Setembro
A Igreja de Cristo celebra neste dia a Indicção, cuja terminologia romana significa limite, o que quer dizer o inicio do ano eclesiástico. Este termo vem da prática de que os imperadores romanos faziam cobrar, a cada ano, nesta época, um imposto sobre os seus súditos para a manutenção da armada. A taxa deste imposto anual era fixada a cada (todos os) 15 anos. E por isso que, igualmente, chamamos indiccão os ciclos de 15 anos que começam sob César Augusto, 3 anos antes do nascimento de Cristo segundo a carne.
De outra parte, o mês de setembro é a época onde regressam os frutos das colheitas nos celeiros, preparando-se ao novo ciclo agrícola e dando graças a Deus pela sua benignidade para com a Criação. Faziam já assim os judeus sob o regime da antiga Lei. O primeiro dia de seu sétimo mês (inicio de Setembro), eles celebravam a Festa das Trombetas, cessando todo trabalho a fim de se consagrarem somente a oferenda de sacrifícios de agradável aroma e em louvor a Deus (Lv. 23, 24-25).
O Cristo, Filho e Verbo de Deus, Criador do tempo e do espaço, Rei pré-eterno de todos os séculos – que encarnou a fim de conduzir todas as coisas à unidade e reconciliar todos os homens, tanto judeus como pagãos em uma única Igreja – quis também unir nele mesmo as coisas submissas às leis naturais e aquilo que ele havia promulgado pela Lei escrita. E por isso, que neste dia, onde a natureza se prepara a desenrolar um novo ciclo de suas estações, nós comemoramos o episodio onde o Senhor Jesus Cristo dirige-se à Sinagoga e, abrindo o livro de Isaias, lê a passagem onde o Profeta diz em seu Nome: «O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção, para anunciar a Boa Notícia aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos presos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos, e para proclamar um ano de graça do Senhor.» (Lc. 4,18-19). (Leia mais …)
Outras comemorações do dia:
- S. Simeão Estilita († 459);
- Ss. Aítalas e cc., mártires († 355);
- Ss 40 mulheres mártires de Thrace e seu mestre Ammón, o Diácono;
- Ss. Callisto, Evodio e Hermógenes, mártires e irmãos;
- S. Josué o justo, filho de Nave, o sucessor de Moisés;
- S. Meletios, Mártir;
Sinaxe (recuperação do Ícone) da Santíssima Theotokos de Miasenae; - S. Nicolau de Kourtaliotis;
- Grande incêndio de Constantinopla.
Leituras bíblicas:
— Ep.: I Tm 2: 1-7
— Ev.: Lc 4: 16-22.
Mamas (Mamede) nasceu de pais cristãos no ano 260. Seus pais, Teodoro e Rufina estavam na prisão quando de seu nascimentoonde e morreram em oração quando Mamas era ainda pequeno. O santo, tendo ficado órfão ainda muito cedo, foi adotado por uma mulher cristã de nome Amia que lhe proporcionou uma boa educação e amor maternal. Aos 15 anos, discutindo com idólatras, Mamas declarou publicamanete a sua fé em Cristo sendo, por isso, cruelmente espancado e depois, uma pedra foi atada ao seu pescoço e foi jogado ao mar. Mas, por intervenção divina, Mamas foi salvo. Novamente foi apanhado e jogado ao fogo e depois às feras famintas, e de todas estas torturas foi milagrosamente preservado vivo. São Mamas morreu mais tarde, tendo seu abdômen sido traspassado por um tridente. A vida deste mártir recorda-nos as palavras evangélicas: «Portanto, aquele que se tornar humilde como este menino, esse é o maior no reino dos céus» (Mt 18,4).
Outras comemorações do dia:
- S. João, o Jejuador, Patriarca de Constantinopla († 595);
- S. Paulo, Patriarca de Constantinopla;
- Ss. Amon e Aítalas, mártires de Trace;
- S. Cosmas o Eremita.
Leituras bíblicas:
— Ep.: Rm 8: 28-39
— Ev.: Mt 24: 13-28.
Santo Antimo nasceu em Nicomédia no final do terceiro século. Distinguia-se, desde pequeno, pelo respeito e o zelo pelas coisas sagradas, sobretudo pelos ofícios divinos. Tendo crescido, tornou-se um modelo de prudência e de amor ao próximo. Sua espiritualidade e intelectualidade fizeram com que os cristãos de Nicomédia nutrissem por ele grande admiração, a ponto de o convencerem a se tornar sacerdote e, um pouco mais tarde, bispo. Quando teve início a perseguição aos cristãos pelo imperador Diocleciano, Santo Antimo foi perseguido e preso. Depois, levado à presença do imperador Diocleciano, este lhe propôs o culto aos ídolos se quisesse salvar sua própria vida. Caso contrário, ameaçava o imperador, muitas torturas o esperavam. E logo foi lhe apresentando os instrumentos que se valia para tal. Antimo, porém, respondeu ao imperador:
«Para que me mostras estes instrumentos de tormentos, para me atemorizar? Que os temam aqueles para quem a vida é só prazer, e que vêem a privação como uma grande perda. Para mim, porém, e para os cristãos, isto não representa nenhuma dificuldade. Meu corpo é precário, provisório e grotesco; só tem valor se é santificado por Cristo e quando dá sua vida por Cristo».
Depois de ter dito isto, foi torturado e decapitado.
Outras comemorações do dia:
- S. Teoctisto, mon. († 467) e cc.;
- S. Polidoro, mártir de Éfeso;
- S. Nectário, o Milagroso, bispo de Pentápolis, trasl. relíquias;
- S. Eutímio, o Grande; Polímero, o Novo Mártir de Éfeso;
- S. Chariton, mártir;
S. Phoebe, a diaconisa.
Leituras bíblicas:
— Ep.: II Cor 4: 13-18
— Ev.: Mt 24: 27-33, 42-51.
Foi o duodécimo bispo e Antioquia depois do apóstolo São Pedro; ocupou esta sede como seu bispo do ano 237 até o ano 250. O historiador Eusébio de Cesaréia (340) em seu livro História Eclesiástica nos relata o seguinte conto acerca de São Bábilas:
Quando o imperador romeno Filipe, sendo cristão, queria participar com a multidão na noite da Vigília Pascal das orações da Igreja e da Comunhão do Santo Corpo e Sangue do Senhor, o bispo o impediu por causa de seus muitos crimes e pecados que havia cometido, impondo-lhe a condição de que fizesse uma confissão pública e sincera de seus pecados e que se juntasse aos penitentes. O imperador, então, atendeu à condição que o bispo lhe impunha. São Bábilas era, portanto, conhecido por sua bravura, a que São João Crisóstomo elogiou, dizendo: Acaso poderia existir algum homem que São Bábilas pudesse ainda temer, após ter enfrentado o próprio imperador?
Com isso o santo deu uma lição aos reis no sentido de que não tentassem estender a sua autoridade para além do que Deus permite, e aos homens da Igreja, por sua vez, deu um exemplo de como usar a autoridade que lhes é concedida.”
Suas relíquias permaneceram em Antioquia até que os cruzados as roubaram, levando para o Ocidente. O mais provável é que estejam atualmente na cidade italiana de Cremona. A Igreja Ortodoxa celebra a sua memória em 4 de setembro, assim como a Igreja Maronita, enquanto a Igreja latina o comemora no dia 24 de Janeiro.
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São Moisés, profeta (séc. XVI a.C.)
Diz-se que Moisés viu a luz quando a lei do tirano proibia manter vivos os varões que nascessem (Ex 1, 16) e que com sua graça pressagiava já toda a graça que com o tempo haveria de reunir. Parecia tão belo já em fraldas (Ex 2, 2), que seus pais resistiram a destruí-lo com a morte. Depois, quando a ameaça do tirano se fez mais forte, não o atiraram sem mais à corrente do Nilo, mas o colocaram em uma cesta cujas junções haviam sido calafetadas com breu e piche, e desta forma o entregaram à corrente. Assim o explicam aqueles que refizeram cuidadosamente a história que a ele se refere. Guiada por uma força divina, a cesta arribou a uma encosta transversal, levada a este lugar pelo próprio movimento das águas.
A filha do rei veio à região da praia onde se encontrava a cesta e, sendo alertada pelos vagidos que vinham da caixa, converteu-o em achado da rainha. Imediatamente, a princesa, vendo a beleza que resplandecia dele, encheu-se de benevolência e o adotou como filho. E posto que ele rechaçasse instintivamente um peito estranho, foi alimentado com o peito materno graças a um ardil de parentes (Ex 2, 1-9).
