Agosto
Macabeu era o segundo nome de Judas, o terceiro filho de Matatias, que foi o primeiro chefe dos judeus na rebelião contra o imperador sírio Antíoco Epifânio. Posteriormente, o nome foi aplicado a todos os familiares e descendentes de Matatias e àqueles que os seguiram na revolta contra o rei da Síria. Entre eles estavam os santos que a Igreja comemora neste dia. Os Macabeus são os únicos mártires do Antigo Testamento que são comemorados pela Igreja. Os judeus se rebelaram porque Antíoco queria lhes impor a religião grega, mas o pretexto para que eclodisse a revolta foi a perseguição que empreendeu Antíoco contra os judeus, como um alento para o seu furor pela derrota que sofreu no Senado romano em sua segunda campanha contra o Egito (168 aC). Com efeito, Antíoco enviou à Jerusalém um general de nome Apolônio, comandando cerca de vinte e dois mil homens com ordem de helenizar a cidade; e se houvesse qualquer resistência de parte dos judeus, deviam matá-los, sem piedade, e substituí-los por estrangeiros.
O mais famoso dos mártires judeus que preferiu morrer em vez de quebrar a lei de Deus, foi Eleazar. Era um ancião de venerável aspecto e um dos principais escribas ou doutores da Lei.
Os perseguidores, pensando que o povo iria seguir o exemplo de Eleazar, tentaram de todas as formas seduzirem a que renegasse sua fé, não poupando adulações, ameaças e violência, mas o ancião não cedeu. Alguns dos que testemunharam as torturas, movidos de compaixão, aconselharam que fosse dado a Eleazar um pouco de carne bovina, que não estava proibida pela lei, para que os judeus acreditassem ter comido carne de porco, e o rei ficasse assim satisfeito. Eleazar, porém, se recusou a aceitar este subterfúgio, dizendo que os jovens se sentiriam, portanto, autorizados a violar a lei, uma vez que ele, com noventa anos de idade, teria adotado os ritos dos gentios. Acrescentou, em seguida que, se cometesse semelhante crime, não escaparia, vivo ou morto, das mãos do Todo-Poderoso. Foi então levado para o local de sua execução e, antes de morrer flagelado, Eleazar exclamou: «Senhor, cujo olhar perscruta o mais íntimo do coração, Tu vês a tortura que sofro; minha alma, porém, se regozija de sofrer por causa da Lei, pois que tenho por Ti um santo temor».
Ao martírio de Eleazar seguiu os dos outros sete irmãos, que foram torturados, um após o outro e, com invencível coragem e valor, inspirados por sua própria mãe, Solomônia. A morte do mais jovem foi ainda mais cruel do que a de seus irmãos. A mãe, após ter oferecido a Deus em oração a vida de seus filhos, entregou a sua própria vida ao Altíssimo, fiel à sua Lei.
A história dos santos sete Mártires Macabeus inspirou Judas Macabeu que liderou a revolta contra Antíoco Epifânio e, com a ajuda de Deus, conquistou a vitória, purificando em seguida o Templo de Jerusalém de toda a idolatria. Todos estes eventos estão registrados no Segundo Livro de Macabeus, que faz parte do conjunto de livros da Escritura Sagrada. Muitas homilias sobre os santos Mártires Macabeus foram feitas por vários Padres da Igreja – São Cipriano de Cartago; santo Ambrósio de Milão; São Gregório Nazianzeno e São João Crisóstomo. Os sete santos Mártires Macabeus são: Habim, Antônio, Guriah, Eleazar, Eusebio, Hadim (Halim) e Marcello.
