Outubro
Homem de coração obediente, submisso aos divinos mandamentos. Isto Santo Ananias mostrou quando, aparecendo a ele, Deus lhe ordenou: «Encontra Saulo!» Saulo era o terror dos cristãos de sua época. Ananias, obedecendo ao mandato de Deus, foi ao encontro de Saulo na casa de Judas. «E havia em Damasco um certo discípulo chamado Ananias; e disse-lhe o Senhor em visão: Ananias! E ele respondeu: Eis-me aqui, Senhor. E disse-lhe o Senhor: Levanta-te, e vai à rua chamada Direita, e pergunta em casa de Judas por um homem de Tarso chamado Saulo; pois eis que ele está orando». (At 9,10-11). Chegando à casa de Judas, Ananias curou Saulo e o batizou em seguida com o nome de Paulo, aquele que se tornaria o grande «Apóstolo das nações». Mais tarde, Ananias foi para a cidade de Elefterópolis onde, pregando e ensinando a palavra de Deus, iluminou a muitos, convertendo-os à fé cristã.
Isto produziu um grande movimento e preocupação entre os idólatras e pagãos, resultando em sua prisão por ordem do governador Luciano. Este, de muitas maneiras, procurou convencer Ananias a renegar a sua fé. Ananias, porém, manteve-se inamovível, sendo por isso submetido a várias formas de tortura, o que o levou a entregar a sua alma a Deus.
Outras comemorações do dia:
- S. Romano, o Melode († c. 557);
- S. Savas de Visera, o milagroso.
Leituras bíblicas:
— Ep.: At 9: 10-19;
— Ev.: Lc 6: 17-23.
São Cipriano era um homem nobre e muito rico, filósofo em Cartagena da Líbia e viveu nos anos do imperador Décio. Converteu-se à fé cristã já adulto, aos quarenta anos de idade, tendo vivido até então como um pagão. Conta-se que depois de sua conversão, encontrou a paz e a felicidade, o que sempre havia buscado, mas que, por diversas circunstâncias, não havia podido alcançar. E esta felicidade, entre outras coisas, a viu clara ao entregar sua vida aos pobres do Evangelho. Esta é a principal constante na vida de todos os santos. Tal era o prestígio que Cipriano desfrutava entre os fiéis de Cartago que, dois anos apenas depois que se tornou um cristão, o elegeram bispo e chefe da Igreja na África. Entretanto, a perseguição aos cristãos pelo imperador Décio teve início e, os mesmos fiéis que tanto o amavam aconselharam-no a esconder-se. E assim, salvou sua vida, pelo menos por algum tempo Sim, porque, algum tempo depois, teve início uma nova onda de perseguição aos cristãos, desta vez sob Valeriano, e Cipriano foi preso e desterrado depois. Mais tarde teve de apresentar-se em Cartago onde morreu no dia 02 de outubro do ano 257.
Outras comemorações do dia:
- S. Justina, virgem e mártir de Nicomédia († 304);
- Ss. Eleutério e Rusticos, mártires de Atenas;
- S. André, o beato por amor a Cristo;
- S. Teófilos, o confessor.
Leituras bíblicas:
— Ep.: I Tim 1: 12-17;
— Ev.: Lc 5: 17-26.
São Dionísio é mencionado no livro dos Atos dos Apóstolos juntamente com sua esposa Damarás. Converteu-se ao cristianismo através das pregações do Apóstolo São Paulo, quando este visitou Atenas na Grécia. Conhecedor da filosofia grega, Dionísio era um dos conselheiros da suprema corte de justiça, conhecida também por Comitê Areópago. Diz-se que no dia da crucifixão do Senhor em Jerusalém, Dionísio viu um eclipse solar , fenômeno desconhecido da astronomia daquela época. Tal fato fez com que Dionísio dissesse: «Ou Deus está ofendido, ou o fim do mundo está próximo»! Quando São Paulo passou por este centro cultural de Atenas que era o Areópago, proclamou a célebre homilia: «Atenienses, em tudo vos vejo um tanto supersticiosos; porque, passando eu e vendo os vossos santuários, achei também um altar em que estava escrito: Ao Deus Desconhecido. Esse, pois, que vós honrais, não o conhecendo, é o que eu vos anuncio» (At. 17, 22); e começou a pregar o Deus verdadeiro.
Por mais que, por causa disso, muitos tivessem zombado de Paulo, outros aderiram à fé e creram; e entre esses estava Dionísio. A tradição nos diz que Dionísio foi o primeiro Bispo de Atenas. Também se conta que ele, Dormição da Santíssima Mãe de Deus, ele se fez presente no Espírito Santo. Viveu 90 anos e foi decapitado durante a perseguição aos cristãos na época do imperador Domiciano (96 dC) Seu crânio está conservado no Monastério búlgaro Docheiariou, no Monte Athos. Desde o século V, divulgaram-se uns escritos místicos intitulados «Dionísio, o Areopagita», que tiveram certa importância para a Igreja. Hoje, porém, os estudiosos afirmam que estes escritos podem não ter sido de sua autoria, mas que, o mais provável é que tenham sido compilados por um desconhecido das terras sírias, nas últimas décadas do século V. Por tal razão, tais escritos são conhecidos hoje como «Escritos apócrifos de Dionísio, o areopagita».
Outras comemorações do dia:
- S. João, o Cozebita, bispo de Cesaréia;
- Ss. Rusticus e Eleutherios, Mártires.
Leituras bíblicas:
— Ap.: At 17:16-34;
— Ev.: Lc 6:24-30.
Diz-se que Santo Amon foi o primeiro dos Padres do Egito, e que fundou um monastério em Nitria, tornando-se um dos mais célebres ermitões do deserto. Depois da morte de seus pais, que eram pessoas de muitas posses, seu tio e outros parentes obrigaram o jovem a se casar. Nessa época Amon estava com vinte e oito anos de idade. Lendo para a sua esposa os louvores de São Paulo, no estado de virgindade, conseguiu convencê-la a viver com ele em absoluta continência durante 18 anos. Amon se mortificava severamente, preparando-se para a austeridade da vida do deserto.
Passava dias inteiros entregue ao trabalho, numa grande plantação de árvores de bálsamo. Ceava com sua esposa algumas ervas e frutos, retirando-se depois para a oração que se estendia noite adentro. Quando seu tio e os outros parentes que tinham interesse em que permanecesse na vida do mundo morreram, Amon conseguiu o consentimento de sua esposa e retirou-se ao deserto de Nitria. Sua esposa reuniu em sua casa uma comunidade de mulheres devotas, e Santo Amon as visitava duas vezes ao ano para dirigi-las no caminho da vida espiritual.
Nítria se chama, atualmente Wady Natrun, estando situada há uns cento e dez quilômetros ao sudeste de Alexandria. Há uma descrição deste lugar que diz o seguinte: «É um pântano doentio e coberto de ervas, infestado de répteis e insetos venenosos. Existem bons e maus oásis. O oásis pantanoso de Nítria recebeu esse nome porque suas águas são salgadas. Os ermitões o elegeram porque era ainda pior que o deserto».
Os primeiros discípulos de Santo Amon viviam em celas separadas até que Santo Antônio, o Grande, os aconselhou que se reunissem sob a direção de um diretor sensato. No entanto, o monastério não passava, até então, de uma espécie de colônias de celas independentes. O próprio Santo Antônio escolheu o lugar para o seu grupo de monges. Santo Amon e Santo Antônio costumavam visitar-se um ao outro com frequência.
Santo Amon levava uma vida de muita austeridade. Desde que chegou ao deserto, acostumou-se a alimentar-se de pão e água e apenas uma vez ao dia e, às vezes, a cada três ou quatro dias. Assim o fez até o fim de seus dias. Entre os muitos milagres atribuídos a ele, Santo Atanásio faz referência a um em sua obra «A Vida de Santo Antão». Em certa ocasião, Santo Amon precisou cruzar o rio em companhia de um de seus discípulos, Teodoro, As águas tinham alcançado um nível elevado. Se discípulo se afastou um pouco para despir-se. Santo Amon não gostava de despir-se para atravessar o rio, mesmo quando estava sozinho. De súbito, foi transportado, milagrosamente para a outra margem. Quando chegou a sua vez, Teodoro percebeu que seu mestre não estava molhado. Perguntou-lhe, então, o que havia acontecido. Santo Amon não viu outra saída senão revelar a Teodoro o milagre, na condição de que seu discípulo prometesse não revelar nada a ninguém enquanto ele, Amon, estivesse vivo. E viveu até alcançar a idade de setenta e dois anos. Santo Antônio encontrava-se, então, a uma distância de treze dias de viagem, e soube que seu amigo havia morrido através de uma visão em que presenciou a alma de Santo Amon subindo aos céus.
Outras comemorações do dia:
- S. Hieroteos, bispo de Atenas e discípulo de S. Paulo (séc. I);
- Ss. Gury e Barsonuphi de Kasán, encontro dos preciosos restos mortais;
- Ss. Dômnina, mártir, e suas filhas;
- S. João, o Eremita.
Leituras bíblicas:
— Ep.: Gal 4: 28-31; 5: 1-10;
— Ev.: Lc 6: 24-30.
Karitina trabalhava como empregada na casa de um homem muito rico chamado Claudio. Quando o governador Dometio (290) soube que Karitina era cristã, ordenou que fosse presa e, mais tarde, que a trouxessem a sua presença para ser interrogada. Claudio ficou muito angustiado com a prisão de Karitina, mas foi confortado pelas palavras da santa que o admoestava a não se entristecer, mas, ao contrário, que devia se alegrar, porque a sua morte seria uma bênção já que, «Deus aceita com alegria um sacrifício ofertado com perfume de suavidade» (Fl 4,18). Claudio, emocionado com o que Karitina lhe disse, respondeu: «Lembra-te de mim quando estiveres com o Rei Celestial». Na presença do governador, Karitina reafirmou, com inquebrantável firmeza, a sua fé em Cristo. Ao ver a posição firme da Santa, Dometio ordenou que lhe cortassem a cabeça. Milagrosamente, ela sobreviveu. Então puseram sua cabeça sobre brasas acesas, derramando vinagre sobre ela. Depois, com uma pedra atada ao seu colo, foi jogada no mar. Novamente, a Graça de Deus se faz presente, preservando milagrosamente a sua vida. Por fim, o governador ordenou que fosse deixada para viver numa casa de prostituição. Karitina então suplicou a Deus que a livrasse daquele martírio, e entregou sua alma a Deus.