Durante sua educação de príncipe, instruído nas ciências estrangeiras, ao sair da infância não escolheu as coisas que eram tidas em grande apreço pelos estrangeiros, nem deixou ver que confessava como mãe àquela mãe inventada que o havia feito filho adotivo, mas retornou à sua mãe natural e se misturou com os que eram de sua estirpe. Tendo-se originado uma briga entre um hebreu e um egípcio, tomou o partido do compatriota e matou o egípcio (Ex 2, 11–13). Pouco depois, quando brigavam dois hebreus, tentou acalmar a querela fazendo-os notar que, entre irmãos, é bom tomar como árbitro das divergências a natureza e não a ira (Ex 2, 13–15). Rechaçado por aquele que se inclinava à injustiça (Ex 2, 16-21) (At 7, 23-28), fez desta afronta o ponto de partida para uma filo mais alta: depois disto, tendo se afastado da convivência com a multidão (Ex 2, 15), passa a vida na solidão e contrai parentesco com um estrangeiro sagaz para discernir o melhor e acostumado a julgar os costumes e a vida dos homens. Bastou a este uma única ação – refiro-me ao ataque dos pastores – para descobrir a virtude do jovem: como havia lutado pela justiça sem pensar em seu próprio proveito, mas por achar que o justo é valioso por sua própria natureza, e como castigara a injustiça dos pastores, que não haviam feito nenhum dano a ele. Tendo admirado o jovem por estas coisas, e estimando que, apesar de sua manifesta pobreza, sua virtude era mais valiosa que uma grande riqueza, entrega-lhe sua filha por esposa, e permite-lhe levar uma vida segundo seus desejos. Ler mais…
Outras comemorações do dia:
- S. Anthimos de Corucle em Cefalenia;
- S. Hermione, o Mártir, irmã (filha) de Filipe, o Diácono;
- Anthimos, o novo asceta.
Leituras bíblicas:
— Ep.: I Cor 1: 3-9;
— Ev.: Mt 19: 3-12.
São Zacarias e Santa Isabel eram os pais de João, o Batista. Zacarias era um sacerdote da antiga Lei. Sua mulher pertencia à família de Aarão. Ambos foram «agradáveis aos olhos do Senhor e observavam todos os mandamentos e disposições da Lei, com grande fidelidade”. Eles não tinham filhos e haviam atingido uma idade em que não já não podiam esperar tê-los, quando um anjo do Senhor apareceu a Zacarias, no momento em que ele oficiava no templo, e lhe dirigiu a palavra dizendo: «Não temas, Zacarias, porque as tuas súplicas foram ouvidas, e Isabel, tua esposa, te dará um filho ao qual porás por nome João. Desde o seio de sua mãe será cheio do Espírito Santo, e a muitos dos filhos de Israel ele os converterá ao Senhor, seu Deus». São Lucas relata no primeiro capítulo do seu Evangelho as circunstâncias do cumprimento da profecia; a visita de Maria à sua prima Isabel, a qual, também plena do Espírito Santo, saudou-a como bendita entre as mulheres; o hino de louvor a Maria:
«A minha alma glorifica ao Senhor»; a cura de Zacarias após o nascimento de seu filho para que ele pudesse exclamar profeticamente: «Bendito seja o Senhor Deus de Israel, que visitou e redimiu o seu povo». Isso é tudo o que sabe sobre Zacarias e Isabel. No entanto, era opinião comum dos Santos Padres, como Epifânio, Basílio e Cirilo de Alexandria, que São Zacarias havia morrido como um mártir.
Outras comemorações do dia:
- Ss. Urbano, Teodoro, Medimos, hieromártires em Nicomédia e seus 77 cc..
Leituras bíblicas:
— Ep.: Hb 2: 2-10;
— Ev.: Lc 10: 16-21.
Numa determinada região da Frígia, brotava uma água abençoada com a força e a intercessão de São Miguel Arcanjo que curava milagrosamente todo o tipo de doença. Um cristão, tendo sua filha curada, providenciou que fosse construída uma linda igreja sobre esta fonte dedicada ao Arcanjo São Miguel. Noventa anos mais tarde, chegou a esta igreja um jovem de nome Archipos, que ali permeneceu vivendo uma uma vida monástica. Os idólatras, ao saber de sua presença naquele lugar e de sua vida cristã exemplar, ficaram tomado de muito ódio e, indo ao seu encontro, espancaram-no com furor, avançando em seguida contra a igreja determinados a destruí-la, bem como aquela abençoada fonte de água. Foi quando interveio a força do Arcanjo que, milagrosamente, imobilizou as mãos de alguns dos agressores, enquanto outros eram barrados pelas chamas do fogo.
Entretanto, a teimosia e ódio dos agressores fez com que provocassem o desvio de um pequeno rio situado nas imediações para que inundasse com suas águas a igreja e afogasse o jovem Archipos. Mais uma vez, porém, o poder e a força do arcanjo se manifestou, desviando a direção das águas e livrando de qualquer dano o jovem monge e a igreja. Planejaram então os perseguidores juntar as águas de dois outros pequenos rios, mas o Arcanjo apareceu antes a Archipos e o tirou da igreja e, com um sinal da cruz, as águas foram detidas.
Outras comemorações do dia:
- S. Calodotus, mártir.
Leituras bíblicas:
— Ep.: 1Cor 2: 6-9
— Ev.: Mt 23: 29-39.
Osanto mártir Sozon, era natural de Lyaconia na Ásia Menor, tendo vivido na época do imperador Diocleciano (284-305). Antes ser batizado era chamado de «Taraceo» e era pastor. Mas, depois aprendeu a arte de ser pastor do rebanho espiritual, e por seus ensinamentos trouxe um grande número de pagãos à fé cristã. Certo dia ele teve uma visão de que era hora de derramar seu sangue pela confissão de sua fé em Cristo. Então, foi para a cidade e entrou num templo pagão onde rendiam culto a uma estátua de ouro da deusa Diana. Sozon lhe cortou a mão direita, fez dela pequenos pedaços e distribuiu-os aos pobres. Houve grande alvoroço entre os pagãos; eles falavam de roubo, mas a confusão foi ainda maior quando Sozon, prevendo que suspeitassem dele, entregou-se. Imediatamente conduziram-no perante Maximiano, o governador da Cilícia. Falharam todas as tentativas de enfraquecer a sua firme confissão de fé em Cristo, e então, obrigaram-no a correr com sandálias cobertas com pregos de ferro.
Enquanto seu sangue escorria sobre a terra como um rio generoso, o Santo estava cheio de uma celestial alegria, que durou até que entregou a sua alma a Deus. Seus ossos foram brutalmente golpeados. Quando os seus algozes acenderam uma fogueira para queimar seu corpo, uma grande tempestade se formou, e a chuva fez cessar o fogo, pondo a correr aterrorizados os pagãos. Assim que os piedosos cristãos puderam resgatar, com todo o respeito e amor, o corpo do Santo Mártir Sozon.
Outras comemorações do dia:
- Pré-festa da Natividade da Theotokos;
- S. João, arcebispo de Novgorod, o milagroso;
- S. Cassiano, o Inógrafo;
- Ss. Evodos e Onesiforos, Apóstolos dos 70.
Leituras bíblicas:
— Ep.: II Cor 5: 15-21;
— Ev.: Mc 1: 16-22.
A festividade do nascimento da Mãe de Deus tem provavelmente sua origem em Jerusalém, em meados do século V. Porque foi em Jerusalém que se manteve viva a tradição que a Virgem teria nascido junto à Porta da Piscina Probática. Fazendo uso desta referência, encontramos citações de São João Damasceno em sua Homilia sobre a Natividade de Maria: “Hoje é o começo da salvação do mundo, porque na Santa Probática foi-nos gerada a Mãe de Deus através de quem o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo, nos foi gerado.” Considerado o nascimento de Maria como o início histórico da obra da Redenção, o Calendário Litúrgico Bizantino abre suas portas festejando o nascimento da Virgem: “A celebração de hoje é para nós o começo de todas as festas”. Maria é apresentada pela Liturgia como a “Virgem bela e Gloriosa” que Deus amou com predileção deste a sua eternidade desde toda a Criação como sua obra-prima, enriquecida das graças mais sublimes e elevada à excelsa dignidade de Mãe de Deus e de Bem-aventurada Virgem.
Segundo o espírito da Igreja, devemos celebrar a Festa da Natividade com santa Alegria, porque o nascimento de Maria é a aurora de nossa salvação. Com o seu nascimento é anunciado ao mundo a boa nova: a Mãe do Salvador já está entre nós.
Veja AQUI o Suplemento Litúrgico para esta Festa.
Outras comemorações do dia:
- S. Sofrônio, bispo de Ibéria.
Leituras bíblicas:
— Mat.: Lc 1: 39-49, 56;
— Ep.: Fp 2: 5-11;
— Ev.: Lc 10: 38-42, 11: 27-28.