A Igreja instituiu esta segunda festa do Santo Protomártir Estevão para comemorar a descoberta de suas relíquias junto às de Gamaliel, Habib e Nicodemos, pelo sacerdote Luciano, em Gamala da Palestina, em dezembro do ano 415. Segundo relato atribuído a Luciano, fora revelado em sonho, a ele e ao monge Migecio, o lugar onde podiam encontrar as relíquias do Santo Protomártir. Tendo sido descobertas conforme a revelação, foram solenemente trasladadas para Jerusalém pelo arcebispo João, juntamente com os bispos Eleutério de Sebaste e Eleutério de Jericó. Posteriormente, por volta do ano 428, durante o reinado do imperador Teodósio, o Jovem (408-450), as relíquias foram depositadas numa igreja em honra ao santo Diácono Lourenço, até o dia 02 de agosto, quando foram solenemente transferidas para uma igreja construída em honra do Protomártir Santo Estêvão. Fragmentos destas relíquias foram distribuídos para vários lugares do mundo, o que contribuiu para a propagação da devoção a Santo Estevão.
Incontáveis milagres foram operados por Deus através de sua intercessão. Santo Evódio, bispo de Uzalum, na África, e Santo Agostinho, nos deixaram relatados muitos desses milagres.[…] «Está bem que, desejando obter, por sua intercessão, bens temporais, o imitemos de tal modo que possamos alcançar, finalmente, os bens eternos». Certamente Deus se fez homem para curar os males temporais, pois, durante a sua vida mortal, curou os enfermos, libertou os possessos e socorreu aos necessitados, dando-nos uma prova sensível do seu poder divino e indicando que veio para nos livrar das enfermidades.
[…] Depois da morte de Santo Estêvão por apedrejamento pelos judeus, o seu corpo não teve um sepultamento, mas foi atirado às bestas e aves, ao tempo. Gamaliel, um fariseu, membro do Grande Conselho, e doutor da lei e respeitado por todo o povo, tendo se voltado para a fé em Jesus Cristo como o Messias, aquele msmo que saiu em defesa dos Apóstolos no Sinédrio (At 5, 34-40), na segunda noite após a morte de Estevão enviou pessoas de sua confiança para que encontrassem e trouxessem a ele o seu corpo, sepultando-o numa caverna de sua propriedade não muito longe de Jerusalém. Mais tarde, Gamaliel se fez batizar com seu filho Habib. O segredo do lugar do sepultamento de Estevão foi deixado com Nicodemos, o discípulo que, durante a noite, visitava Jesus (Jo 3, 1-21; 7, 50-52; 19, 38-42). Depois de mortos, os corpos de Gamaliel e de seu filho Habib foram sepultados perto do lugar onde estava sepultado Estevão. […]
II – Santo Estêvão, diácono, primeiro mártir, séc. I
Depois do Pentecostes, os apóstolos dirigiam o anúncio da mensagem cristã aos mais próximos, aos hebreus, aguçando o conflito apenas acalmado da parte das autoridades religiosas do judaísmo. Como Cristo, os apóstolos conheceram logo as humilhações dos flagelos e da prisão, mas apenas libertados das correntes retomam a pregação do Evangelho. A primeira comunidade cristã, para viver integralmente o preceito da caridade fraterna, colocou tudo em comum, repartindo diariamente o que era suficiente para o seu sustento. Com o crescimento da comunidade, os apóstolos confiaram o serviço da assistência diária a sete ministros da caridade, chamados diáconos. Entre eles sobressaía o jovem Estêvão, que além de exercer as funções de administrador dos bens comuns, não renunciava ao anúncio da Boa Nova, e o fez com tanto sucesso que os judeus “apareceram de surpresa, agarraram Estêvão e levaram-no ao tribunal. Apresentaram falsas testemunhas, que declararam: “Este homem não faz outra coisa senão falar contra o nosso santo templo e contra a Lei de Moisés. Nós até o ouvimos afirmar que esse Jesus de Nazaré vai destruir o templo e mudar as tradições que Moisés nos deixou.” Estêvão, como se lê nos Atos dos Apóstolos, cheio de graça e de força, como pretexto de sua autodefesa, aproveitou para iluminar as mentes de seus adversários. Primeiro, resumiu a história hebraica de Abraão até Salomão, em seguida afirmou não ter falado contra Deus, nem contra Moisés, nem contra a Lei, nem fora do Templo. Demonstrou, de fato, que Deus se revelava também fora do Templo e se propunha a revelar a doutrina universal de Jesus como última manifestação de Deus, mas os seus adversários não o deixaram prosseguir no discurso, “taparam os ouvidos e atiraram-se todos contra ele, em altos gritos. Expulsaram-no da cidade e apedrejaram-no.” Dobrando os joelhos debaixo de uma tremenda chuva de pedra, o primeiro mártir cristão repetiu as mesmas palavras de perdão pronunciadas por Cristo sobre a Cruz: “Senhor, não os condenes por causa deste pecado.” Em 415 a descoberta das suas relíquias suscitou grande emoção na cristandade. A festa do primeiro mártir foi sempre celebrada imediatamente após a festividade do Natal.