Outras comemorações do dia:
- Ss. Pedro, Alexis, Jonas, Felipe, Hermógenes e Tikon, metropolitas de Moscou e toda Rússia, os milagrosos;
- S. Metódia de Simolus;
S. Evdokimos de Monte Athos.
Leituras bíblicas:
— Ep.: Gal 5: 11-21;
— Ev.: Lc 6: 37-45.
Era um dos doze apóstolos do Senhor e pertencia a uma família de pescadores. Após ter ressuscitado, Cristo apareceu aos discípulos e Tomé não estava presente. Tomé desconfiava, por não ter visto o Senhor, de que fosse verdade a aparição. O Evangelho de São João relata:
Ora, Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. Disseram-lhe, pois, os outros discípulos: Vimos o Senhor. Mas ele disse-lhes: Se eu não vir o sinal dos cravos em suas mãos, e não puser o dedo no lugar dos cravos, e não puser a minha mão no seu lado, de maneira nenhuma o crerei. E oito dias depois estavam outra vez os seus discípulos dentro, e com eles Tomé. Chegou Jesus, estando as portas fechadas, e apresentou-se no meio, e disse: Paz seja convosco. Depois disse a Tomé: Põe aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; e chega a tua mão, e põe-na no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente. E Tomé respondeu, e disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu! Disse-lhe Jesus: Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram. (Jo 20,24-29).
A tradição diz que conduzido pelo Espírito Santo, Tomé foi à Pérsia pregar o Evangelho e lá foi martirizado, sendo alvejado por lanças.
Outras comemorações do dia:
- S. Eroteus, mártir da Capadócia;
- S. Macários de Chios.
Leituras bíblicas:
— Ep.: I Cor 4: 9-16;
— Ev.: Jo 20: 19-31.
Diz-se que estes santos eram oficiais do exército romano na fronteira com a Síria. Sérgio era o comandante da escola de recrutas e Baco seu subalterno. Ambos gozavam do prestígio do imperador Maximiano, até o dia em que este se deu conta de que sempre, enquanto ia ao templo de Júpiter oferecer sacrifícios os dois soldados ficavam à porta. Imediatamente os mandou chamar para que tomassem parte da cerimônia.
Como se negassem a obedecer, o imperador ordenou que suas insígnias militares fossem retiradas e que fossem vestidos com roupas femininas e levados assim por toda a cidade. Depois os desterrou para Rosafa, na Mesopotâmia, onde o governador mandou que fossem tão cruelmente açoitados que Baco veio a falecer durante as torturas. Seu corpo foi jogado na rua, mas os corvos o protegeram contra a voracidade dos cães. (o mesmo se conta de outros santos). São Sérgio foi obrigado a caminhar um longo trecho com unhas de ferro nos pés, até o local onde foi decapitado.
Os martirológios e os escritores eclesiásticos antigos dão testemunho do martírio destes santos, porém os detalhes de sua morte não são fidedignos. No ano 431, Alexandre, o Metropolita de Hierápolis, ordenou restaurar uma igreja que estava sobre o sepulcro de São Sérgio. No século VI, as paredes desta igreja estavam cobertas de prata. Alexandre investiu muito dinheiro na restauração desta igreja e, três anos mais tarde, a região de Rosafa se tornou Diocese, ficando esta igreja fora de sua jurisdição, o que o desagradou muito. Em memória deste santo, a cidade passou a se chamar Sergiopólis. Justiniano a fortificou, honrando particularmente a memória destes mártires. A Igreja de Rosafa era uma das mais famosas do Oriente. Sérgio e Baco, juntamente com Teodoro, Demétrio, Procópio e Jorge eram os patronos do exército Bizantino.
II
São Sérgio foi martirizado na Cesareia da Capadócia, no tempo do Imperador Diocleciano. A história do seu martírio é cercada de demonstrações de fé e coragem. Os cristãos tinham convidados pelo governador da Armênia e da Capadócia para uma festa em homenagem a Júpiter e, ao entrarem no salão, foram todos presos e obrigados a adorar o ídolo do Império. São Sérgio reprovou veementemente esse culto e proclamou que somente o Deus vivo, Jesus Cristo, era verdadeiramente digno de louvor. Foi conduzido ao governador, que ordenou imediatamente a sua decapitação. O seu corpo foi recolhido pelos cristãos e enterrado por uma senhora em sua própria casa.
Outras comemorações do dia:
- S. Sérgio, o Obediente, (Monastério de Pechersk);
- S. Policronos, hieromártir;
- Ss. Juliano, presbítero e Cesareo, diácono;
- S. João, ermitão de Creta;
- S. Jonas de Marcuria.
Leituras bíblicas:
— Ep.: Ef 1: 1-9;
— Ev.: Lc 7: 17-30.
Pelágia, a penitente, era uma belíssima bailarina de Antioquia, que encantava os homens com sua dança e os ornamentos luxuosos que usava e que ostentava sua riqueza e sua vida promíscua. Numa ocasião, o patriarca de Antioquia convocou o Sínodo dos Bispos ante a Basílica de São Juliano, o mártir, onde costumava a pregar o honorável bispo de Edessa, São Nono. Pelágia passou pelo pórtico naquela ocasião, cavalgando um cavalo branco, rodeada de admiradores, com os braços e ombros descobertos, como se vestiam as cortesãs daquela época, e lançando olhares provocativos. São Nono interrompeu sua pregação, enquanto os outros bispos baixaram discretamente seus olhos, e fixou seu olhar em Pelágia até que desaparecesse de sua vista. Perguntou, em seguida, aos outros bispos: «Não vos parece muito bela esta mulher?» Os bispos, sem saber o que dizer, permaneceram calados. Nono acrescentou: «A mim, me pareceu muito bela, e creio que é uma lição de Deus para nós.
Esta mulher faz o impossível para manter sua beleza e aperfeiçoar-se na dança. Quanto a nós, não realizamos por nossas dioceses e por nossas almas, sequer a metade do que ela faz». Naquela mesma noite São Nono se viu, em sonho, celebrando a Liturgia, enquanto um grande e estranho pássaro, sujo e agressivo, tentava impedi-lo. Quando o Diácono despediu os catecúmenos, a criatura partiu com eles, mas pouco tempo depois retornou e São Nono conseguiu então apanhá-lo e mergulhá-lo na fonte do átrio. A ave saiu da água branca como a neve, desaparecendo entre as nuvens.
No dia seguinte, um domingo, todos os bispos que assistiram a Divina Liturgia celebrada pelo Patriarca, pediram a ele que pregasse. Pelágia, que sequer era catecúmena, sentiu-se impelida a ir à Igreja naquele dia e, ouvindo a pregação do Patriarca, sentiu suas palavras caírem fundo em seu coração. Tempos depois, escreveu uma carta a São Nono rogando-lhe que permitisse falar com ele. São Nono concordou em lhe conceder uma audiência, na condição de que isto acontecesse na presença de outros bispos. Ao aproximar-se de São Nono, Pelágia caiu de joelhos diante dele pedindo-lhe o batismo e suplicando para que se interpusesse entre ela e seus pecados para que o espírito do mal não tivesse mais domínio sobre sua alma. A pedido de Pelágia o Patriarca nomeou como sua madrinha Romana, a mais velha das diaconisas, e São Nono batizou Pelágina, conformando-a na fé e lhe dando a comunhão. Oito dias depois de seu batismo, Pelágia, que já havia renunciado a todos os seus bens em favor dos pobres, despojou-se da túnica branca dos batizados e, à noite, vestida como um homem, abandonou Antioquia e seguiu solitária, a pé, para Jerusalém onde se instalou numa gruta fechada, no Monte das Oliveiras. Logo ficou conhecida como «Pelágio, o monge sem barba». Três ou quatro anos mais tarde, Jacob, um diácono de São Nono, foi visitá-la e, durante sua permanência em Jerusalém, Pelagia entregou sua alma a Deus. Ao sepultá-la, descobrindo seu verdadeiro sexo, exclamaram: «Glória a ti Senhor, Jesus Cristo, porque tens na terra muitos tesouros escondidos».
Outras comemorações do dia:
- S. Pelágia, a virgem mártir de Antioquia;
- S. Taisa do Egito;
- S. Phillip, Bispo de Gortyna.
Leituras bíblicas:
— Ep.: Ef 1: 7-17;
— Ev.: Lc 7: 31-35.
São Tiago, dito «o Menor», um dos doze apóstolos, era filho de Alfeu e primo de Jesus. É identificado nos Evangelhos como «irmão do Senhor», termo esse usado pelos povos semitas para designar um grau de parentesco próximo (Mc 6,3 e Mt 13,55). Teve muita influência na comunidade de Jerusalém. Foi testemunha da Ressurreição de Jesus (I Cor 15,7) e é o provável autor da «Epístola de Tiago»; foi com ele que Paulo, depois de convertido, se foi encontrar em Jerusalém (Gl 1,18). São Tiago teve um papel importante no Concílio de Jerusalém (At 15,13-29). Morreu mártir por volta do ano 62.
II
Apóstolo de Cristo nascido em Nazaré, primo de Jesus e irmão de Judas Tadeu, também conhecido como o Desconhecido, que o evangelista Marcos chamou de o Menor para distingui-lo de Tiago, irmão de João, entra em cena como bispo de Jerusalém, após o martírio de Tiago, o Maior (42), e após o afastamento de Pedro de Jerusalém. Agricultor, era filho de Alfeu, um irmão de São José, e de Maria Cleofas, prima-irmã de Maria Santíssima.
Tornou-se um membro altamente respeitado da recém-nascida comunidade cristã em Jerusalém e é considerado o primeiro bispo de Jerusalém, cuja igreja dirigiu por cerca de vinte anos (42-62). Também chamado de o Justo pelos primeiros cristãos devido à sua grande piedade, sua imagem austera sobressai pela Epístola que dirigiu, como uma encíclica, a todas as comunidades cristãs. Pertencem a ele as tradições judaico-cristã preservadas no Evangelho dos Ebionitas, Evangelho dos Hebreus, Elevações de Tiago, na última Epístola Canônica de Tiago e possivelmente em outras obras associadas a seu nome como o Protevangelium, embora haja dúvidas sobre isso. A sua epístola (carta dos Apóstolos e comunidades cristãs primitivas) apresenta autênticos ensinamentos preservados na tradição apostólica oral, com fortes expressões de admoestações e cujo texto continua atualíssimo. Foi um observador das normas judaicas, defendendo que estas normas deveriam fazer parte do cristianismo. Com isso, tornou-se adversário de Paulo de Tarso nesta questão, mas também foi conciliador e um pregador fervoroso do ensino de Jesus. Seus ensinamentos deram origem à sucessão apostólica cristã-judaica de Jerusalém, que contribuiu para a sucessão Síria, Jacobita, Armênia e Georgiana. A sua Liturgia, que se assemelha àquela do Bispo Cyrilo de Jerusalém (386), parece ser um desenvolvimento de 5 séculos através das tradições apostólicas de Jerusalém e é ainda usada por certos ramos da ortodoxia. Durante a perseguição dos cristãos na Palestina, segundo os historiadores Hegesipo, Clemente de Alexandria e o hebreu Flavius Josephus, o apóstolo teria sido condenado por se recusar a denunciar os cristãos, sendo apedrejado até a morte, por ordem do corpo religioso do Templo, dirigido pelo sumo sacerdote Ananias.