No dia após o nascimento da Puríssima Virgem Maria, a Igreja comemora os Justos Joaquim e Ana. Uma tradição do segundo século afirma que os pais da Santíssima Mãe de Deus, e avós de Jesus, chamavam-se Joaquim e Ana. Joaquim provêm da descendência do rei David. Muitos descendentes de Davi nutriam a esperança de que, de sua família, nasceria o Messias, porque Deus havia prometido a Davi que de sua geração nasceria o Salvador do mundo. Ana descendia, por parte de pai, de Aarão, o sacerdote, e do lado de sua mãe, da estirpe de Judas.
Joaquim e Ana viveram a maior parte de suas vidas na cidade da Galileia, Nazaré. Destacavam-se por suas virtudes e boas obras. Mas, viviam humilhados porque não tinham filhos. Eram estéreis. Joaquim ao templo de Jerusalém para levar as suas ofertas, mas o sumo sacerdote se recusou a recebê-las, justificando-se na lei que proíbe receber oferendas de pessoas que não deixassem descendência em Israel.
Foi muito duro para o casal suportar, no templo, esse insulto, onde esperavam encontrar alívio para os seus sofrimentos. Mas, apesar da idade avançada de ambos, sem rancor, continuavam rogando a Deus que lhes desse um filho. Joaquim dirigiu-se então para o deserto, e ali passou, 40 dias em jejum e oração.
Finalmente, o Senhor ouviu as suas orações e enviou o Arcanjo Gabriel avisar Ana que ela iria conceber um filho. E logo Ana concebeu, nascendo uma menina. Cheios de alegria, os pais a chamaram MARIA. Assim, a generosidade de Deus recompensou a fé e a paciência do casal, dando-hes uma filha que trouxe a bênção para toda a humanidade.
Durante três anos educaram em sua casa a pequena Maria e, cumprindo a promessa de oferecê-la a Deus, enviaram-na ao templo de Jerusalém. Ali havia uma casa para crianças orfãs, onde a menina foi deixada para viver e estudar. Aos 80 anos faleceu Joaquim. Ana passou a morar próximo de templo e visitava sua filha continuamente durante uns dois anos.
A devoção de Santa Ana ou Sant’Ana remonta ao século VI, no Oriente. No Ocidente data de século X. A devoção a São Joaquim é mais recente.
Tropário (tom 2):
Celebrando a memória de teus antepassados Joaquim e Ana, te suplicamos, Senhor: salva, pelas suas orações, as nossas almas!
Outras comemorações do dia:
- S. Severiano, mártir de Sebaste;
- S. José Volosky, o milagroso;
- S. Theodosios, Arcebispo de Chernigov, encontro e trasl. das relíquias;
- S. Teofanes, confessor;
- Memória do III Concílio Ecumênico de Éfeso.
Leituras bíblicas:
— Ep.: Gl 4: 22-27;
— Ev.: Lc 8: 16-21.
Estas três santas eram irmãs, naturais da Bitínia. O brilho e a beleza de suas almas e corpos era caracterizava estas santas mulheres. Os cuidados e hábitos deste mundo não as ocupava; em tudo, correpondiam ao que diz a 1ª Epístola a Timóteo: «Quanto às mulheres, que elas tenham roupas decentes e se enfeitem com pudor e modéstia. Não usem tranças, nem objetos de ouro, pérolas ou vestuário suntuoso» Por amor a Cristo deixaram a sua pátria e as suas confortáveis casas e foram viver numa colina próximo a uma fonte termal, onde viveram uma vida de ascese, cultivando ainda mais seus espíritos serenos. Por isso, essas santas mulheres foram abençoadas por Deus com o dom de curar as enfermidades, e assim socorriam especialmente os mais necessitados. Quando o governador Frontão soube das atividades destas três irmãs cristãs, ordenou que fosse trazidas.
Estando em sua presença e vendo se tratar de três respeitosas mulheres, muito simpáticas, tranquilas e destemidas, mesmo diante dele, o monarca ficou muito impressionado e, temendo-as, ordenou que fossem torturadas. Com grande coragem elas suportaram o martírio e entregaram seus espíritos a Deus no ano 290. O governador queria queimar os corpos dos mártires, mas uma chuva torrencial apagou o fogo, e os corpos das Santas Mártires foram retirados pelos cristãos e sepultados com grande respeito.
Outras comemorações do dia:
- S. Pulcheria, a Imperatriz.
Leituras bíblicas:
— Ep.: II Cor 7: 10-16;
— Jo 3: 16-21.
Santa Teodora era de Alexandria e viveu no tempo do rei Zinonos (474-490). Era casada com um piedoso homem de nome Pafnutio. Viveu uma vida marcada pela honestidade, mas vítima de sua própria fraqueza, cometeu adultério. Ninguém sabia nada a respeito e, tão pouco, tinham visto qualquer coisa, e Teodora poderia ter mantido este segredo e continuar a viver em harmonia com seu marido. Entretanto, ao se deparar com as palavras do santo Evangelho que diz: «nada há encoberto que não haja de ser descoberto; nem oculto, que não haja de ser sabido», refletiu profundamente sobre os seus pecados e os chorou amargamente. Depois, vestindo-se com roupas masculinas, foi para um monastério apresentando-se com o nome de Teodoro. Ali, dia e noite, examinava seus pecados e, arrependida, os chorava. Dois anos depois foi falsamente acusada de manter relações com uma mulher que havia deixado seu filho recém nascido na porta do monastério.
A Santa acolheu este menino e o criou como seu próprio filho durante sete anos, ficando neste tempo fora do monastério, sofrendo toda espécie de maltratos. Mais tarde pode voltar ao monastério, mas com seu corpo já muito maltratado, morreu depois de alguns dias. Os monges, ao preparar o corpo para as exéquias, foram surpreendidos com sua verdadeira identidade feminina. Logo depois de sua morte, Teodora teve sua santidade reconhecida.
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Santo Eufrosino de Alexandria
Neste dia a Igreja Ortodoxa comemora também Santo Eufrosino de Alexandria, patrono dos chefs e todos os que trabalham na cozinha e com a alimentação do próximo. Seu ícone é o que deve ser encontrado mais comumente nas cozinhas ortodoxas. Um homem de coração simples, ao entrar para a vida monástica foi alocado na cozinha do mosteiro. Consideravam-no limitado intelectualmente e por isso submetiam-no a frequentes deboches que ele suportava com perdão por seus irmãos e em silêncio, trabalhando sempre dando o seu melhor e sem reclamar. Certa noite o abade sonhou que estava no Paraíso, e ao chegar lá encontrou o Eufrosino que já tinha chegado antes. Perguntou-lhe como fizera para chegar ali ao que o santo respondeu-lhe que chegara ali pela misericórdia de Deus. O abade então pediu-lhe se podia lhe dar algum presente do paraíso. O humilde cozinheiro pegou então um galho de uma árvore com três frutas, embrulhou em um lenço e deu ao abade.
No dia seguinte, o abade acordou impressionado pelo sonho, mas ao levantar-se e olhar para seu criado-mudo, viu ali o presente, ainda embrulhado, com os frutos do paraíso. Correu até o cozinheiro Eufrosino que estava no ofício de matinas e pediu-lhe que sem mentir dissesse onde passara a noite. Eufrosino respondeu apenas “Estive onde o senhor esteve, pois Deus atendo-lhe o desejo de conhecer o paraíso, fez uso de mim, o baixo e indigno Eufrosino, para lhe dar os frutos do paraíso”.
Eufrosino então saiu mais cedo como sempre fazia para preparar o café da manhã dos monges e o abade reuniu a todos após a liturgia para descrever a experiência e exaltar a grande santidade do cozinheiro. Todos correram então até a cozinha, mas Eufrosino já não estava lá. Para evitar os elogios, o reconhecimento e a admiração de seus irmãos deixara o mosteiro e nunca mais foi visto.
Outras comemorações do dia:
- Ss. Sérgio e Herman de Valaam, Finlândia, trasl. das relíquias;
- Ss. Demétrio e Evantheias e seu filho Demetrianos, mártires;
- S. Deinol, primeiro bispo de Bangor.
Leituras bíblicas:
— Ep.: I Cor 2: 6-9;
— Ev.: Mt 10: 37-42, 11: 1.