Santo Estevão nasceu em Roma por volta do ano 253 e foi o sucessor do Papa São Lúcio I. O acontecimento mais marcante de seu episcopado foi a controvérsia sobre a validade do batismo administrado pelos hereges. São Cipriano e os bispos africanos sustentavam a invalidade de um batismo em tais condições, defendendo que, ao converter-se um herege à ortodoxia, deveria rebatizado. Muitos bispos da Ásia também compartilhavam desta mesma opinião. Santo Estevão defendeu a validade do batismo administrado sob a fórmula prescrita pela Igreja, mesmo que administrado por hereges. Firmiliano de Cesaréia da Capadócia combateu duramente a esta posição defendida por Santo Estevão. Tanto São Cipriano como Santo Estevão acabaram cedendo à impaciência nesta controvérsia. Santo Estêvão declarou: «Guardemo-nos de introduzir inovações na Tradição que recebemos», negando-se a receber os delegados africanos defensores das posições de São Cipriano. O santo bispo chegou até mesmo a ameaçar de excomunhão os defensores da opinião contrária.
Entretanto, como escreve Santo Agostinho de Hipona, «cheio da compaixão, que é fruto da caridade, julgou ser mais prudente manter o vínculo da unidade, e a paz de Cristo triunfou nos corações». Lamentavelmente, a questão não chegou a uma solução. De acordo com alguns historiadores, o Santo foi martirizado durante as perseguições do imperador Valeriano, enquanto que para outros, foi decapitado pelos soldados de Décio, nos primeiros dias do mês de agosto de 257, durante uma cerimônia religiosa realizada na Catacumba de São Calisto em que explicava o significado de compartilhar o cálice e o pão, e a santidade e grandeza de se servir a Deus.
Em meados do século III, na época do imperador Décio [201-251], teve início as perseguições, torturas e assassinatos de cristãos, dentre os quais estavam os sete jovens de Éfeso: Maximiliano, Eksacustodianus (Constantino), Iamblichus, Martiniano, João, Dionísio e Antonino, que se negaram a abjurar sua fé em Cristo. Depois de venderem todos as suas propriedades e repartir o dinheiro com os pobres, deixaram a cidade e se esconderam em cavernas até que cessassem as perseguições. Entretanto, as mãos de Décio rondavam continuamente a caverna. Sentindo a proximidade do perigo, os jovens suplicaram durante toda a noite a Deus para levasse seus espíritos antes de caírem nas mãos de Décio. E Deus atendeu as suas súplicas concedendo que dormissem pela manhã e não mais despertassem. 194 anos depois, na época do imperador Teodósio II [408 a 450 – também cognominado por «Moço» por ter iniciado o seu reinado com apenas 7 anos], uma seita em Éfeso declarou que não havia ressurreição dos mortos.
Naqueles dias um jovem foi ao mercado de Éfeso comprar um pão com algumas moedas dos anos de Décio, o que causou espanto a todos. Perguntaram-lhe onde havia obtido aquelas moedas. O jovem os conduziu então à caverna onde ainda encontraram vivos os outros seus companheiros. Compreenderam então que se tratava de um milagre pelo qual Deus dava a prova da ressurreição. «Tenho a mesma esperança em Deus, como também eles esperam, de que há de haver a ressurreição dos justos e dos pecadores» (At 24,15).