Outras comemorações do dia:
- S. Andrônico e sua mulher Atanásia do Egito (séc.V);
- Patriarca Abraão e seu sobrinho Lot, os Justos;
- S. Poplia, confessor de Antioquia.
Leituras bíblicas:
— Ep.: I Cor 4: 9-16;
— Ev.: Mt 9: 36-38; 10: 1-8.
Estes santos viveram na época do imperador Maximiliano. Santo Eulâmpio era um jovem cristão que fugiu da cidade durante a perseguição e se refugiou numa caverna. Seus companheiros lhe enviaram a Nicomédia em busca de alimentos. Eulâmpio se deteve numa rua a ler o edito de perseguição contra os cristãos. Quando um soldado o viu e chamou a atenção dos demais para a sua presença, começou a correr. Naturalmente, sua atitude despertou suspeita e Eulâmpio foi perseguido, capturado e levado à presença do juiz. O magistrado repreendeu aos guardas por haver apreendido o jovem e, ordenando que desatassem suas mãos, começou a interrogá-lo. Depois que tomou conhecimento do nome e profissão de Eulâmpio, mandou que oferecesse sacrifícios a algum dos deuses. O jovem negou-se a fazê-lo, contestando que aqueles eram tão somente ídolos de barro. Enfurecido, o magistrado mandou que fosse açoitado. Como Eulâmpio permanecesse inamovível, ordenou que fosse amarrado e arrastado por um potro.
Sua irmã Eulâmpia correu ao seu encontro para abraçá-lo e foi também ela detida e presa. Ambos foram submetidos a diversas formas de tortura, saindo ilesos. Ao vê-los sair rejuvenescidos de um banho de azeite fervente, cerca de duzentas pessoas que presenciaram o fato se converteram à fé cristã e foram decapitados juntamente com os dois mártires de Nicomédia.
Outras comemorações do dia:
- S. Teófilo, o confessor;
- Ss. 200 monges mártires de Nicomédia;
- S. Vassianos, o Justo de Constantinopla;
- Ss. 14 sábios mártires do monastério de Optina;
- S. Pinytos, bispo de Knossos;
- S. Paulinus, arcebispo de York.
Leituras bíblicas:
— Ep.: 1Cor 15:39-45;
— Ev.: Lc 5:27-32.
Filipe era um dos sete diáconos mencionados no livro dos «Atos dos Apóstolos». Foi um dos escolhidos pelos apóstolos em Jerusalém para assistir e atender aos mais pobres membros da igreja, de modo que a comunidade era unificada entre os Palestinos Nazarenos e os judeus Helenitas que vinham a Jerusalém de outras partes do Império Romano. O diácono também ajudava os apóstolos nos seu deveres de modo a permitir que eles tivessem mais tempo para pregarem. Conforme os “Atos dos Apóstolos” Filipe foi o primeiro Nazareno a pregar na Samaria,convertendo o Simão Magnus (8:5-13) e na volta, na estrada de Jerusalém para Gaza, converteu o tesoureiro da rainha da Etiópia (231:8-9) . Continuando as suas pregações ele se instalou na Cesaréia e ali viveu com suas quatro filhas virgens que são veneradas como santas(21:8-9). São Paulo ficou em sua casa quando visitou a Cesaréia. A tradição dá a ele a honra de bispo de Tralles, Lydia e algumas vezes ele é chamado de «o evangelista» um titulo dado apenas para diferenciá-lo de um outro Filipe, o Apóstolo.
Outras comemorações do dia:
- S. Teófanes, monge, confessor e hinógrafo, metropolita de Nicéia († 845);
- S. Theofanes, o jejuador (Monastério de Pechersk);
- Ss. Mártires Zenas e Filonila; Nectários, Arsacus, Sisinius e Filóteos Kokkinos, patriarcas de Constantinopla;
- S. Ethelburga, abadessa de Barking;
- S. Kenneth.
Leituras bíblicas:
— Ep.: At 8: 26-39;
— Ev.: Lc 7: 36-50.
Simeão o Novo Teólogo é o último dos três santos da Igreja Ortodoxa que teve o título de teólogo, dando-lhe o título de “novo”, provavelmente para distingui-lo de outro Simeão contemporâneo. Simeão era um poeta que encarna a tradição mística. Ele escreveu que os seres humanos podem e devem experimentar Deus diretamente. Ele nasceu na Galácia, estudou em Constantinopla e foi designado como cortesão no atendimento aos imperadores Basil e Constantino Porphyrogenitus.
Ele abandonou sua vida de cortesão para se retirar para um mosteiro com a idade de 27 anos. Mais tarde tornou-se abade do mosteiro de São Mammas de Constantinopla. A rígida disciplina monástica de Simeão irritou alguns no mosteiro. Um dia após a liturgia alguns dos monges atacaram-no e quase o mataram. Depois que eles foram expulsos do mosteiro, Simeão pediu que eles fossem tratados com indulgência. Das autoridades da igreja, também Simeão sofreu severa oposição por considerarem as suas exigências muito difíceis.
Simeão não foi educado em Filosofia grega mas estava bastante familiarizado com a vida da igreja. Ele falou muitas vezes da experiência pessoal direta e de vez em quando atacou alguns estudiosos que via como fingindo ter um conhecimento que não tinham. Dentre as obras Simeão, destaque-se o seu Discursos Catequéticos, Hinos do Amor Divino e Três Discursos Teológicos.
Santos Probo, Táracos e Andrônico, mártires († 304)
Os Santos Mártires Probo, Táracos e Andrônico foram martirizados por Cristo no ano 304, na cidade de Tarso da Silícia. Diante da proposta dos pagãos para que oferecessem sacrifícios aos ídolos, Táracos, o mais velho dos três, que era militar, respondeu que ele só ofereceria sacrifício ao Único e Verdadeiro Deus. Vendo a firmeza dos santos em confessar a verdadeira fé, o procônsul os entregou para serem torturados. «Enquanto o meu corpo padece», – disse São Probo aos idólatras torturadores, «a minha alma é curada e revigorada». Os algozes então passaram a sofisticar ainda mais as suas formas de tortura, tanto quanto o ódio podia fazê-lo, e depois que os santos entregaram suas almas a Deus, os seus corpos foram jogados num lugar distante. Os cristãos recolheram secretamente os restos mortais dos santos dando a eles uma sepultura digna.
Outras comemorações do dia:
- S. Martin, o clemente, bispo de Tours;
- S. Cosme, o hinógrafo, bispo de Maiuma;
- Trasl. relíquias da S. Cruz e da mão direita de S. João Batista de Malta a Gatcina;
- S. Domnina, mártir;
- S. Wilfrid de York;
- (No Brasil, Panaghia de Aparecida).
Leituras bíblicas:
— Ep.: Ef 2: 19-22; 3: 1-7;
— Ev.: Lc 8: 1-3.
Os santos mártires Carpos, bispo de Phiatirea, Pápilos, diácono, Agatodoros e Agatonica, sua irmã, sofreram o martírio por amor a Cristo durante o tempo de perseguição aos cristãos, Sob o imperador Décio, no século III. O governador do distrito onde os santos viveram tomou conhecimento de que Carpos e Pápilos não celebravam as festas pagãs. Deus então ordens para prender os transgressores, não sem antes tentar persuadi-los da veracidade do culto pagão romano. Os santos contestaram que não lhes era apropriado prestar adoração a falsas divindades. O juiz, então, ordenou que fossem acorrentados e conduzidos através da cidade. Em seguida, foram amarrados a cavalos e arrastados até a cidade vizinha de Sardes. Agatodoros e Agatonica seguiram voluntariamente Carpos e Pápilos. Em Sardes, os perseguidores sufocaram Agatonica até a morte e Carpos, Pápilos e Agatodoros foram decapitados.
São Pápilos, que durante a vida era conhecido por seu dom de curar os doentes, – após sua morte por martírio, certamente intercede a Deus para que conceda a cura aos que a ele recorrem com fé.
Outras comemorações do dia:
- S. Benjamim de Pechersk, diácono;
- S. Chrissi, novo mártir da Grécia;
- S. Florêncio, mártir de Tessalônica;
- S. Meletios de Pegas, Patriarca de Alexandria;
- Ícone da Mãe de Deus Ivérskaja (Aparição da imagem milagrosa da Mãe de Deus chamada «A Ibérica»).
Leituras bíblicas:
— Ep.: Ef 3: 8-21;
— Ev.: Lc 8: 22-25.
Os pais de Nazário, Africanos e Perpetua, conta-se que eram discípulos do Apóstolo Paulo, quem os introduziu na fé e os batizou. Nazário ficou orfão muito jovem e, numa sociedade corrompida os ensinamentos da fé cristã, como os que formaram o jovem Nazário, o protegeu e colocou em destaque as suas virtude. O Santo manteve-se incorruptível, como dizia o Apóstolo Pedro: «…] purificando as vossas almas pelo Espírito na obediência à verdade, para o amor fraternal, não fingido; amai-vos ardentemente uns aos outros com um coração puro» (1ª Epístola de Pedro 1,22). O Santo não só manteve-se íntegro e honrado como, ao completar 20 anos de idade, vendeu todas as suas propriedades, repartiu o dinheiro com os pobres e iniciou uma peregrinação, pregando a Palavra do Evangelho. Indo à Milão, encontrou-se com dois piedosos homens, Gervásio e Protásio e, pregando juntos, os três alcançaram grande êxito, não só entre as pessoas do povo como nas classes sociais mais altas.
Depois disso, Nazário foi à França onde também foi muito bem sucedido em suas pregações. Entre aqueles que trouxe à fé estava o jovem Celso, um jovem de profunda fé que acompanhou Nazário de volta à Milão. Lá, encontraram-se com Gervásio e Protásio e também com a perseguição aos cristãos por parte do governador Anodinos. Logo foram chamados e forçados a negar sua fé e prestarem adoração aos ídolos, o que se negaram a fazê-lo e, por isso, foram mortos por decapitação.