Santo Autônomo era bispo da Itália. Foi forçado a abandonar seu país por ter promovido a conversão de muitos pagão à fé cristã. Chegando a Soreus, em Bithynia, hospedou-se na casa de Cornélio, um cristão piedoso a quem, após prepará-lo, o ordenou diácono. Em pouco tempo edificou naquele lugar uma igreja que dedicou ao Arcanjo Miguel. Logo partiu para Lakonia e Isabria para pregar o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. Retornando depois para Soreus ordenou Cornélio sacerdote. Quando teve início, em Bithynia, a perseguição aos cristãos por Diocleciano, o santo foi novamente obrigado a partir, desta vez, dirigindo-se a uma cidade do Ponto. Depois de viajar por muitos lugares da Ásia Menor, levando a palavra de Deus àqueles povos, foi a uma cidade próxima a Soreus, chamada Los Lagos, onde os cristãos estavam sendo forçados a prestarem culto de adoração aos ídolos. Os idólatras, deparando-se estão com a resistência dos cristãos a tal prática, vendo em Santo Autônomo o seu líder máximo, entraram na igreja enquanto o Santo celebrava a Divina Liturgia, e o mataram.
Outras comemorações do dia:
- S. Cornatos, Hieromártir e bispo de Icônio;
- S. Agirus, Hieromártir de Cornoutus, Bispo de Icônio;
- S. Daniel de Tassos;
S. Juliano, mártir; - S. Teodoro, Hieromártir de Alexandria.
Leituras bíblicas:
— Ep.: 1Cor 2: 6-9
— Ev.: Mt 10: 37-42, 11: 1.
As referências a este santo encontram-se nas Sagradas Escrituras onde afirmam: «E havia em Cesaréia um homem de nome Cornélio, centurião da corte chamada italiana, piedoso e temente a Deus, com toda a sua casa, o qual fazia muitas esmolas ao povo, e de contínuo orava a Deus». (At 10,1-2). A tradição nos informa também que Cornélio pregava a palavra de Deus e ensinava nas cidades de Faniqui, Chipre, Antioquia e Éfeso. Finalmente, foi eleito e ordenado bispo de Misias e, sua atitude de oposição firme aos idólatras resultou em muitos e bons frutos. Mais tarde, Cornélio foi denunciado e levado à presença de Demétrio, prefeito da cidade, que o conduziu a um templo pagão lotado de pessoas, ordenando-lhe que fizesse ali uma oferenda aos deuses pagãos. Cornélio, no entanto, não só se manteve firme em sua fé, mas também aproveitou daquela ocasião para pregar o Evangelho de Jesus Cristo a toda aquela gente que enchia o templo pagão. No meio da multidão encontrava-se a esposa e o filho do prefeito Demétrio.
Cornélio, voltando-se de repente para Demétrio, comentou: «Nada de mal acontecerá a sua família!» Estas palavras deixaram o prefeito perplexo e curioso. De fato, quando o santo deixou o templo, houve um grande terremoto que colocou abaixo suas colunas e paredes, soterrando muitas pessoas sob seus escombros. A mulher e o filho do prefeito, milagrosamente, saíram ilesos. Depois disso, Demétrio e toda a sua família se fizeram batizar.
Outras comemorações do dia:
- Pré-Festa da Santa Cruz;
- Dedicação da Basílica do Santo Sepulcro em Jerusalém († 335);
- S. Aristides, o Centurião;
- S. Hierotheos, Justo do Monastério de Iveron, Monte Athos.
Leituras bíblicas:
— Ep.: Hb 3: 1-4;
— Ev.: Mt 16: 13-19.
A Igreja celebra hoje a festa da Exaltação da Santa Cruz. É uma festa que se liga à dedicação de duas importantes basílicas construídas em Jerusalém por ordem de Constantino, filho de Santa Helena. Uma foi construída sobre o Monte do Gólgota; por isso, se chama Basílica do Martyrium ou Ad Crucem. A outra foi construída no lugar em que Cristo Jesus foi sepultado pelos discípulos e foi ressuscitado pelo poder de Deus; por isto é chamada Basílica Anastasis, ou seja, Basílica da Ressurreição.
A dedicação destas duas basílicas remonta ao ano 335, quando a Santa Cruz foi exaltada ou apresentada aos fiéis. Encontrada por Santa Helena, foi roubada pelos persas e resgatada pelo imperador Heráclio. Segundo contam, o imperador levou a Santa Cruz às costas desde Tiberíades até Jerusalém, onde a entregou ao Patriarca Zacarias, no dia 3 de Maio de 630. Tal festividade lembra aos cristãos o triunfo de Jesus, vencedor da morte e ressuscitado pelo poder de Deus.
A pregação da Cruz é uma necessidade para os que se perdem; mas para os que se salvam – para nós – é força de Deus. Por que diz a Escritura: «Destruirei a sabedoria dos sábios, e inutilizarei a inteligência dos inteligentes. Onde está o sábio? Onde o douto? Onde o sofista deste mundo? De fato, como o mundo através de sua própria sabedoria não conheceu Deus na divina sabedoria, quis Deus salvar os crentes através da necessidade da pregação». Assim, enquanto os judeus pedem sinais e os gregos buscam sabedoria, nós pregamos a Cristo crucificado: escândalo para os judeus e loucura para os pagãos, mas para os chamados, tanto judeus quanto gregos, um Cristo, força de Deus e sabedoria de Deus. As palavras do apóstolo Paulo, lidas na solenidade da Exaltação da veneranda e santificadora Cruz, marcam o sentido inequívoco que, desde o princípio, tivera para os cristãos o patíbulo dos malfeitores, que era a cruz. Por que, pois, estranhar-se que a Igreja a tenha considerado objeto de culto particular?
Romano o Melode, imaginando um diálogo entre o diabo e o inferno, põe na boca do primeiro as palavras: «Belial, é tempo de abrires o ouvido. A hora presente far-te-á ver o império da Cruz, e o grande poder do Crucificado. Para ti, a Cruz não é senão loucura; porém toda a Criação a considera como um trono desde que, nela cravado, escuta Cristo como juiz em atividade».
A forma de cruz das igrejas antigas, inclusive hoje nas de tradição bizantina, evoca a virtude ou força da ação redentora desse sinal. A Cruz defende a todos do maligno e de seus ataques. Os marcados com o sinal de Cristo têm a esperança confiante de entrar no paraíso. Nas igrejas bizantinas, atrás do altar e no ponto mais alto do Iconostase, destaca-se a Crucifixão, 4 com o objetivo de que, de qualquer ponto do templo e a todo momento, possa atrair o olhar dos fiéis para a Árvore da Vida, plantada no novo paraíso universal, frondosa e muito mais honorável que a do Éden […]
Veja AQUI todo Suplemento Litúrgico para este Domingo.
Outras comemorações do dia:
- Comemoração do VI Concílio Ecumênico.
Leituras bíblicas:
— Mat.: Jo 12: 28-36;
— Ep.: I Cor 1: 18-24;
— Ev.: Jo 19: 6-11, 13-20, 25-28, 30.
São Nicetas foi um dos mártires mais célebres entre os visigodos. Nicetas era um visigodo nascido às margens do Danúbio e convertido à fé já na sua juventude por Ulfilas, um brilhante missionário que viveu entre aquele povo e traduziu a Bíblia para a língua gótica. Foi ainda Ulfilas quem ordenou Nicetas sacerdote. Por volta do ano 372, várias centenas de visigodos, fugindo dos invasores hunos, refugiaram-se na Moldávia e tiveram uma recepção nada acolhedora de parte das autoridades romanas, sendo alvos, ao contrário, de insultos e ofensas. Imediatamente, em represália, o rei Atanarico, senhor dos visigodos do Oriente, cujo território fazia fronteira com o Império Romano na região da Trácia, começou uma violenta perseguição contra os cristãos. Por ordem do rei, um ídolo foi colocado sobre uma carreta e levado por todas as cidades e aldeias onde se suspeitava da presença de cristãos, e qualquer pessoa que se recusasse a adorar o tal ídolo, estava, conseqüentemente, condenado à morte.
E para que fossem mortos em massa, os perseguidores usavam o método de trancar os cristãos capturados em casas ou igrejas, queimando-as em seguida. No exército de mártires que glorificaram a Deus nessa ocasião, figura São Nicetas, que selou sua fé e obediência com seu sangue, purificando-se de toda a culpa pela morte no fogo, e entrando triunfante na vida eterna. Suas relíquias foram levadas para Mopsuecia na Cilicia, depositadas num santuário erguido em sua honra pelo qual o mártir visigodo foi venerado nas igrejas bizantinas e sírias.
Outras comemorações do dia:
- S. Sebastiana, discípula de S. Paulo;
- S. Doroteos, ermitão no Egito;
- S. Melitina Mártir;
- S. Niniano, o Iluminador da Escócia;
- S. Edith, monja da Abadia de Wilton.
Leituras bíblicas:
— Ep.: II Cor 6: 1-10;
— Ev.: Lc 7: 36-50.