Santa Nonna nasceu no final do terceiro século no seio de uma família cristã. Seus pais, Philotatos e Gorgônia, educaram-na, desde cedo, na fé cristã. Era uma das tias de Santo Amphylokhios, Bispo de Iconium (23/11). Jovem, casou-se com Gregório, um rico proprietário de terras e governador da região de Nazianzo da Capadócia, na Ásia Menor, membro dos Hypsistarianos, uma seita pagã judaica que prestava culto, entre outros ídolos, ao fogo. Nonna teve uma filha de nome Gorgônia, e dois filhos, Gregório e César. Pedia insistentemente a Deus em suas fervorosas orações que concedesse a graça da conversão à verdadeira fé ao seu marido. O Senhor ouviu e atendeu suas preces: Gregório começou a crer em Cristo, fazendo-se batizar e, seguindo depois para Nicéia, no Primeiro Concílio ecumênico, comunicou publicamente a sua conversão. Como cristão, entregou-se por completo ao serviço da Igreja.
Por volta do ano 325 foi consagrado presbítero e, mais tarde, bispo da cidade de Nazianzo da Capadócia. Nonna, nesse época, também foi ordenada diaconisa, dedicando-se de todo o coração às obras de caridade. No ano 359, o filho de Nonna, Gregório, tendo completado os seus estudos, voltou para sua terra natal e foi batizado pelo seu próprio pai. Foi também o pai quem, dois anos depois, o ordenou sacerdote. Este jovem veio a ser tornar, mais tarde, Patriarca de Constantinopla, um dos mais perspicazes e profundos escritores religiosos. Por esta sua qualidade, foi honrado com o título de «O Teólogo» (†25 Jan. 389). Nos últimos anos de sua vida, Santa Nonna dedicou-se integralmente à Igreja.
Santa Nonna é um perfeito modelo de mãe cristã que não se satisfaz em apenas trazer seus filhos ao mundo, mas prepará-los para viver nele. Ela desejava que todos eles fossem para o paraíso. Seu filho Gregório escreveu a seu respeito:
Meu pai era de verdade um segundo Abraão e era um homem de grandes virtudes… mas minha mãe era companheira ideal para um homem desses e suas qualidades eram tão grandes como as dele. Ela veio de uma família piedosa mas ficou mais piedosa que todos eles. Embora seu corpo fosse de mulher seu espírito era acima de todos os homens… Sua boca conhecia nada além da verdade, mas em sua modéstia, ela era silenciosa a respeito das virtudes e dons que trouxeram a sua glória. Ela não foi guiada pelo medo de Deus mas seu pelo amor a Deus».
Sua morte se deu no dia 5 de Agosto do ano 374. As virtudes que coroaram a vida desta santa são também atestadas pelo fato de cinco dos membros de sua família (incluindo ela mesma) terem sido canonizados pela Igreja.
Para a igreja Ortodoxa, a festa da «Transfiguração (Metamórphosis) de nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo» é uma das 12 solenidades do calendário litúrgico. Isso traduz toda a teologia da divinização do homem. A teologia oriental insiste sobre a graça incriada, participação na luz que envolveu o Cristo no Tabor, «Graça deificante, emanação do Espírito Santo que vem a iluminar a Esposa para torná-la nupcialmente conforme ao Esposo», como escreve C. Andronikov, acrescentando: «A Transfiguração, festa teleológica por excelência, nos permite aguardar a Páscoa e prever o porvir para além da parusia.»
A referida festa parece ter surgido como comemoração de dedicação das basílicas do monte Tabor. É posterior à festa da Exaltação da Cruz, da qual, no entanto, depende quanto à fixação de sua data.
Com efeito, segundo uma tradição, a Transfiguração de Jesus tinha acontecido 40 dias antes da crucifixão. A solenidade tinha-se, pois, fixado no dia 6 de Agosto, isto é, 40 dias antes da Exaltação da Cruz, que é celebrada no dia 14 de Setembro. A relação entre uma e outra festa sublinha-se, igualmente, pelo fato de que no dia 6 de Agosto começam a cantar-se os hinos (catavasias) da Cruz. Neste dia é costume que os fiéis tragam frutas para a Igreja para que sejam abençoadas, como se fazia, antes, oferecendo as primícias para o Templo, conforme a lei.