Outras comemorações do dia:
- Cosme, o agiopolita, bispo de Maiúma († 760);
- S. Paraskevi da Sérvia;
- S. Nicolau Svjatosa, príncipe de Chernigov;
- S. Inácio, arcebispo de Metina;
- S. Justiniano, imperador e sua esposa, Teodora;
- S. Panteleimon, o novo mártir da Ásia Menor.
Leituras bíblicas:
— Ep.: Ef 4: 14-17;
— Ev.: Lc 9: 7-11.
Luciano nasceu em Samosata, na Síria (235-312), de pais cristãos, como ele também o foi desde muito pequeno. Logo depois da morte de seus pais, repartiu sua herança com os pobres, passando a se dedicar ao estudo das Sagradas Escrituras, pois que conservava em seu coração as palavras do apóstolo São Paulo: «Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para ensinar, defender, corrigir e guiar para o bem». Ou seja, toda a Escritura foi inspirada por Deus, sendo por isso proveitosa para ensinar a verdade, comprovar os erros, corrigir aos que pecam e educar na virtude. Tendo alcançado um profundo conhecimento da Santa Escritura, Luciano foi então ordenado sacerdote de Antioquia. Ali ele ensinou com muita dedicação e precisão a divina palavra. Luciano fundou em Antioquia escolas muito concorridas para os estudantes nas quais a doutrina e as virtudes cristãs eram ensinadas e praticadas.
Quando tomou conhecimento que em Nicomédia o imperador Diocleciano perseguia e matava cristãos, Luciano deixou Antioquia seguindo para lá para levar apoio e fortalecer na fé os cristãos que eram submetidos ao martírio. Mas logo foi apanhado e levado à prisão onde foi deixado morrer de fome.
Outras comemorações do dia:
S. Sabino, bispo de Catania;
S. Barso, o confessor;
S. Eutimio, o novo.
Leituras bíblicas:
— Ep.: Ef 4: 17-25;
— Ev.: Lc 9: 12-18.
O Santo Mártir Longino era um centurião, chefe de um regimento de soldados romanos a quem havia sido ordenado levar a cabo a condenação à morte de Nosso Senhor Jesus Cristo. Quando Pilatos emitiu a ordem de execução de Jesus por crucifixão, Longino desconhecia de quem se tratava, estando, por isso, presente durante toda esta tragédia. Em sua alma, no entanto, não havia lugar para a hipocrisia dos fariseus, tampouco para a frieza dos soldados romanos. Dirigiu um olhar em profundidade para a Vítima, observou a sua altivez, a modéstia e a tranquilidade que dela emanava. Logo depois que o Senhor exalou seu último suspiro, viu a queda do templo que se partiu em dois, sentiu a terra tremer sob seus pés, as pedras se partirem, os sepulcros se abrirem, e tudo isto o iluminou ainda mais. Já não tinha nenhuma dúvida em seu interior, e com todas as suas forças, declarou o que todos os que possuem os olhos da alma limpos declaram:
«Verdadeiramente este homem era o Filho de Deus». Longino aderiu à fé cristã e, resistindo à pressão dos romanos para que a abjurasse, acabou sendo martirizado, morrendo por decapitação.
Outras comemorações do dia:
- Ss. dois soldados martirizados com São Longino.
Leituras bíblicas:
— Ep.: I Cor 14: 20-25;
— Ev.: Mt 27: 33-54.
O santo profeta Oseias, filho de Beeri (Berí) da Tribo de Isacar, viveu e pregou no Reino de Israel no tempo próximo a sua destruição. O início de suas atividades proféticas corresponde ao final do reinado de Jeroboão II (782-752), aproximadamente no ano 740 750 a.C., até a queda de Samaria em 722. Eram tempos de decadência espiritual do povo de Israel, crescimento da idolatria e dissolução moral. A pressão da beligerante Assíria provocava a instabilidade política de Israel e frequentes ataques. O profeta Oseias acusava energicamente seus contemporâneos por seus vícios e, em particular, pelos repelentes costumes pagãos copiados dos povos vizinhos. Oseias profetizava os desastres que adviriam. De sua vida pessoal sabe-se que se casou com Gomer que lhe era abertamente infiel, o que levou a divorciar-se formalmente sem que, no entanto, deixasse de amá-la e compadecer-se dela.
Este drama pessoal mostrou ao profeta quão duros eram os efeitos da traição espiritual do povo de Israel ao seu Deus, depois que recebeu os mandamentos no Sinai. Os hebreus quebraram esta aliança, a profanaram e caíram em libertinagem espiritual. Por isso o Senhor predisse pela boca de seu profeta que os hebreus seriam rechaçados e que os pagãos seriam chamados ao Reino de Deus:
«E naquele dia farei por eles aliança com as feras do campo, e com as aves do céu, e com os répteis da terra; e da terra quebrarei o arco, e a espada, e a guerra, e os farei deitar em segurança. E desposar-te-ei comigo para sempre; desposar-te-ei comigo em justiça, e em juízo, e em benignidade, e em misericórdias. E desposar-te-ei comigo em fidelidade, e conhecerás ao SENHOR. E acontecerá naquele dia que eu atenderei, diz o SENHOR; eu atenderei aos céus, e estes atenderão à terra. E a terra atenderá ao trigo, e ao mosto, e ao azeite, e estes atenderão a Jizreel. E semeá-la-ei para mim na terra, e compadecer-me-ei dela que não obteve misericórdia; e eu direi àquele que não era meu povo: Tu és meu povo; e ele dirá: Tu és meu Deus!» Os 2,18-23)
Oséias denunciava os sacerdotes, acusando que haviam reduzido a fé em Deus a meras cerimônias formais, despidas de sentimentos, e que não instruíam o povo sobre a Lei de Deus.
«O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; e, visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos. Como eles se multiplicaram, assim pecaram contra mim; eu mudarei a sua honra em vergonha. Comem da oferta pelo pecado do meu povo, e pela transgressão dele têm desejo ardente. Por isso, como é o povo, assim será o sacerdote; e castigá-lo-ei segundo os seus caminhos, e dar-lhe-ei a recompensa das suas obras». (Os 4, 6-9).
Mais adiante o profeta chama aos que ainda são capazes de atender à sua pregação:
«Vinde, e tornemos ao SENHOR, porque ele despedaçou, e nos sarará; feriu, e nos atará a ferida. Depois de dois dias nos dará a vida; ao terceiro dia nos ressuscitará, e viveremos diante dele. Então conheçamos, e prossigamos em conhecer ao SENHOR; a sua saída, como a alva, é certa; e ele a nós virá como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra». (Os. 6, 1-3).
Eis o que é valioso para o SENHOR, nos atos humanos:
«Por isso os abati pelos profetas; pelas palavras da minha boca os matei; e os teus juízos sairão como a luz, porque eu quero a misericórdia, e não o sacrifício; e o conhecimento de Deus, mais do que os holocaustos». (Os 6, 5-6).
Diante da iminência da destruição de Israel, o profeta usou de todas as suas forças para despertar o sentimento de arrependimento. Porém, ele anteviu o que viria depois dos desastres e o que estava reservado ao final dos tempos, quando se dará a restauração completa do povo de Deus, quando todos os inimigos e, inclusive a morte, serão aniquilados. «Eu os remirei da mão do inferno, e os resgatarei da morte. Onde estão, ó morte, as tuas pragas? Onde está, ó inferno, a tua perdição? O arrependimento está escondido de meus olhos» (Os 13,14). Algumas expressões de Oséias foram citadas em alguns escritos do Novo Testamento.: Os 11, 1 >> Mt 2, 15; Os 6, 6 >> Mt 9, 13; Os 2, 23 >> 1 Pd 2, 10; Os 13, 14 >> 1 Cor 15, 55; Os 10, 8 >> Lc 23, 30, entre outros.
O conteúdo do livro do profeta Oséias segue basicamente o seguinte: sobre a esposa infiel e a infidelidade de Israel (1-2); sobre a fidelidade divina (3); acusação a Iscrael (4-7); Juízo de Deus sobre Israel (8-10); uma série de pregações curtas sobre os temas acima referidos (11-14); encerrando o livro com a promessa da salvação dos justos (14).
II
Profeta e escritor hebreu do livro bíblico de Oséias; identificado apenas como filho de Beeri. Oséias serviu como profeta de Iaweh durante os reinados dos reis Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias, de Judá, e de Jeroboão II (filho de Joás), de Israel, em fins do nono século e bem avançado no oitavo século a. C. (Os 1:1) Os profetas do mesmo período geral incluíam Amós, Isaías e Miquéias. (Am 1:1; Is 1:1; Miq 1.1) Oséias pode ser identificado como profeta (e, provavelmente, como súdito) do reino setentrional de Israel, de dez tribos. Esse reino era o principal objeto das declarações contidas no livro de Oséias. Enquanto que Judá foi citado por nome apenas 15 vezes, e sua capital, Jerusalém, nem sequer uma vez, o livro contém 44 referências a Israel, 37 a Efraim (a tribo dominante de Israel), e 6 a Samaria, a capital do reino setentrional. A maioria dos outros locais mencionados no livro eram parte do reino setentrional ou então se achavam dentro de suas fronteiras. (Os 1:4, 5; 5:1, 8; 6:8, 9; 10:5, 8, 15; 12:11; 14:6, 7). Não obstante, parece que Oséias atribuía importância primária aos reis de Judá, mencionando todos os quatro que reinaram ali durante seu ministério, ao passo que só alistou aquele que governava em Israel quando ele, Oséias, iniciou seu trabalho. (Os 1:1) Mas, em vez de isso indicar que o profeta veio de Judá ou que ali nasceu, este fator pode indicar que Oséias, assim como outros profetas de Deus, só considerava como governantes legítimos sobre o povo de Deus os reis de Judá, da família de Davi, encarando o reino setentrional de Israel como completa apostasia religiosa e civil com relação a Javé. Naturalmente, esta listagem dos governantes de ambos os reinos facilita datar com mais precisão as atividades proféticas de Oséias.
Outras comemorações do dia:
- S. André de Creta, mártir († 767);
- Ss. Cosme e Damião, Mártires e Anárgiros da Arábia;
- S. Lázaro, o justo, trasladação das relíquias.
Leituras bíblicas:
— Ep.: Rm 9: 18-33;
— Ev.: Lc 9: 44-50.
