ‘que ensina ao homem o saber’ (Sl 94,10) dá a oração e abençoa os anos dos justos».
Santo Acácio, cognominado Agatangelo, isto é, bom Anjo, viveu como bispo de Antioquia quando Décio era imperador romano. Em Antioquia existiam muitos Marcionitas, que abandonaram a religião, quando os católicos guiados pelo bispo, ficaram firmes na fé. O próprio bispo, por motivos de religião, foi citado perante o tribunal de Marciano. Este lhe disse: ” Tens a felicidade de viver sob a proteção das leis romanas. Convém, pois, que honres e veneres nossos príncipes, nossos defensores”. Acácio respondeu-lhe: “Quem poderá ter nisso mais interesse que os cristãos, e por quem o imperador é mais amado, senão por eles? É a nossa oração constante, que tenha longa vida aqui no mundo, governe com justiça os povos e lhe seja conservada a paz; nós rezamos pela salvação dos soldados e de todas as classes do império”.
Marciano: “Tudo isto é muito louvável, mas para dar ao imperador uma prova de submissão, vem comigo e oferece o sacrifício aos deuses”. Acácio: “Já te disse que faço oração ao supremo Deus pelo imperador; este, por’m, como criatura nenhuma, não poderá exigir de nós que lhe sacrifiquemos”. Marciano: ” Dize-me, pois, a que Deus adoras, para que possamos acompanhar-te em tuas orações”. Acácio: “Oxalá o conheças!” Marciano: “Que nome tem ele?” Acácio: “É o Deus de Abraão, Isaac e Jacó” Marciano: “São deuses também?” Acácio: “Não são deuses, mas homens a quem Deus se comunicou. Há um só Deus a quem é devida toda a oração”. Marciano: “Afinal, quem é esse Deus?” Acácio: “É o Altíssimo, que tem seu trono sobre Querubins e Serafins” Marciano: “Que coisa é Serafim? ” Acácio: “Um mensageiro do altíssimo e príncipe dos mais distintos da corte celestial” . Marciano: “Deixa de contar-nos as tuas fantasias. Abandona aqueles seres invisíveis e adora aos deuses visíveis”. Acácio: “Dize-me que deuses são” Marciano: ” É Apolo, o salvador dos homens, que nos defende contra a peste e a fome, que ilumina e governa o mundo” Acácio: “Eu adorar a Apolo, que não pode salvar-se a si mesmo; a Apolo, cujas paixões inconfessáveis são conhecidas por Dafne e Narciso; a Apolo que, como um companheiro de Netuno, trabalhou como pedreiro, para ganhar pão; eu adorar a Apolo? Pelo mesmo motivo podia queimar incenso a Esculápio, vítima do assassino Júpiter, à lúbrica Venus e a outros aventureiros do vosso culto. Isto eu nunca farei, embora custe a minha vida . como poderia adorar divindades, cuja imitação é uma vergonha e cujos imitadores são punidos pela lei?” Marciano: “Sei que vós cristãos, injuriais os nossos deuses. Por isso eu te ordeno que me acompanhes ao banquete, que será dado em homenagem a Júpiter e Juno” Acácio: ” Poderia eu adorar um homem , cujo túmulo ainda existe na ilga de Creta? Por acaso ressuscitou?” Marciano: “Basta de palavras: escolhe entre o sacrifício ou a morte” Acácio: “Esta é a linguagem dos saltadores na Dalmácia: a bolsa ou a vida! Nada. Nada receio; se fosse eu um adúltero, salteador ou ladrão, eu mesmo me julgaria; se, porém, me condenam por ter adorado a Deus vivo e verdadeira, a injustiça está ao lado do juiz”. Marciano: “Tenho ordem de obrigar-te ao sacrifício ou punir tua desobediência” Acácio: “Ordem minha é não negar a Deus; devo obedecer Deus poderoso e eterno que disse que negará perante seu Pai àquele que negar diante dos homens” Marciano: “Estás confessando o erro da tua seita, em dizer que Deus tem um filho”. Acácio: “Sem dúvida, que tem”. Marciano: “Quem é este Filho de Deus?” Acácio: “A palavra da verdade e da graça”. Marciano: “Este é seu nome?” Acácio: “Não me perguntes pelo seu nome, mas quem era” Marciano: ” Qual é pois seu nome?” Acácio: ” Jesus Cristo”. Marciano: “De que esposa Deus teve este filho?” Acácio: “Deus tem seu filho, não de maneira humana, gerado de mulher; pois o primeiro homem foi criado por suas mãos. De limo da terra formou o corpo humano e deu-lhe um espírito. O Filho de Deus,o Verbo da Verdade, saiu do coração de Deus, como está escrito: meu coração produziu boa palavra”. (S. 44,1).
Marciano insistiu que sacrificasse aos deuses e imitasse os exemplos dos Montanitas, dando assim um bom exemplo de obediência. Acácio, por’m, respondeu: ” O povo obedece a Deus e não a mim” Marciano: “Dize-me os nomes daqueles que compõem o teu povo” Acácio: “Estão escritos no livro da vida” Marciano: “Onde estão os feiticeiros teus companheiros e pregadores de nova doutrina?” Acácio: “Ninguém condena a feitiçaria mais do que nós a condenamos” Marciano: “Esta nova religião, que introduzís, é feitiçaria” Acácio: “É feitiçaria atirar ao chão ídolos feitos por mão humana? Nós temos medo só daquele, que é Senhor do Universo, que nos ama como um Pai, que como Pastor misericordioso, nos salvou da morte e do inferno”. Marciano: “Dize-me os nomes que te pedi, se quiseres poupar-te dos tormentos”. Acácio: “Aqui estou diante do tribunal. Desejas saber o meu nome e dos meus companheiros. Como vencerás os outros, se eu sozinho te envergonho? Pois seja feita a tua vontade. Eu me chamo Acácio, ou Agatangelo, e com este nome sou mais conhecido. Meus companheiros são Piso, bispo de Tróia e o sacerdote Menandro. Agora faze o que entenderes” Marciano: “Hás de ficar preso, até que o imperador tenha tomado conhecimento do teu processo”.
Décio ficou comovido pela leitura das atas e concedeu a Acácio plena liberdade no exercício da religião. Ignora-se a data da morte do Santo. Os gregos, egípcios e todas as Igrejas do Oriente celebram-lhe a festa no dia 31 de março.