Eufêmia nasceu na Calcedônia, uma cidade perto de Constantinopla, numa família nobre e respeitável, foi criada nos ideais cristãos, que faziam dela um exemplo de virtude e beleza junto dos habitantes. Durante o reinado do Imperador Diocleciano, que proibia batizados, ela foi acusada e tendo recusado a casar com um herói da cidade, foi presa com outros cristãos. Torturada de maneira cruel, onde era usada uma roda de moinho, sempre se manteve fiel à sua fé e manteve intacta a sua decisão de nunca trair a Deus. Entregaram-na aos leões que acabaram por matá-la, mas não danificaram o seu corpo, deitando-se a seu lado como que a protegê-la de mais sofrimentos. Era o dia 16 de Setembro do ano 304, quando tinha ela somente 15 anos de idade. Os cristãos ficaram com o seu corpo, sendo depois sepultado em Calcedônia, onde construíram uma igreja. Em 620, quando a cidade foi invadida e conquistada pelos Persas, o seu corpo foi trasladado para Constantinopla e depositado numa Igreja que fora construída por ordem do Imperador Constantino, em sua honra.
Com a entrada no poder do Imperador Nicefor, que era contra símbolos religiosos, os cristãos temiam que ele pudesse ordenar a remoção do corpo de Santa. Eufêmia. Conta-se que numa noite de violenta tempestade o sarcófago de mármore desapareceu da cidade. Possivelmente, pescadores cristãos carregaram-no em seus barcos, com a esperança de a transportar para um lugar seguro. Em 13 de Julho do ano 800, as pessoas de Rovinj, viram dar à costa, ondulando gentilmente nas águas, um sarcófago. Os sinos repicaram, as pessoas que se juntaram na praia tentaram retirá-lo da água, mas em vão, todos os esforços eram inúteis, até que apareceu uma criança com dois fracos bezerros e que para espanto de todos conseguiu remover o pesado sarcófago da água e o levou até a igreja local. Quando abriram o sarcófago, viram o corpo de uma jovem muito bonita e que vestia um luxuoso vestido e junto dela, um pergaminho que dizia: «este é o corpo de Santa Eufêmia, virgem mártir da Calcedônia, filha de um nobre senador, nascida para o céu em 16 de Setembro do ano 304 AD…». O seu corpo continua preservado numa igreja na cidade de Rovinj, na atual Croácia, onde pode ser visitado.
Outras comemorações do dia:
- S. Filóteos, o Grande;
- S. Simeão, arcebispo de Tessalônica;
- S. Bessarion de Larissa;
- S. João, o novo mártir de Creta;
- S. Simeão, o justo, Arcebispo de Thessolonica;
- S. João, o Novo Mártir de Creta;
- S. Porfírios, o Ator.
Leituras bíblicas:
— Ep.: Cl 1: 24-29, 2: 1;
— Ev.: Mt 10: 16-22.
Santa Sofia, nobre matrona romana cujo nome significa “Sabedoria Divina” teve por filhas as três virgens: Fé, Esperança e Caridade, nomes estes que ela escolheu no batismo pelo amor que dedicava a essas virtudes cristãs. Santa buscou sempre a perfeição evangélica, sendo agraciada por Deus com o Dom de contemplar as grandezas celestiais, educando suas filhas num reto amor pelas virtudes, numa época de intensas perseguições ao Cristianismo, por volta do século 130 d.C., sendo discípulas incondicionais de Nosso Senhor Jesus Cristo, viveram na época da perseguição do Imperador Romano Adriano e seu prefeito Antíoco, que martirizou as filhas em presença de sua mãe, visto que estas pregavam por toda cidade de Roma e arredores a mensagem do crucificado. Santa Sofia, cuja fé e fortaleza eram inabaláveis, animava suas filhas a perseverarem na virtude mesmo diante dos bárbaros tormentos que lhe foram infligidos pelo imperador, que fazendo sofrer as filhas, tencionava fazer à renegar sua fé cristã.
Santa Fé foi a primeira martirizada, sendo despida, atada de mãos e pés, cruelmente chicoteada tendo seus cotovelos e tornozelos esmagados à marteladas, em meio aos sorrisos e injúrias do Imperador, sua irmã Santa Esperança, também despida, foi lançada lentamente numa caldeira de betume derretido e por fim, Santa Caridade, de apenas 9 (nove) anos de idade, foi decapitada, seu corpo retalhado e lançado ao fogo. Santa Sofia, a tudo assistiu, elevando os olhos ao céu na certeza de que suas filhas já contemplavam a visão beatífica concedida aos mártires da fé, consumida pela dor, continuou sua vida de intensas penitências e virtudes exemplares, arrastando milhares de pessoas ao Cristianismo, nem mesmo a violência e a tirania contra os cristãos faziam-na desistir, estava também disposta a dar sua vida por Cristo Rei, por sua Igreja! Por amor a Jesus Cristo, Santa perdeu seus bens, sua liberdade e a própria família, dois meses se passaram em completa agonia, quando Jesus, o grande mestre, sentindo piedade de sua serva fiel a fez tombar sem vida sobre o túmulo de suas filhas, ali estava encerrada a vida desta heroína da Cruz, entrava agora na glória eterna acompanhada dos anjos em festa, recebendo do Senhor singulares dons, entre os quais o de curar pústulas venenosas, enfermidades e toda sorte de males. Em resumo, sua vida é modelo de fé e de virtudes colocadas em prática, Santa e venerada, faleceu aos 30 de setembro do ano 130, em cujo dia voou a mansão celestial, tornando-se uma das santas mais populares na Igreja do Oriente, sendo à ela dedicada a magnífica basílica de Santa em Istambul na atual Turquia, hoje dominada pelos muçulmanos que a transformaram em museu nacional, seu Santuário na Itália localiza-se na cidade de Poderia-Salerno, e no Brasil na cidade do Rio de Janeiro, no bairro de Cosmos, Igreja esta construída pelo então comendador Serafim , grande devoto desta santa.
Fonte: Site «Pai de Amor»
Outras comemorações do dia:
- Heraclides e Miron, bispos de Creta (Chipre?)
Leituras bíblicas:
— Ep.: I Cor 1:26-31;2:1-5;
— Ev.: Jo 8:21-30.
Desde a juventude Eumênio se submeteu a duras provações. A moderação era a característica que o distinguia, porque sempre teve presente o conselho do Apóstolo São Paulo:
[…] todo aquele que luta de tudo se abstém; eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, uma incorruptível» (1 Cor 9,25).
E santo Eumênio, seguindo as palavras do Apóstolo, de fato o alcançou. Foi eleito e ordenado bispo de Gortinis, em Creta. Em sua nova função na Igreja, suas virtudes brilharam ainda mais que antes, recebendo de Deus muitas bênçãos e forças para realizar verdadeiros milagres. Mais tarde ele foi para Roma onde, por causa de sua pregação e milagres, muitos se converteram à fé cristã e se batizaram. Contudo, desejando uma vida mais austera, Santo Eumênio mudou-se para o Egito onde se encontravam muitos ascetas reconhecidos. No Egito, entregou seu espírito a Deus e, mais tarde, suas relíquias foram trasladadas para a Ilha de Creta.
Outras comemorações do dia:
- S. Ariadne, a mártir.
Leituras bíblicas:
— Ep.: I Cor 1: 26-31; 2: 1-5;
— Ev.: Jo 8: 21-30.
Estes mártires viveram por volta do ano 278, na época do governador Heliodoro de Antioquia. Quando Trofimo e Sabácio se encontravam em Antioquia, vendo que aquela gente levava uma vida de licensiosidade e pecado, prestando culto a Apolo, de pronto passaram a mostrar o quanto aquilo tudo era pecaminoso. Por causa disso foram presos e logo conduzidos ao tribunal para serem julgados. Lá professaram corajosamente a sua fé cristã. O governador, tendo ouvido tais declarações de fé, ordenou que os santos fossem açoitados. Tal execução se deu com tamanha crueldade que os carnífices chegavam a cortar em pedaços os corpos dos santos. Sabácio não resistiu aos muitos ferimentos e entregou seu espírito a Deus. Piores sofrimentos esperavam por Trofimo que, tendo suportado todos os martírios, foi depois jogado na prisão. Lá, recebeu a visita de Dorimedon, um homem público que, presenciando os seus sofrimentos, acabou por converteu-se também à fé cristã.
Quando o governador tomou conhecimento do fato, ordenou que as torturas fossem aplicadas ainda com maior rigor. Mais tarde, os dois foram jogados aos animais famintos que se encontravam no anfiteatro. No entanto, os animais permaneceram tranquilos como cordeiros, cumprindo-se assim o que dizem as Escrituras: «pela fé conquistaram reinos, fizeram justiça e alcançaram o prometido; fecharam a boca de leões» (Hb 11,33). Os carnífices, vendo que as feras não se moviam, decidiram decapitar Trofimo e Dorimedonte.