São Lucas nasceu, provavelmente, em Antioquia da Síria. Foi amigo e companheiro de São Paulo, apóstolo, na tarefa da propagação do Evangelho de Jesus Cristo. Toda a sua ciência médica e literária colocou à disposição do grande apóstolo. Entregou-lhe a sua pessoa e seguiu-o por toda a parte. Pertencente a uma família pagã, Lucas converteu-se ao cristianismo. Segundo São Paulo, era médico: «Saúdam-vos, Lucas, o médico amado e Demas» (Colossenses 4,14). A Tradição assinala que Lucas foi também pintor. Recebeu, indubitavelmente, uma excelente educação em geral, o que se deduz também pela qualidade do grego que emprega em seus escritos, muito mais puro e correto que o que usam os demais escritores do Novo Testamento. Lucas, entretanto, é mais conhecido como aquele que escreveu o terceiro Evangelho. Segundo a tradição, escreveu o seu Evangelho por volta do ano 70.
É o mais teólogo dos evangelistas sinóticos (Mateus, Marcos). Ele apresenta-nos uma visão completa do mistério da vida, da morte e da ressurreição de Cristo. Embora escrevesse mais para os gregos do que para os judeus, o seu Evangelho dirige-se a todos os homens. Mostra, com isto, que a salvação que Jesus de Nazaré veio trazer dirige-se a todos os homens. É uma mensagem universal: o Filho do homem veio para procurar e salvar o que estava perdido (Lucas 19,10). De acordo com ele, Jesus é o amigo dos pecadores; é o consolador dos que sofrem. A vinda de Jesus é causa de grande alegria. O Evangelho de Lucas propõe-se como regra de vida não somente para a pessoa em si, mas para toda a comunidade. Daí o seu cunho social. Nele se cumpriu a máxima de Jesus: “bem-aventurados os puros de coração porque verão a Deus.
Outras comemorações do dia:
- São Marino, o Mártir.
Leituras bíblicas:
— Ep.: Col 4: 5-11,14-18;
— Ev.: Lc 10: 16-21.
Joel foi o primeiro profeta que deixou anotações de suas pregações. Ele profetizava em Judá durante os reinados de Joás e Amasias, cerca de 800 anos antes de Cristo. Chamava-se a si mesmo de Petuel. Eram tempos de tranqüilidade e bonança. Jerusalém, o Sion, o templo e os serviços religiosos estavam constantemente na boca do profeta. Porém, nas catástrofes sofridas por Judá (uma seca e, sobretudo, um terrível ataque de gafanhotos) o profeta viu o início do juízo de Deus caindo sobre o povo judeu. O principal vício combatido pelo profeta era o cumprimento formal, sem verdadeiros sentimentos, dos rituais religiosos e das leis. Naquele tempo, o piedoso rei Joás esforçou-se para restabelecer a religião em Judá, alcançando apenas êxito parcial. O proveta previu um crescimento das superstições pagãs e o subseqüente castigo divino e chamou o povo hebreu a um sincero arrependimento, dizendo:
«Ainda assim, agora mesmo diz o SENHOR: Convertei-vos a mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, e com choro, e com pranto. E rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao SENHOR vosso Deus; porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e se arrepende do mal» (Jl 2, 12-13).
Frequentemente, numa mesma visão profética se juntavam acontecimentos de distintos séculos, próximos porém, no plano religioso. Assim, por exemplo, o juízo divino sobre o povo judeu se junta, em sua visão, com o juízo universal do fim dos tempos:
«Suscitem-se os gentios, e subam ao vale de Jeosafá; pois ali me assentarei para julgar todos os gentios em redor. Lançai a foice, porque já está madura a seara; vinde, descei, porque o lagar está cheio, e os vasos dos lagares transbordam, porque a sua malícia é grande. Multidões, multidões no vale da decisão; porque o dia do SENHOR está perto, no vale da decisão. O sol e a lua enegrecerão, e as estrelas retirarão o seu resplendor. E o SENHOR bramará de Sião, e de Jerusalém fará ouvir a sua voz; e os céus e a terra tremerão, mas o SENHOR será o refúgio do seu povo, e a fortaleza dos filhos de Israel. E vós sabereis que eu sou o SENHOR vosso Deus, que habito em Sião, o meu santo monte; e Jerusalém será santa; estranhos não passarão mais por ela. E há de ser que, naquele dia, os montes destilarão mosto, e os outeiros manarão leite, e todos os rios de Judá estarão cheios de águas; e sairá uma fonte, da casa do SENHOR, e regará o vale de Sitim. O Egito se fará uma desolação, e Edom se fará um deserto assolado, por causa da violência que fizeram aos filhos de Judá, em cuja terra derramaram sangue inocente. Mas Judá será habitada para sempre, e Jerusalém de geração em geração. E purificarei o sangue dos que eu não tinha purificado; porque o SENHOR habitará em Sião» (Jl 3, 12-18).
Antes, porém, do juízo final dar-se-á a descida do Espírito Santo e a renovação espiritual do povo de Deus.
«E há de ser que, depois derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões. E também sobre os servos e sobre as servas naqueles dias derramarei o meu Espírito. E mostrarei prodígios no céu, e na terra, sangue e fogo, e colunas de fumaça. O sol se converterá em trevas, e a lua em sangue, antes que venha o grande e terrível dia do SENHOR. E há de ser que todo aquele que invocar o nome do SENHOR será salvo; porque no monte Sião e em Jerusalém haverá livramento, assim como disse o SENHOR, e entre os sobreviventes, aqueles que o SENHOR chamar» (Jl 2,28-32).
O apóstolo São Pedro lembrou esta profecia no dia da descida do Espírito Santo, durante a festividade de Pentecostes. O profeta Joel falava sobre os seguintes temas: a) o ataque dos gafanhotos (1,2-20); b) a aproximação do Dia do Senhor (2,1-11); c) o chamado ao arrependimento (2,12-17); d) a misericórdia divina (2,18-27); e) a renovação espiritual (2,28-32); o juízo sobre todos os povos (3,1-17); e a bênção divina por vir (3,18-21).
Outras comemorações do dia:
- S. João de Rila, anacoreta búlgaro († 946);
- S. Varis, mártir († 307);
S. João de Kronstadt, o Milagroso; - Ss. Félix, hieromártir e Eusébio, diácono.
Leituras bíblicas:
— Ep.: At 2: 14-21;
— Ev.: Lc 9: 23-27.
Artêmio era um distinto político bizantino e fiel cristão. Constantino, o Grande, reconhecendo seus talentos morais e políticos, o nomeou duque de Alexandria. Quando Artêmio soube que Juliano torturava os cristãos em Antioquia, lembrou-se do salmo de David: «Livra-me dos crimes de sangue, ó Deus, Deus da minha salvação, e a minha língua louvará altamente a tua justiça». (Salmo 50,14). Assim foi que Artêmio, com a força que Deus lhe concedeu, foi para Antioquia e, ao chegar, pode comprovar pessoalmente as perseguições ilegais aos cristãos, censurando a atitude de Juliano. Este, não esperando por uma reação como esta de um alto dignatário, ordena então que seja aprisionado e açoitado, o que o fazem com toda a crueldade. Depois disso, Artêmio foi apedrejado, o que lhe resultou na fratura de vários ossos. Finalmente, decapitado, entregou seu espírito a Deus. As relíquias de Santo Artêmio foram guardadas por uma piedosa senhora de nome Aristi que, mais tarde, as transferiu para a Igreja do Santo Profeta e Precursor João Batista, em Constantinopla.
Outras comemorações do dia:
- S. Gerásimo de Cefalônia, o Anacoreta;
- S. Matrona de Chios.
Leituras bíblicas:
— Ep.: II Tim 2: 1-10;
— Ev.: Lc 9: 44-50.
Hilarião nasceu na cidade de Tabatha, ao sul de Gaza. Seus pais eram pagãos idólatras. O jovem fez seus estudos em Alexandria onde teve o primeiro contato com a fé cristã e, aprofundando-se nela, aos 15 anos de idade foi batizado. Tendo ouvido falar a respeito de Santo Antão, decidiu visitá-lo no deserto onde permaneceu durante dois meses observando atentamente o modo como vivia o ermitão. Depois, sentindo o desconforto pela presença de uma multidão de peregrinos que vinham de todos os lugares ao encontro do Santo para buscar conselhos espirituais, curas para seus enfermos e libertação de possessos, retornou para a sua pátria para lá servir a Deus em absoluta solidão. Como seus pais tivessem morrido durante a sua ausência, Santo Hilarião, tendo presente o exemplo de Ananias e Safira, segundo afirma São João Crisóstomo, doou uma parte de seus bens aos seus irmãos e o que restou deu aos pobres, nada conservando para si mesmo.
Depois, retirou-se a dez quilômetros de Majuma em direção ao Egito, estabelecendo-se nas dunas entre as margens do mar e um pântano. Era um jovem muito delicado e o excesso de frio ou calor lhe causavam problemas de saúde. Apesar disso, vestia simplesmente uma camisa de pele, uma túnica de couro que Santo Antão lhe havia presenteado e um curto mante de tecido comum.
Por muitos anos, Hilarion comeu não mais do que quinze figos por dia e nunca antes do pôr do sol. Como os monges do Egito, ele trabalhou na tecelagem de cestos e na agricultura, ganhando o que precisava para viver. Nos primeiros anos, ele morou em uma cabana de galhos que ele mesmo havia tecido. Posteriormente, foi construída uma cela, que ainda existia na época de São Jerônimo: tinha pouco mais de um metro de largura, um metro e meio de altura e pouco mais comprida que seu corpo.
Descobrindo que figos eram comida insuficiente, Santo Hilarion decidiu comer alguns vegetais e um pouco de pão e azeite. No entanto, suas austeridades não diminuíram nem mesmo com a idade. Em certos períodos, o santo vivia numa terrível escuridão de espírito, com grande aridez e angústia interior; mas quanto mais surdo o Céu parecia aos seus apelos, mais Hilarion se apegava à oração. São Jerônimo observa que, embora o santo eremita tenha vivido tantos anos na Palestina, apenas uma vez ele visitou os Lugares Santos e não ficou mais do que um dia em Jerusalém.