O santo mártir Domécio era de origem persa e viveu no século IV, nos anos do imperador Constantino, o Grande. Foi instruído na fé cristã por um cristão de nome «Uaros» e, quando os seus familiares ficaram sabendo, voltaram-se contra Domécio que se viu então obrigado a abandoná-los. Domécio ficou escondido na cidade de Niziba (na Mesopotâmia), na fronteira bizantina, e depois de receber o batismo num dos monastérios, foi tonsurado monge e lá permaneceu isolado. Mais tarde, transferiu-se para o monastério dos Santos Sérgio e Baco, na cidade de Theodosiopolis, onde se aperfeiçoou em grande nível nas suas virtudes através do estudo e meditação dos Evangelhos. O monastério estava sob a direção de um arquimandrita chamado Nurbelos – um rigoroso asceta. Este, percebendo a superioridade espiritual de Domécio, após ordená-lo diácono, quis elevá-lo ao sacerdócio. Porém, a luta de Domécio não objetivava cargos e títulos, ao contrário, buscava descobrir como fugir deles;
pois aprendeu do Senhor Jesus Cristo a ser «humilde de coração», humilde, não no sentido comum do termo, mas nas disposições interiores. Por isso fugiu para uma montanha na Síria, na região de Cyr, e lá viveu numa caverna com seus dois discípulos. Certa vez, passava por aquele lugar o imperador Juliano, o apóstata (361-363) que estava em viagem de campanha contra os persas. Por ordem do imperador, seus soldados foram em direção a Domécio e, encontrando-o orando com seus discípulos no interior da caverna, apedrejaram-lhes até à morte (+ 363).
Santo Emiliano foi perseguido e torturado por causa de sua fé. O apóstolo São Paulo, pretendendo pôr em destaque a importância da confissão de nossa fé em Cristo, afirmou: «Temos, portanto, um grande Sumo Sacerdote que penetrou nos céus, Jesus, Filho de Deus. Conservemos firme a nossa fé» (Hb 4,14). Sim, temos um grande Αρχιερέα, que já passou pelos céus e adentrou o eterno fim aonde nos espera, Ele que não é um simples homem, mas o Filho de Deus. Assim, estejamos firmes nesta fé n’Ele, nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
Um exemplo disto foi Santo Emiliano, que viveu durante o reinado do imperador iconoclasta Leão, o Armênio (813-820). Emiliano foi bispo de Cízico, sucedendo Nicolau, nos anos 787-815. Ele lutou com todas as forças que Deus lhe concedeu em defesa da veneração dos santos ícones.
Convocado, juntamente com outros bispos, ao tribunal do imperador que insistia com veemência para que os bispos se abstivessem da veneração dos santos ícones, Santo Emiliano foi o primeiro a responder com toda firmeza ao imperador, esclarecendo que a questão sobre a veneração dos santos ícones era uma questão a ser tratada e decidida no âmbito interno da Igreja, e por aqueles que se ocupam das coisas espirituais, e não por um tribunal imperial. No ano 815, Emiliano foi enviado para a prisão onde entregou sua vida como um mártir da fé ortodoxa.
Outras comemorações do dia:
S. Myron, o Taumaturgo, bispo de Creta;
Ss. Novos Mártires Triantáfilos de Zagoras e Anastácio de Tessalônica;
S. Gregório, Iconógrafo do monastério de Pechersk;
S. Gregório de Sinai e Monte Athos;
S. Anastásio, Mártir da Bulgária.
Leituras bíblicas:
— Ep.: Rm 14: 6-9
— Ev.: Mt 15: 32-39.