Outras comemorações do dia:
- Ss. Theodoro, príncipe ortodoxo (morte), e seus filhos Davi e Constantino, os milagrosos;
- S. Teodoro de Tarso, Arcebispo de Canterbury;
- S. Plato, o novo Hieromártir de Patmos.
Leituras bíblicas:
— Ep.: ICor 1: 26-31; 2: 1-5;
— Ev.: Jo 8: 21-30.
A Igreja Ortodoxa comemora hoje, o grande Santo Mártir Eustáquio, sua esposa, Teopista, e seus dois filhos, Agapito e Teopisto. Santo Eustáquio chamava-se Plácido e sua esposa Tatiana, antes de se converterem ao cristianismo. Plácido foi um general que viveu em Roma na época do imperador Trajano (98-117). Ainda pagão, Plácido era notavelmente virtuoso e tinha um amor especial para com os pobres. Vendo sua natureza bem intencionada, Deus é revelou a ele como havia feito com São Paulo. Certo dia, caçando na floresta, Plácido apanhou um grande cervo e, entre seus chifres viu uma cruz mais brilhante que o sol na qual se lhe revelou a face de Cristo. Ouviu ainda uma voz que lhe disse: «Plácido, por que me persegues? Eu sou o Cristo, a quem, inconscientemente, tens honrado com tuas boas obras. Eu vim ao mundo como homem para salvar a humanidade, e como tal, mostro-me hoje a ti para acolher-te na rede do meu amor pela humanidade».
Assombrado e aterrorizado, Plácido caiu de seu cavalo e permaneceu inconsciente por várias horas. A veracidade de sua visão foi indubitável quando Cristo lhe apareceu uma segunda vez e lhe deu a conhecer que é Deus por natureza, que fez o céu e a terra, e que por seu amor à humanidade, assumiu como própria a nossa natureza humana. Plácido então acreditou do fundo de seu coração, e se fez batizar juntamente com sua esposa e filhos, recebendo todos eles novos nomes cristãos. Os pais passaram a se chamar Eustáquio e Teopista, e seus dois filhos, Agapito e Teopisto.
Encontrando em Eustáquio a virtude que provém da fé, o Senhor novamente se mostrou a ele dizendo-lhe das tribulações que o diabo usou para com Jó, e que também a ele estas coisas poderiam acontecer, mas, que a divina graça estaria com ele. E, um pouco adiante Eustáquio perdeu todos os seus bens e decidiu então embarcar para o Egito com sua esposa e filhos. O capitão do barco, desavergonhado e licencioso, capturou sua esposa no momento em que ele desembarcava seus filhos. Com lágrimas nos olhos Eustáquio prosseguiu seu caminho e, enquanto atravessava um rio, um lobo e um leão afugentaram seus filhos, ficando Eustáquio solitário e arruinado, mas firme em sua fé e com sua esperança voltada no Senhor. Ele, que já havia sido um notável membro da nobreza romana, agora perambulava de um lugar a outro, tendo a mesma paciência de Jó e vivendo de trabalhos eventuais. Finalmente estabeleceu-se num lugar chamado Badissos cuidando de um jardim, não muito longe de onde seus dois filhos, que haviam sido resgatados por alguns pastores, cresciam sem saber do pai.
Quinze anos mais tarde, os bárbaros tinham feito cativa sua esposa Teopista, preparavam-se para invadir em massa o império; os romanos não encontraram um general suficientemente hábil que pudesse enfrentar ao ataque. O Imperador lembrou-se então das muitas vitórias e do grande valor de Eustáquio, e mandou que o buscassem. Quando se apresentou na corte, mal era possível reconhecê-lo, pois a pobreza e a miséria haviam deixado suas marcas em seu semblante. O imperador lhe restituiu a sua posição e posses, dando-lhe também o comando da Legião. E, com a ajuda de Deus, afastaram para longe os bárbaros. Durante a campanha Eustáquio reencontrou a sua esposa e filhos e pode provar que sua paciência não ficou sem recompensa nesta vida.
Em seu retorno triunfal a Roma, Adriano, o novo imperador, o encheu de presentes e perguntou-lhe se, em agradecimento por sua vitória, iria oferecer um sacrifício aos ídolos. Eustáquio respondeu que sua vitória pertencia somente a Cristo e não a poderes imaginários de falsos deuses. Esta resposta enfureceu o tirano e, novamente, todos os seus bens foram confiscados e sua esposa e filhos foram levados como comida aos leões famintos, mas os animais não se atreveram a tocá-los, sentando-se, com reverência, diante deles. Os santos foram então jogados num caldeirão cheio de bronze fervente onde entregaram suas almas a Deus sem que seus corpos sofressem qualquer alteração. Isto produziu grande assombro aos pagãos, e grande alegria aos fiéis que, por estes sinais reconheceram que a graça de Deus habitava aqueles corpos dos santos mártires, e neles permaneceu como conforto no sofrimento. Que suas intercessões sejam também com todos nós!
* * *
Grande Mártir Santo Eustáquio, sua esposa Santa Teopista e seus santos filhos Agápio e Teopisto
Placidas era um general romano do início do segundo século, vivendo sob o governo de Trajano. Certa feita, caçando na floresta, Placidas encontrou um cervo com uma cruz radiante entre seus chifres e que se revelou a Ele como Cristo, ordenando-lhe que fosse ao Bispo da região e que aceitasse o Santo Batismo. Voltando à casa, sua mulher, Tatiana, ao saber do ocorrido, revelou ao marido um sonho com o mesmo Cristo. Ele e sua casa foram batizados com o nome de Eustáquio, Teopista, Agápio e Teopisto.
A nova família cristã enfrentou uma série de provações, e acabou por perder seus bens, gado e escravos, atingidos por calamidades e doenças. Avisados por divina revelação de que deveriam ser purificados pelo fogo, resolveram partir para Jerusalém. Durante a viagem, Santo Eustáquio perdeu mulher e filhos, a primeira raptada pelo comandante do navio em que viajava, os demais atacados por feras selvagens [por um leão e por um lobo]. Sem perder a fé, fez residência na pequena aldeia de Badessos, no Egito, sem saber que tanto sua mulher quanto filhos haviam sido salvos da tragédia pela Providência Divina. Santo Eustáquio permaneceu ali trabalhando por cinco anos.
Naqueles tempos, durante uma rebelião que trouxe dificuldades para o governo de Trajano, antigos comandados de Placidas o reconheceram na aldeia e o levaram de volta a Roma, onde recebeu o posto de general. Foi em meio a sua campanhas militares que Santo Eustáquio reencontrou mulher e filhos.
Depois de esmagada a rebelião, o Bem Aventurado comandante retornou a Roma coberto de honras militares. Adriano já era o novo Imperador, e ficou surpreso ao descobrir que seu general se recusava a sacrificar para os deuses romanos e que se tornara cristão. Ele e sua família foram então condenados à morte após se recusarem a apostatar.
Outras comemorações do dia:
- S. Eustacio, arcebispo de Tessalônica;
- S. Hilarion, novo mártir de Creta;
- Ss. Miguel e Theodoro, príncipes ortodoxos de Chernigov, mártires e confessores;
- S. João, o Peregrino.
Leituras bíblicas:
— Ep.: Ef 6: 10-17;
— Ev.: Lc 21: 12-19.
Kodratos era um homem modesto e sábio, portador de grandes conhecimentos e uma extraordinária capacidade dialética. Foi eleito e ordenado bispo de Atenas, uma cidade onde existiam muitas faculdades de filosofia, sendo por isso era necessário um bispo com grande capacidade apologética. E esta era uma de suas notáveis características. Se trabalho foi marcado pelo zelo, oração, e sempre muito gentil e atencioso com todos. Desta maneira conseguiu iluminar muitos ao caminho da verdade. Por não dar lugar a que o vencessem em seu raciocínio e discurso, foi expulso com violência da cidade de Atenas. Isto, porém não enfraqueceu a paciência de Kodratos que, posteriormente, estabeleceu-se em Magnésia, cidade da Ásia Menor, onde pregou o Evangelho. De lá escreveu ao imperador Adriano pedindo-lhe que os cristãos não fossem perseguidos por causa de sua fé. A resposta do imperador foi a prisão e morte de Kodratos que, assim, chamou para si a coroa do martírio.
Outras comemorações do dia:
- S. Profeta Jonas;
- S. Quadratos, o Apóstolo;
- Ss. Isaac e Meletios, Bispos de Chipre;
- S. Demétrio, Metropolita de Rostov.
Leituras bíblicas:
— Ep.: II Cor 12: 20-21; 13: 1-2;
— Ev.: Lc 3: 23-38, 4: 1.