Vinte anos após sua chegada ao deserto, São Hilarion realizou o primeiro milagre. Uma certa mulher casada, da cidade de Eleuterópolis, fez com que a santa prometesse orar a Deus para que a libertasse da esterilidade. Menos de um ano depois, a mulher teve um filho. Entre outros milagres, diz-se que Santo Hilarion ajudou um treinador de cavalos de Majuma chamado Itálico a vencer uma corrida do Emir de Gaza. Itálico, acreditando que seu adversário estava usando feitiços para impedir que seus cavalos vencessem, foi a Santo Hilarion em busca de ajuda. O santo aconselhou-o a borrifar água benta nas rodas de suas carruagens. Os cavalos de Itálico ultrapassaram os de seu adversário e o povo proclamou que Cristo havia derrotado o deus do emir. Seguindo o exemplo de Santo Hilarion, outros eremitas começaram a se estabelecer na Palestina. O santo costumava visitá-los pouco antes da colheita. Em uma dessas visitas, ele viu os pagãos de Elusa (ao sul de Barsaba) reunidos para adorar seus ídolos e orou a Deus com muitas lágrimas por eles. Como Hilarion havia curado muitos dos pagãos que estavam lá, eles o abordaram para pedir sua bênção. O santo os recebeu com grande gentileza e os exortou a adorar o Deus verdadeiro em vez de seus ídolos de pedra. Suas palavras tiveram tal efeito que os pagãos não o deixaram ir até que ele planejou a construção de uma igreja. O próprio sacerdote pagão, vestido para oficiar, tornou-se catecúmeno. Ele viu os pagãos de Elusa (ao sul de Barsaba) reunidos para adorar seus ídolos e orou a Deus com muitas lágrimas por eles. Como Hilarion havia curado muitos dos pagãos que estavam lá, eles o abordaram para pedir sua bênção. O santo os recebeu com grande gentileza e os exortou a adorar o Deus verdadeiro em vez de seus ídolos de pedra. Suas palavras tiveram tal efeito que os pagãos não o deixaram ir até que ele planejou a construção de uma igreja. O próprio sacerdote pagão, vestido para oficiar, tornou-se catecúmeno. Ele viu os pagãos de Elusa (ao sul de Barsaba) reunidos para adorar seus ídolos e orou a Deus com muitas lágrimas por eles. Como Hilarion havia curado muitos dos pagãos que estavam lá, eles o abordaram para pedir sua bênção. O santo os recebeu com grande gentileza e os exortou a adorar o Deus verdadeiro em vez de seus ídolos de pedra. Suas palavras tiveram tal efeito que os pagãos não o deixaram ir até que ele planejou a construção de uma igreja. O próprio sacerdote pagão, vestido para oficiar, tornou-se catecúmeno. Suas palavras tiveram tal efeito que os pagãos não o deixaram ir até que ele planejou a construção de uma igreja. O próprio sacerdote pagão, vestido para oficiar, tornou-se catecúmeno. Suas palavras tiveram tal efeito que os pagãos não o deixaram ir até que ele planejou a construção de uma igreja. O próprio sacerdote pagão, vestido para oficiar, tornou-se catecúmeno.
No ano de 356, teve uma revelação sobre a morte de Santo Antônio. Nessa altura, Santo Hilarião tinha já cerca de sessenta e cinco anos e estava muito angustiado com a quantidade de pessoas, sobretudo mulheres, que vinham pedir-lhe conselhos. Por outro lado, o cuidado dos discípulos quase não lhe deixava descanso, de modo que costumava dizer: “É como se eu tivesse voltado ao mundo e nele recebesse meu prêmio. Toda a Palestina tem os olhos fixos em mim. Como se não bastasse, também tenho uma fazenda e alguns bens, sob o pretexto de que meus discípulos precisam deles. ” Assim, Santo Hilarion decidiu deixar a Palestina. A cidade inteira se reuniu para detê-lo. O santo disse à multidão que não comeria nem beberia até que o soltassem, e assim fez por sete dias. Então eles o deixaram livre e ele escolheu alguns monges que podiam andar sem comer até o pôr do sol e cruzou o Egito com eles até chegar à montanha de Santo Antônio, perto do Mar Vermelho. Lá eles encontraram dois discípulos do grande eremita, e Santo Hilarion viajou com eles centímetro por centímetro. Os discípulos de Santo Antônio lhe disseram: “Lá eu costumava cantar. Lá eu costumava orar. Esse foi o lugar onde ele trabalhou e foi onde ele se retirou para descansar. Ele plantou aquelas vinhas e arbustos. Ele lavrou pessoalmente esse terreno. Ele cavou este lago para regar seu jardim. Essa é a enxada que ele usou por muitos anos. ” No topo da montanha, que era escalada por um caminho íngreme e sinuoso, eles visitaram as duas celas para as quais ele costumava se retirar para fugir da cidade e de seus próprios discípulos; ali mesmo estava o pomar que os cavalos selvagens respeitaram pelo poder do santo. Sari Hilarión pediu então aos discípulos de Santo Antônio que lhe mostrassem o local onde estava sepultado, mas não sabemos com certeza se lhe mostraram ou não, porque Santo Antônio havia ordenado que não contassem a ninguém onde estava seu túmulo. impedi-lo de um personagem muito rico dos arredores levou seus restos mortais e construiu uma igreja para eles.
Santo Hilarion voltou a Afroditópolis (Atfiah), onde se retirou para um deserto circundante e se dedicou com mais fervor do que nunca à abstinência e ao silêncio. Há três anos, ou seja, desde a morte de San Antonio, não chovia na região. O povo veio implorar as orações de Santo Hilarion, que consideravam o sucessor de Santo Antônio. O santo ergueu os olhos e as mãos para o céu, e imediatamente uma chuva copiosa caiu. Muitos fazendeiros e pastores foram curados de picadas de cobra ungindo-se com o óleo abençoado por Santo Hilarion. Este último, vendo que sua popularidade começou a crescer novamente, passou um ano inteiro em um oásis no deserto ocidental; Por fim, como não podia viver escondido no Egito, decidiu ir com um companheiro para a Sicília. Eles desembarcaram em Pessaro e se estabeleceram em um local pouco freqüentado, a trinta quilômetros do mar. Santo Hilarion recolhia diariamente uma carga de lenha e sua companheira, Zananas, vendia na aldeia mais próxima e com o dinheiro comprava um pouco de pão. São Hesychius, discípulo de Saint Hilarion, procurou seu mestre no Oriente e na Grécia. No Peloponeso, um comerciante judeu disse-lhe que um profeta que fazia muitos milagres tinha vindo para a Sicília. São Hesychius foi então para Pessaro. Todos conheciam o profeta, famoso não só por seus milagres, mas também por sua abnegação, pois nunca aceitava nenhum presente. São Hesychius, discípulo de Saint Hilarion, procurou seu mestre no Oriente e na Grécia. No Peloponeso, um comerciante judeu disse-lhe que um profeta que fazia muitos milagres tinha vindo para a Sicília. São Hesychius foi então para Pessaro. Todos conheciam o profeta, que era famoso não só por seus milagres, mas também por sua abnegação, já que nunca aceitava nenhum presente. São Hesychius, discípulo de Saint Hilarion, procurou seu mestre no Oriente e na Grécia. No Peloponeso, um comerciante judeu disse-lhe que um profeta que fazia muitos milagres tinha vindo para a Sicília. São Hesychius foi então para Pessaro. Todos conheciam o profeta, que era famoso não só por seus milagres, mas também por sua abnegação, já que nunca aceitava nenhum presente.
Santo Hilarion disse a Santo Hesychius que queria se retirar para um lugar onde as pessoas não entendiam sua língua e isso o levou a Epidauro, na Dalmácia (Ragusa). Mas os milagres que Santo Hilarion realizou não lhe permitiram viver na ignorância.
São Jerônimo conta que, em decorrência de um terremoto, o mar ameaçou engolir a terra. Então os habitantes, muito alarmados, conduziram Santo Hilarion até a praia, como se por sua mera presença quisessem erguer um muro contra a investida do mar. O santo desenhou três cruzes na areia e estendeu os braços em direção às ondas furiosas que imediatamente pararam de repente e correram para formar uma montanha de água e então se retiraram para o mar. Santo Hilarion sofreu muito ao ver que, embora não entendesse a língua dos habitantes, os milagres falavam por ele. Sem saber onde se esconder dos olhares do mundo, ele fugiu para Chipre uma noite, em um pequeno navio, e se estabeleceu a três quilômetros de Pafos. Como os habitantes o identificaram pouco depois, o santo recuou vinte quilômetros para o interior, a um lugar quase inacessível e muito agradável onde, finalmente, pôde viver em paz. Lá ele morreu alguns anos depois, com oitenta anos. Um dos que o visitaram na sua última doença foi o bispo de Salamina, São Epifânio, que mais tarde narrou por escrito a sua vida a São Jerónimo. Santo Hilarion foi enterrado nas proximidades de Paphos, mas Santo Hesychius secretamente apreendeu os restos mortais de seu mestre e os transferiu para sua cidade natal de Majuma.
Outras comemorações do dia:
- S. Cristodoulos, o Taumaturgo de Patmos;
- S. Hilarion, bispo de Menglina, trasl. das relíquias;
- Ss. Teodote e Sócrates, mártires;
- S. João, o novo mártir de Peloponeso;
- S. Filóteo, o justo.
Leituras bíblicas:
— Ep.: II Cor 9: 6-11;
— Ev.: Lc 9: 49-56.
Abércio Marcelo viveu no segundo século, na Frigia Salutaris, e era bispo de Hierópolis. Aos setenta anos de idade realizou uma peregrinação a cidade de Roma e, retornando desta viagem, passou pela Síria, Mesopotâmia, visitando lá a cidade de Nísibis. Por todos os lugares por onde passou encontrou fervorosos cristãos que haviam sido purificados pelo batismo e se nutriam do Corpo e do Sangue de Cristo. O santo bispo, através de sua pregação e milagres, levou tantos à conversão que lhe foi dado o título de «Igual-aos-apóstolos». Sua fama chegou aos ouvidos do imperador Marco Aurélio que mandou que viesse à Roma, pois sua filha era vítima de possessão. Santo Abércio realizou com muito êxito o exorcismo na jovem, ordenando ao demônio que lhe atormentava que transportasse a pedra de um altar do hipódromo romano até a sua cidade episcopal, onde seria utilizada na construção de sua sepultura. O nome de Abércio figura na liturgia grega desde o século X. Seu adormecimento em Cristo aconteceu quando contava 72 anos de idade.
Outras comemorações do dia:
- Ss. Sete jovens de Éfeso, mártires († c. 250);
- S. Cecília, a mártir;
- Ícone da Mãe de Deus de Kazan.
Leituras bíblicas:
— Ep.: Ef 6: 18-24;
— Ev.: Lc 10: 1-15.