Focas morava próximo a porta porta da muralha de Sinope, uma cidade da Paflagonia, na costa do Mar Negro. Como meio de sobrevivência, cultivava um campo e, entregue ao seu humilde e duro trabalho, imitava as virtudes dos santos anacoretas. Assim vivia feliz, como os nossos primeiros pais no Paraíso que tiveram de trabalhar para tirar da terra os frutos de sua subsistência. Focas sentia muita alegria em cuidar do seu jardim, podar suas arvores, pois considerava essa tarefa útil, necessária e natural. Pensava que não poderia existir melhor ocupação para manter saudável a sua mente e o seu corpo. Unia a oração e o trabalho e, para ele, seu campo era um livro aberto e uma inesgotável fonte de meditação. Sua casa sempre se mantinha aberta para todos, inclusive para os desconhecidos e peregrinos que não encontravam um lugar onde hospedar. Depois de compartilhar, por vários anos, os frutos do seu trabalho com os mais pobres, deu sua própria vida por amor a Cristo.
Surgiu de repente, em Paflagonia, uma cruel perseguição contra os cristãos, e Focas foi apontado por um tribunal como um dos cristãos da cidade que deveria morrer. Um grupo de soldados, então, se dirigiu a Sinope em busca de Focas. Quando os soldados chegaram a Sinope encontraram os portões fechados e não puderam entrar na cidade. Foram então pedir abrigo na casa de Focas, sem saber que era a quem buscavam. Como de costume, Focas os recebeu amavelmente, convidado-os para um jantar. Quando todos estavam sentados à mesa, os soldados revelaram ao seu anfitrião os pormenores da tarefa que executariam naquela cidade, perguntando-lhe se sabia onde poderiam encontrar Focas. O bondoso jardineiro respondeu-lhes dizendo que conhecia perfeitamente Focas, e que no dia seguinte, pela manha, lhes daria informações de seu paradeiro. Ao cair da noite, quando todos estavam descansando, Focas foi ao jardim e cavou a própria sepultura e depois que concluiu sua tarefa, ajoelhou-se e rezou, preparando a sua alma. Ao amanhecer, levantou-se e foi para casa ao encontro dos hóspedes para lhes informar onde estava Focas e como poderiam prendê-lo. E, à pergunta dos soldados sobre onde poderiam encontrar a quem buscavam, abrindo os braços disse: «Aqui me tens! Eu sou este homem a quem procurais». Num primeiro momento os soldados ficaram paralisados ante tal revelação, não sabendo como reagir perante aquele homem que tão generosamente os acolheu em sua casa, e que estava se entregando para que o matassem. Focas então advertiu aos soldados que cumprissem seu dever, pois Focas considerava sua própria morte um beneficio que poderia ser feito. Depois de alguns momentos, sem uma palavra, os soldados levaram Focas ao jardim e lá lhe cortaram a cabeça. Tempos depois, os cristãos de Sinope, construíram uma enorme Igreja em sua honra. Em torno do ano 400, Santo Asterio, bispo de Amasea, pronunciou o panegírico deste mártir por ocasião de sua festa numa Igreja que, segundo diziam, alegravam-se em possuir parte de suas relíquias, dizendo: «Focas, desde o momento de sua morte tornou-se um pilar das Igrejas deste mundo. Todos são convidados a entrar em sua casa e serão bem acolhidos por ele. Os peregrinos vêm de todas as partes para rezar em sua casa. A magnífica Igreja que guarda as suas relíquias é o lugar onde os aflitos encontram alivio e consolo, os doentes, a saúde, e os necessitados, o auxilio. Aonde quer que suas relíquias sejam veneradas, ainda que só uma pequena parte, como nesta Igreja, acorrem muitos cristãos». Santo Asterio acrescentou ainda em seu panegírico que «os navegantes dos mares e dos oceanos, cantam hinos em sua homenagem, pois freqüentemente, o santo mártir Focas lhe tem socorrido quando invocado».
Outras comemorações do dia:
- S. Focas, o Chipriota;
- Ss. Isaac, Martino e os 26 mártires do Monastério de Zoografou (martirizados pelos Latinos).
Leituras bíblicas:
— Ep.: II Cor 13: 3-13;
— Ev.: Lc 4: 1-15.
Esta foi a profecia de Isaías referindo-se ao Precursor:
«Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do SENHOR; endireitai no ermo vereda a nosso Deus». (Is 40: 3).
Esta voz foi a do Precursor São João Batista, nascido de forma miraculosa; seu pai, Zacarias, era um sacerdote, e quando estava incensando o altar no templo, viu um Anjo do Senhor que lhe anunciou a chegada de um filho que deveria se chamar João. A alegria transbordou o coração de Zacarias, mas duvidou por um instante de que isso pudesse ser possível, pois sua mulher estava em idade já muito avançada. Então a Anjo lhe disse que, por ter duvidado, permaneceria privado da fala e audição até que a palavra de Deus fosse cumprida. E, de fato, Isabel, completando-se os nove meses, deu à luz um filho. Oito dias depois, quando o menino foi levado para ser circuncidado, parentes quiseram impor o nome de seu pai, Zacarias, ao menino. Foi quando Zacarias, percebendo este movimento, escreveu num quadro negro o nome João, e imediatamente voltou a falar e a ouvir, e a alegria novamente tomou conta de todos.
Outras comemorações do dia:
- Ss. Ramthipi e Polixene;
- S. João, o novo mártir de Epiros;
- S. Nicolau, o novo mártir.
Leituras bíblicas:
— Ep.: Gl 4: 22-27;
— Ev.: Lc 1: 5-25.
Santa Tecla nasceu numa família reconhecidamente pagã. Quando contava com a idade de 18 anos, foi prometida em casamento a um jovem. O apóstolo Paulo, em certa ocasião, pregou o evangelho no lugar onde Tecla vivia. Tendo escutado a pregação evangélica do Apóstolo, Tecla se converteu ao cristianismo e decidiu viver uma vida casta, desde então. Esta decisão transtornou tanto a sua mãe que, além de surrá-la, privava sua filha Tecla de se alimentar. Contudo, quando percebeu que aquela maneira de tratá-la resultada incapaz de desviá-la de sua fé em Cristo, desesperadamente atirou-a ao fogo. Deus, porém, preservou-a intacta. Tecla se fez discípula do Apóstolo Paulo e foi com ele a Antioquia. Lá, um ancião da cidade, atraído por sua beleza, tentou tomá-la a força, porém ela conseguiu fugir. Enfurecido o agressor a levou ao governador sob a acusação de ser uma cristã.
O governador ordenou que a jogassem para os animais ferozes, mas os animais não a tocaram. Surpreso, o governador a interrogou, perguntando-lhe: «quem és tu, e qual é poder que vem de ti, pois nada te faz mal ?» Tecla respondeu: «Sou uma serva do Deus vivo». O administrador, então, a deixou livre e ela iniciou sua missão de anunciar o evangelho convertendo muitos à fé cristã. Depois, se retirou a um lugar solitário, levando uma vida simples, curando os enfermos através de orações. Os médicos, enciumados pelo dom de cura da Santa, enviaram alguns jovens para atacá-la. Ela rogou ao Senhor que o protegesse daqueles homens e imediatamente a pedra onde estava sentada se abriu e a escondeu. Esta pedra que foi seu esconderijo, mais tarde foi usada como seu túmulo.
Outras comemorações do dia:
- Comemoração do Milagre da Theotokos Myrtidiotissa em Kythira;
- S. Siluan de Monte Athos;
- S. Coprios, o milagroso;
- Ss. Juvenal e Pedro, novos mártires de Alaska;
- S. Estêvão, mártir;
Santíssima Theotokos de Palianis.
Leituras bíblicas:
— Mat.: Lc 1: 39-49, 56;
— Ep.: II Tm 3: 10-15;
— Ev.: Lc 10: 38-42, 11: 27-28.
Eufrosina era filha única de uma família muito rica. Seu pai, Panfúcio, era um dos homens mais ricos da cidade de Alexandria e, com sua esposa, distinguiam-se por sua fé em Cristo. Aos doze anos Eufrosina ficou órfã de sua mãe, e seu pai passou a se dedicar inteiramente ao cuidado e educação da filha. Aos 18 anos de idade, seu pai quis desposá-la com um jovem da alta sociedade. Entretanto, a alma de Efrosinis já havia compreendido o amor de Deus, e o casamento seria um sério obstáculo para a sua vida espiritual e seu serviço aos necessitados. Por isso, certo dia, repartiu todos os seus bens com os pobres, saiu silenciosamente de sua casa disfarçado de homem e procurou abrigo num monastério. A Santa era muito admirada por sua luta espiritual e por sua predisposição ao trabalho. Viveu no monastério durante 38 anos, e ao final de seus dias se reencontrou com seu pai que, mais tarde, seria também consagrado monge.