Antes de tudo, é necessário que se distinga São Tiago, irmão do Senhor, do apóstolo Tiago, filho de Alfeu, um dos Doze, cuja memória a Igreja celebra em 9 de outubro. São Tiago, cuja festa comemoramos no dia de hoje, é o que os mencionado em (Mt 13,15) e (Mc 6,3) como um dos 4 irmãos do Senhor. Os outros três são: José, Simão e Judas. Acerca da relação entre estes «irmãos» com o Senhor Jesus Cristo houve, desde o início, várias explicações, as mais relevantes são duas: ou eram filhos de uma prima de Maria, ou, mais provavelmente, eram filhos de José de um casamento anterior já que José era viúvo quando ficou noivo de Maria. E, em ambos os casos, segundo o costume da época, era comum chamá-los de «irmãos», o que pode ser verificado em várias passagens do Antigo Testamento. Ao que parece, nenhum dos «irmãos» creram n’Ele logo de início, conforme menciona claramente São João, o Teólgo (Jo 7,1-5).
Mas, o que foi que transformou São Tiago a ponto de se apresentar, em sua carta como o «Servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo» (cf. carta a ele atribuída, Tg 1,1). Não o sabemos com certeza, mas o santo apóstolo Paulo cita em sua primeira epístola aos Coríntios que Jesus se manifestou a São Tiago depois da sua ressurreição (1Cor 15,7). Dos textos bíblicos, sabemos que Tiago foi um dos representantes mais destacados da Igreja de Jerusalém. São Paulo, em sua carta aos Gálatas (Gl 1,19-2,9) faz menção a ele como um dos três «pilares» da Igreja nesta cidade.
Também em Atos dos Apóstolos, quando os apóstolos se reuniram com os anciãos para decidir se os gentios convertidos deveriam aceitar a circuncisão ou não, São Tiago falou como «cabeça» da comunidade de Jerusalém, e foi ele que proclamou o parecer do conselho. A São Tiago é atribuída a primeira das sete cartas pastorais (que não é dirigida a uma determinada cidade ou pessoa) que fazem parte do Novo Testamento. De acordo com os exegetas, a carta de Tiago foi escrita entre os anos 50 e 60 (d.C). Esta carta contém uma coleção de ensinamentos e instruções sobre a conduta cristã e a vida pastoral: a paciência na tribulação, a fé, o amor ao trabalho, o controle da língua, o perigo do dinheiro entre outras coisas. Isto é o que nos informa o Novo Testamento sobre Tiago. A tradição, porém, nos faz também menção a ele, entre estas, que Tiago era conhecido, em vida, como «o Justo»; que desde a sua infância havia sido separado para Deus; que nunca se alimentava de manteiga, nem provava vinho; que seu cabelo «não conhecia a tesoura» (em sinal de sua separação para Deus); que permaneceu casto durante toda a sua vida; que seus joelhos ficaram endurecidos como pedra pelas prostrações excessivas para a oração. Os Apóstolos o elegeram por unanimidade como o primeiro bispo de Jerusalém, e assim permaneceu durante 30 anos, atraindo durante este tempo, muitos judeus e gentios à fé em Jesus Cristo. Certa vez foi visto pregando do telhado de uma casa, ou mesmo no templo, e dizia: «O Filho do homem está sentado à direita do Todo-Poderoso, e virá sobre as nuvens para julgar o mundo com bondade». E, enquanto o povo aclamava: «Hosana ao Filho de Davi!» os fariseus e os fanáticos dos judeus empurravam para baixo o Justo, apedrejando-o em seguida. Um deles bateu violentamente com um pau em sua cabeça, com o que se consumou o martírio, e se lhe abriram as portas da vida. Suas virtudes, conhecidas de todos, fez com que os judeus mais eminentes atribuíssem ao assassinato de São Tiago o cerco e destruição de Jerusalém em 70 dC.
Apóstolo, Bispo, Mártir e irmão do Senhor! Interceda junto de Deus por todos nós. Amém
Como um discípulo do Senhor, assimilaste o Evangelho, ó justo São Tiago; e como mártir, irrecusável é a tua petição por nós; como irmão do Senhor, desfrutas de sua confiança, e como bispo, podes interceder por nós, Suplica, pois, a Cristo Deus pela salvação de nossas almas!
Outras comemorações do dia:
- S. Inácio, patriarca de Constantinopla;
- S. Tiago de Borovicki, o milagroso, trasl. das relíquias;
- S. Aretas do Monastério de Pechertesk;
- Aparição do Ícone da Mãe de Deus «Alegria dos Aflitos».
Leituras bíblicas:
— Ep.: Gal 1: 11-19;
— Ev.: Mt 13: 54-58.
Aretas nasceu no sexto século VI, de família nobre, em Etiópia. Quando se converteu ao cristianismo, foi distinguido por sua dedicação e seus trabalho em favor dos pobres. A ele juntaram-se homens e mulheres, formando um grupo que ensinava a Palavra de Deus. Este grande trabalho que realizavam na Igreja de Etiópia incomodou os fanáticos e idólatras que logo reagiram prendendo Aretas e seus colaboradores. Aretas, com idade já avançada, foi pressionado de todas as formas para que abjurasse sua fé em Cristo, e o santo contestou, dizendo:Ao longo de toda a minha vida eu cometi muitos pecados». E prosseguiu: «Jesus Cristo, porém, com o seu sacrifício , me purificou e me libertou de todos ele, transformando-me, de homem perdido, num herdeiro da luz e da vida eterna. Agora, mesmo eu já estando velho, ele oferece-me ainda outra oportunidade: a de provar a minha fé, a força e o poder do Espírito Santo». Esta resposta enfureceu ainda mais seus acusadores que, então, executaram Aretas e seus companheiros por decapitação.
Outras comemorações do dia:
- Ss. Sebastião, mártir († 523), Sinclética e suas duas filhas;
- S. Sebastiane, mártir;
- S. Maglorious de Sark
Leituras bíblicas:
— Ep.: Fp 1: 20-27;
— Ev.: Lc 11: 14-23.
O Santos Mártires Marciano e Martírio serviam na Catedral de Constantinopla como leitor e subdiácono, respectivamente. Ocupavam-se ainda das tarefas de notário e secretário do Patriarca de Constantinopla, Paulo, o Confessor, nos anos do imperador ariano Constantino (337-349). Os Santos receberam uma excelente educação e eram exímios defensores da fé ortodoxa. Quando o Patriarca Paulo de Constantinopla não aceitou estar de acordo com os arianos, foi exilado pelo imperador na Armênia onde foi afogado pelos arianos daquela região. Então, Marciano e Martírio seguiram ainda com maior firmeza sua fé na doutrina ortodoxa, tendo sempre em mente as palavras do Senhor: «Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos» (Jo 8,31). Marciano e Martírio provaram na própria carne o que fora dito pelo Senhor quando foram presos e torturados por ordem do imperador e, tendo perseverado com firmeza na fé, foram martirizados pela espada. Seus corpos foram reverentemente sepultados por cristãos da região.
Mais tarde, por um decreto do santo Arcebispo de Constantinopla, João Crisóstomo, as relíquias dos santos mártires foram transferidas para uma igreja construída especialmente para isto.
Outras comemorações do dia:
- S. Tabita, reanimada pelo Apóstolo Pedro (Dorcas);
- S. Chrysafios (ou Chrysaphos) a mártir;
- S. Chrysanthe, mártir.
Leituras bíblicas:
— Ep.: Fp 1: 1-7;
— Ev.: Lc 10: 22-24.
Este glorioso e milagroso santo nasceu na cidade de Salônica (Norte da Grécia), de pais devotos e descendência nobre. Era filho único de pais estéreis que recorreram a Deus pedindo que um filho lhes fosse dado e, portanto, era especialmente amado e educado. Seu pai era comandante militar em Salônica, e depois de sua morte, o imperador o promoveu ao mesmo posto em substituição ao pai. Ao fazê-lo, o imperador Maximiano, um adversário de Cristo, recomendou especialmente a Demétrio perseguir e exterminar os cristãos de Salônica. Demétrio, não só desobedeceu ao imperador, mas também confessava e pregava abertamente na cidade o Cristo, Senhor. Tomando conhecimento disso, o Imperador se enfureceu com Demétrio e, numa certa ocasião, ao retornar de uma guerra contra os samaritanos, foi para Salônica especificamente para investigar o assunto. Ordenou então que Demétrio fosse chamado à sua presença, interrogando-o acerca de sua fé.
Também diante do imperador Demétrio proclamou corajosamente sua fé, afirmando-se, portanto, como cristão, e, ainda mais, condenando a idolatria. Enfurecido, o imperador o condenou à prisão. Sabendo o que lhe esperava, Demétrio, entregou seus bens ao seu fiel servo Lupus para que distribuísse aos pobres. Depois foi conduzido à prisão, feliz, pois considerava o sofrer por Cristo como o lote de sua herança. Na prisão, um anjo do Senhor lhe apareceu e disse: «A paz esteja contigo, que sofres por amor a Cristo! Sê valente e forte!»
Depois de vários dias, o Imperador enviou soldados à prisão para que matassem Demétrio. Na prisão, os soldados imperiais encontraram Demétrio em oração, e o atravessaram com lanças. Os cristãos recolheram secretamente o seu corpo e o sepultaram. De seu túmulo passou a fluir mirra que trouxe a cura a muitos enfermos que recorriam ao lugar. Uma pequena igreja logo foi construída sobre suas relíquias. Leôncio, um nobre de Ilíria, padecendo de um mal incurável, foi plenamente restabelecido após recorrer em oração às relíquias de São Demétrio. Em gratidão, construiu uma igreja maior para substituir à anterior. O santo lhe apareceu em duas ocasiões. Quando o imperador Justiniano quis transferir as relíquias do santo, de Salônica para Constantinopla, uma faísca de fogo saiu do interior da sepultura e ouviu-se uma voz que dizia: «Deixe-as aqui e não as toques!» Assim, pois, as relíquias de São Demétrio foram mantidas sempre em Salônica. São Demétrio apareceu e salvou aquela cidade muitas vezes e de muitas calamidades, e os milagres são incontáveis.
Tropário de São Demétrio (Modo 4º)
Aquele que debaixo do golpe de lança recebeu como herança a Graça do flanco vivificante, aquele que uma lança trespassou e do qual o Salvador fez jorrar para nós
os rios da vida imortal, é Demétrio. Veneremos esse Mártir coroado com os muitos sábios ensinamentos, que tornou perfeita pelo seu sangue a corrida da sua paixão e resplandeceu com seus milagres por todo universo; ele é o imitador do Mestre, o amigo dos pobres, o defensor da Tessalônica nos maiores perigos; celebrando sua memória anual, nós glorificamos o Cristo nosso Deus, que por ele cura a todos.
Outras comemorações do dia:
- Memória do grande terremoto de Constantinopla (740);
- S. Eata de Hexham.