Assim, a vida de Eufrosina nos recorda as palavras do Evangelho que nos diz:
«Veio para nos ensinar a renunciar à impiedade e às paixões mundanas, e a viver neste mundo com toda sobriedade, justiça e piedade» (Tt 2, 12)
Outras comemorações do dia:
- Ss. Panfúcio e seus 546 cc. do Egito;
- S. Sérgio de Radonéz, mon., morte († 1391);
- S. Sinaxe da Santíssima Theotokos de Evangelistria, Mochos;
- S. Finbar, o Confessor, primeiro Bispo de Cork.
Leituras bíblicas:
— Ep.: I Cor 4: 1-5;
— Ev.: Lc 4: 31-36.
A Igreja Ortodoxa comemora no dia de hoje, a Dormição de São João, o Apóstolo Virgem, um dos maiores santos da Igreja que mereceu o título de «o Discípulo a quem Jesus amava». Junto à Cruz, recebeu do Redentor como Mãe, a Santíssima Virgem Maria, e com Ela – como Fonte da Sabedoria – a segurança doutrinária que lhe mereceu dos Padres da Igreja o título de «o Teólogo» por excelência. A águia, símbolo da sublimidade de sua teologia, é o símbolo iconográfico de São João, o Teólogo. A iconografia de São João estende-se pelos séculos em amplos espaços geográficos. Na tradição bizantina predominam duas representações: do santo aos pés do Crucificado, freqüentemente ao lado oposto de onde se encontra a Virgem (à direita do Cristo), sem as demais pessoas, embora lembradas nos evangelhos, presentes no Calvário ou então o Evangelista é representado sentado, por vezes tendo ao lado o símbolo da águia, ditando ao seu escriba Prócoro a revelação.
Ao centro do Iconostase, nas Portas Reais, debaixo da cena da Anunciação, é freqüente a representação dos quatro evangelistas. São João é logo reconhecível, pois é o único. que está ditando a um discípulo. Na iconografia da Santa Ceia o discípulo amado é sempre representado com a cabeça sobre o peito do Mestre. Ele está presente também em numerosas cenas evangélicas ou tradicionais, como a Transfiguração, o Pentecostes, a Dormição da Virgem e muitas outras.
Com a liturgia bizantina, peçamos ao discípulo de Cristo, ao Apóstolo da luz e do amor, tão bem retratado nas Sagradas Escrituras, «para que ilumine todo homem e o leve ao conhecimento de Deus».
Veja AQUI todo Suplemento Litúrgico para este Domingo.
Outras comemorações do dia:
- Trasladação da venerável cabeça do Apóstolo Santo André, o Primeiro Chamado.
Leituras bíblicas:
— Mat.: Mc 16: 9-20;
— Ep.: I Jo 4: 12-19;
— Ev.: Jo 19: 25-27; 21: 24-25.
Seus pais, assim como os seus antepassados, eram cristãos; jovem, o santo se alistou no exército como recruta. A «névoa» da vontade de morte que prevalecia nas tropas não influenciou de forma alguma Calístrato que, pelo contrário, aprofundava-se no amor a Deus e exercitava-se na adoração constante. Um de seus bons hábitos era o de rezar todas as noites. Quando os seus companheiros de turma perceberam sua fé em Cristo, denunciaram Calístrato ao general Persetino (287) que imediatamente mandou que o trouxessem a Ele. Tendo ouvido de sua própria boca que era cristão, ordenou que fosse torturado. Depois de muito sofrimento, Calístrato foi amarrado, posto dentro de um saco e jogado no mar. Milagrosamente, porém, o saco se rompeu e alguns golfinhos o levaram até a costa. Presenciando esta miraculosa cena, os seus 49 companheiros de turma correram ao seu encontro, dizendo: “Realmente, agora vimos que Deus existe e que é grandioso, tão grandioso que te tirou do fundo do mar e te libertou”.
E perguntaram então ao Santo se poderiam ser aceitos na fé, eles que haviam sido idólatras. E o santo respondeu:
«Meu Senhor Jesus Cristo disse: ‘Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei’» (Mt 11,28).
Depois, Calístrato os instruiu na fé, enquanto na prisão e, mais tarde, ele e os seus 49 companheiros foram mortos por decapitação, entregando assim seus espíritos a Deus.
Outras comemorações do dia:
- Ss. Marcos, Aristarcos e Zenon, apóstolos dos 70;
- S. Aquilina, a nova mártir de Tessalônica;
- S. Gedeão;
- S. Sabbati de Solovetsky, o milagroso.
Leituras bíblicas:
— Ep.: Gl 2: 11-16;
— Ev.: Lc 4: 38-44.
São Caritão nasceu em Icônio, uma antiga cidade do sul da província romana da Galácia, durante o reinado de Aureliano (270 -275). Ele foi preso, torturado e condenado à morte por causa de sua fé cristã, mas finalmente foi libertado por um edito imperial. Mais tarde, mudou-se para a Palestina, onde passou a viver uma vida ascética. O santo converteu muitos judeus e pagãos à fé cristã. Tendo vivido durante muitos anos no deserto de Jed, estabeleceu vários mosteiros em toda aquela região, descansando em paz quando já contava com uma avançada idade.
Outras comemorações do dia:
- S. Profeta Baruch;
- S. Alkeisonos, metropolita de Nicopolis;
- Ss. Neófito e Euxentios, mártires de Chipre;
- S. Venceslau, mártir e príncipe dos Tchecos.
Leituras bíblicas:
— Ep.: II Cor 4: 6-15;
— Ev.: Lc 6: 17-23.
São Cyriaco nasceu na cidade grega de Corinto no ano 448. Seu pai, João, era um sacerdote, e sua mãe se chamava Eudoxia. Pedro, irmão de Cyriaco, era arcebispo de Corinto. Ainda pequeno, Cyriaco foi para a Lavra do Grande Euthymios, em Jerusalém, onde, mais tarde, recebeu a consagração monástica. Logo depois, foi enviado ao asceta Gerasimo. Após a morte de São Gerasimo, Cyriaco retornou à Lavra de Santo Euthymios onde, aos quarenta anos, foi ordenado sacerdote. Desde então, no monastério Zuca, sua vida foi marcada por um rigoroso ascetismo. Tal era a austeridade que se impunha que se alimentava apenas de algumas ervas selvagens, excessivamente amargas. No entanto, através de suas orações, o amargor do alimento convertia-se em doçura espiritual, para ele e seu discípulo. Cyriaco viveu até a idade de 107 anos e seu adormecimento em Cristo ocorreu no ano 555.
Outras comemorações do dia:
- S. Petrônio, o Mártir;
- S. Teófanes de Gaza;
- S. Dionisio I, patriarca de Constantinopla;
- S. Malaquias, o novo Justo, mártir de Lindos.
Leituras bíblicas:
— Ep.: Gl 5: 22-26; 6: 1-2;
— Ev.: Lc 5: 33-39.
Apóstolo armênio de origem nobre nascido em Valarxabad, originalmente um monge cipriota, juntou-se a comunidade do Monte Sinai e fez freqüentes viagens pela Palestina, passando e a ser chamado de «o Iluminador» por ter levado o povo armênio ao cristianismo. Tornado escravo durante a invasão persa e comprado por um cristão de Capadócia, ao retornar à Armênia, de colaborador e conselheiro do rei, tornou-se prisioneiro de Tirídates III, seu primo e rei da Armênia. Ao ser descoberto como cristão foi condenado a 14 anos de prisão. Porém conseguiu converter o próprio rei ao cristianismo (301), após curá-lo milagrosamente de uma doença contagiosa. O rei mandou que batizasse toda a sua corte, passando a adotar o cristianismo como religião oficial do estado e Gregório tornou-se Patriarca da Armênia. Através da sua pregação uma nova luz raiou na longa história do povo armênio, e a fé uniu-se de maneira inseparável à identidade nacional.
A fé cristã radicou-se de modo permanente nesta terra, situada à volta do monte Ararat, e a palavra do Evangelho influenciou profundamente a língua, a vida familiar, a cultura e a arte do povo armênio. Tornou-se bispo metropolitano da Capadócia (302) e líder da jovem Igreja armênia, tendo sido sucedido por seu filho Aristaques como chefe supremo dos cristãos, retirando-se à vida solitária e, desse modo, preparando-se para a morte. É venerado no dia 30 de setembro como o Apóstolo, padroeiro da Armênia, e evangelizador das Igrejas da Síria e Ortodoxa Grega.
Outras comemorações do dia:
- Ss. Mardonios e Stratonikos, mártires;
- S. Gregório de Vologdá;
- S. Miguel primeiro Metropolita de Kiev e de toda Rússia, o milagroso.
Leituras bíblicas:
— Ep.: I Cor 16: 13-24;
— Ev.: Mt 24: 42-47.