Leituras bíblicas:
— Mat.: Lc 21: 12-19;
— Ep.: Tim 2: 1-10;
— Ev.: Jo 15: 17-27; 16: 1-2.
Nos tempos do martírio de São Demétrio, vivia em Constantinopla um jovem de nome Nestor, que aderiu à fé cristã através dos ensinamentos de São Demétrio. Naquela época, o imperador Maximiano, inimigo de Cristo, ordenou que se promovessem vários jogos e entretenimento para o povo. O favoritos do imperador era uma vândalo de nome Liaeo um vândalo, um homem de tamanho e força comparável à Golias. Como gladiador imperial, Liaeo desafiava para duelo todo o tipo de homem, e a todos os que o enfrentaram ele os matava, e seus massacres deleitavam o imperador idólatra em sua sede de sangue. Este construiu um estádio especial, semelhante a uma plataforma sobre colunas para os duelos de Liaeo. Sob esta plataforma, haviam lanças com pontas agudas e afiadas apontando para cima. Quando Liaeo vencia alguém num duelo, atirava sua vítima em direção à floresta de lanças.
Os pagãos que ficavam parados em torno das lanças junto ao seu imperador deleitavam-se quando algum pobre desditado se contorcia sobre as lanças até a morte. Entre as vítimas inocentes de Liaeo contava-se um grande número de cristãos, pois quando ninguém se apresentava voluntariamente para duelar com Liaeo, os cristãos eram forçados pelo imperador a lutar com ele.
Presenciando este aterrorizante deleite do mundo pagão, o coração de Nestor se encheu de dor e decidiu ir ele mesmo ao estádio do terrível Liaeo. Antes, porém, foi à prisão onde São Demétrio encontrava-se preso, e pediu a sua bênção para fazer isso. São Demétrio o abençoou, fazendo o sinal da cruz sobre sua testa e peito, e disse: «Irás vencê-lo, mas sofrerás por Cristo». O jovem Nestor dirigiu-se então ao estádio Liaeo. O imperador estava lá com uma grande multidão, e todos lamentavam a morte iminente do jovem Nestor. Tentaram convencê-lo a não lutar com Liaeo, mas Nestor fez o sinal da cruz e disse: «Grande és Tu, ó Deus de Demétrio, ajuda-me!» E com a ajuda de Deus, Nestor abateu Liaeo, jogando depois o pesado gigante sobre as pontas afiadas das lanças, onde o gladiador encontrou sua morte. Então todo o povo exclamou: «Grande é o Deus de Demétrio!» Mas o impiedoso imperador que havia tinha sido envergonhado diante do povo e, lamentando a morte de seu favorito, encheu-se de furor contra Demétrio e Nestor e ordenou que Nestor fosse decapitado pela espada e que Demétrio fosse atravessado com lanças. Assim que Nestor, este glorioso herói cristão, deixando para trás sua jovem vida sobre esta Terra, entrou para o Reino de seu Senhor em 306 d C.
Outras comemorações do dia:
- S. Kiríakos, patriarca de Constantinopla;
- S. Procla, esposa de Pôncio Pilatos;
- S. Paraskeva (Sveta, Petka da Sérvia).
Leituras bíblicas:
— Ep.: Fp 1: 12-20;
— Ev.: Lc 11: 9-13.
A festa do Santo Manto Protetor da Theotokos foi instituída para recordar a visão que Santo André teve, da Mãe de Deus que, durante o cerco dos inimigos de Constantinopla, no século X, cobria com seu homoforion (longo manto ou véu) os cristãos na igreja de Vlaherna. Por volta das quatro horas da manhã, o beato vislumbrou uma majestosa mulher que vinha das portas reais da Igreja apoiada por São João Batista e São João, o Teólogo, precedida e seguida por uma multidão de santos que entoavam hinos e cânticos religiosos. Santo André aproximou-se de seu discípulo Epifânio e perguntou-lhe se ele podia reconhecer a rainha do mundo. Este lhe respondeu: “Sim, eu a vejo”. E enquanto a contemplavam, ela de joelhos rezava diante do ambão, permanecendo assim durante muito tempo. Depois, aproximando-se do altar, ela rezou pelo povo ortodoxo. No final das orações, ela descobriu sua cabeça, e retirando o seu manto o estendeu sobre todo o povo presente.
A cidade foi salva. Santo André era de origem eslava, cujo povo devota um profundo respeito à Festa do Santo Manto Protetor da Virgem, e são muitas as igrejas eslavas que a honram com o seu nome.
SINAXE – Suplemento Litúrgico para esta festa.
Outras comemorações do dia:
- Ss. Terêncio e Eunice, mártires;
- S. Estevão Savaíta, mon. e poeta do Monastério de S. Savas (séc. IX);
- Ss. Arsenio e Atanasio de Androusa em Messenia, Patriarcas de Constantinopla;
- Ss. Angelo, Manoel, Jorge e Nicolau, novos mártires de Creta;
- S. Arsênio, Arcebispo da Sérvia;
- S. Jó, abade de Pochayov;
- S. Paraskevi de Iconio, mártir;
- S. Rostislav, o grande duque iluminado da Morávia.
Leituras bíblicas:
— Mat.: Lc 1: 39-49, 56;
— Ep.: Hb 9: 1-7;
— Ev.: Lc 10: 38-42, 11: 27-28.
Nasceu em Roma, de pais nobres, e ficando órfã aos três anos de idade foi levada a um monastério de mulheres, próximo a Roma, onde a abadessa era uma monja de nome Sofia, uma mulher de vida espiritual de elevado nível. Aos dezessete anos a jovem Anastásia, de beleza incomum, já era conhecida pelos cristãos de toda a vizinhança como uma grande asceta, causando admiração aos pagãos. Probo, administrador pagão da cidade, impressionado com sua beleza, enviou soldados com ordem de trazê-la à sua presença. A boa abadessa Sofia instruiu Anastásia sobre como perseverar na fé e resistir ao engano adulador e à tortura, ao que a jovem lhe disse: «Meu coração está preparado para sofrer por Cristo. Minha alma está pronta para o encontro com meu amado Senhor». Comparecendo diante do governador, Anastásia proclamou abertamente sua fé em Cristo, e quando ele tentou dissuadi-la, antes com promessas, depois com ameaças, a santa virgem lhe disse:
«Estou pronta oferecer minha vida por meu Senhor, não apenas uma vez, mas mil vezes, se assim me fosse possível». Quando a despiram à força para humilhá-la, Anastásia disse ao juiz: «Açoitem-me, firam-me, e batam-me; só assim, meu corpo desnudo será coberto por feridas e minha vergonha será coberta de sangue. Assim foi e, por duas vezes, sentindo sede, Anastásia pediu água. Cirilo, um cristão que estava por perto, atendeu seu pedido e lhe trouxe água, pelo que foi abençoado com o martírio, decapitado pelos pagãos. O peito e a língua da santa foram cortados, e um anjo do Senhor apareceu-lhe e a mantinha de pé. Fora da cidade, Anastásia foi finalmente decapitada pela espada. A bem-aventurada Sofia, encontrando mais tarde o seu corpo, providenciou-lhe uma digna sepultura. Anastásia recebeu assim a coroa do martírio sob o imperador Décio (249-251 d. C.).
Outras comemorações do dia:
- S. Abraão de Edessa, confessor e eremita (séc. VI);
- S. Abraão, Arquimandrita de Rostov, mártir (séc. XII);
- S. Abrão, anacoreta do Monastério de Pechersk.
Leituras bíblicas:
— Ep.: Fp 1: 27-30; 2: 1-4;
— Ev.: Lc 11: 23-26.
Zenóbio e Zenóbia eram irmãos e viveram na cidade de Kilikias, na Ásia Menor, sendo herdeiros de uma grande fortuna. Zenóbio estudou medicina e, não apenas prestava seus serviços como médico aos desamparados, como ainda compartilhava de sua riqueza. Testemunhava assim com obras a sua fé cristã, não apenas aos demais cristãos de sua época, como também aos pagãos e idólatras. Estes últimos, observando a sua conduta para com os mais desvalidos da sociedade, eram atraídos ao cristianismo. Ao tomar conhecimento disto, o prefeito Lysias ordenou que Zenóbio fosse detido. Em sua presença,o santo declarou sua fé e contou-lhe o que fazia e o que seguiria fazendo para a salvação de sua alma e para a maior glória do verdadeiro Deus. Lysias o repreendeu então severamente garantindo que, se não abjurasse sua fé em Cristo e não parasse imediatamente de agir como vinha agindo, seria submetido à tortura.
Zenóbio respondeu-lhe que as torturas podiam causar danos ao corpo, nunca, porém, à alma, pois disse o Senhor: «[…] se padecerdes por amor da justiça, sois bem-aventurados. E não temais com medo deles, nem vos turbeis». E, imediatamente, Lysias ordenou que Zenóbio fosse levado para ser torturado Interveio então a irmã do santo, Zenóbia, recriminando Lysias por tal ordem, dizendo que não era humano torturar. O prefeito, porém, determinou que também a irmã fosse detida e que os dois fossem decapitados.
Outras comemorações do dia:
- S. José, Patriarca de Constantinopla;
- S. Cléofas, apóstolo dos 70 e Artemas.
Leituras bíblicas:
— Ep.: I Cor 15: 58; 16: 1-3;
— Ev.: Lc 8: 16-21.
Estes santos eram todos do grupo dos setenta apóstolos do Senhor. «Porque para Deus somos o bom perfume de Cristo, nos que se salvam e nos que se perdem» (2Cor 2,15). Eustáquio foi o primeiro bispo de Bizâncio e, depois de 16 anos de atividade apostólica, pregando zelosamente o evangelho de Cristo e convertendo muitos pagãos à fé verdadeira, repousou em paz. Apeles foi eleito e ordenado bispo de Heraclea onde, por sua vida e pregação, promoveu à conversão muitos pagãos à fé cristã. Ampliato tornou-se o bispo de Odysupoleos (Diospolis) e Urbano foi bispo da Macedônia e, por terem destruído muitos ídolos pagãos, foram detidos, morrendo martirizados. Narciso foi bispo de Atenas onde anunciava o Santo Evangelho. Desagradando assim aos idólatras, foi logo detido e martirizado. Aristóbulo era também bispo e ensinou a palavra de Deus até seus últimos dias de vida, entregando assim em paz a sua alma a Deus
Outras comemorações do dia:
- S. Epimakos do Egito, mártir;
- S. Nicolau, o novo mártir de Alexandria (Chios);
- Ss. Esperidião e Nicodemos do Monastério de Pechersk.
Leituras bíblicas:
— Ep.: Rm 16:1-16;
— Ev.: Lc 8:16-21.