O Santo Apóstolo Matias era natural de Belém e um dos descendentes da tribo de Judá. Desde a sua infância em Jerusalém, dedicou-se à meditação da Lei de Deus através do estudo dos livros sagrados e, sob a orientação de São Simeão, o Receptor de Deus, foi instruído na vida e nas virtudes. Em tudo, procurava ser agradável a Deus, seguindo estritamente o caminho dos Divinos Mandamentos.
Matias foi contado entre os setenta e dois outros discípulos que «o Senhor designou e enviou, dois a dois, adiante de si, por todas as cidades e lugares para onde ele tinha de ir» (Lc 10,1), tendo antes seguido Jesus desde o começo de sua vida pública, testemunhando e vivendo todo o drama da sua paixão, morte e ressurrreição. Após a morte de Judas Iscariotes, o Traidor, Matias foi o escolhido para ocupar seu lugar, completando o grupo dos Doze Apóstolos. Após a descida do Espírito Santo, os apóstolos fizeram a distribuição dos lugares aonde deviam levar o Evangelho. Ao apóstolo Matias coube a região da Judéia, onde percorreu cidades e povoados proclamando a boa-nova da presença do Salvador do mundo, na pessoa de Jesus Cristo. O livro do Atos dos Apóstolos relata que o apóstolo Matias pregou o Evangelho na Judéia e em Jerusalém, juntamente com os outros Apóstolos (At 6,2; 8,14). Sua pregação não se restringiu aos judeus, alcançando também os gentios. Diz ainda a Tradição que São Matias levou o Evangelho aos habitantes da Etiópia, e lá teve de suportar muitas e diversas formas de aflições.
Ainda que sejam poucos os relatos sobre a sua vida, sabe-se que ele sofreu o martírio em Colchis, apedrejado por ordem do sumo sacerdote Ananías, e recebeu a coroa de mártir, oferecendo sua vida por amor a Cristo, no ano 63.
São Matias, apóstolo e mártir (II)
E fizeram esta oração:
“Tu, Senhor, que conheces o coração de todos, mostra-nos qual destes dois escolheste para ocupar o lugar que Judas abandonou, no ministério do apostolado, para dirigir-se ao lugar que era o seu; lançaram sortes sobre eles, e a sorte veio a cair em Matias, que foi então contado entre os doze apóstolos (atos dos Apóstolos 1,21-26).
Poucos relatos existem sobre sua vida, Sabe-se apenas que ele também morreu sob martírio em Colchis e, muitas vezes, teve o seu nome confundido com o de São Mateus, que em muito se assemelha na grafia.
São Matias era um dos numerosos discípulos que seguiram Jesus, desde o começo de sua vida pública. Foi testemunha de Jesus e viveu todo o drama da paixão, morte e ressurreição de Jesus. Ele foi o escolhido para ocupar o lugar de Judas Iscariotes, O Traidor, e tornar-se assim o décimo segundo apóstolo, completando o grupo após a morte de Judas. É justamente São Matias, o santo que hoje comemoramos.
Sua Eleição foi descrita nos Atos dos Apóstolos, assim:
“É necessário, pois, que, dentre estes homens que nos acompanharam todo o tempo em que o Senhor Jesus viveu em nosso meio, a começar do batismo de João até o dia em que dentre nós foi arrebatado, um destes se torne conosco testemunha da sua ressurreição” Apresentaram então dois: José, chamado Barsabás e Matias.
Outras comemorações do dia:
- S. Antônio, Mártir de Alexandria;
- S. Constantino, Patriarca de Constantinopla;
- S. Eutímio, o Hieromártir, Metropolita de Rodes.
Leituras bíblicas:
— At 1: 12-17, 21-26;
— Ev.: Mt 16: 1-6.
São Lourenço sofreu o martírio durante a perseguição de Valeriano, em 258. Era o primeiro dos sete diáconos da Igreja romana. A sua função era muito importante o que fazia com que, depois do papa, fosse o primeiro responsável pelas coisas da Igreja. Como diácono, São Lourenço tinha o encargo de assistir o papa nas celebrações; administrava os bens da Igreja, dirigia a construção dos cemitérios, olhava pelos necessitados, pelos órfãos e viúvas. Foi executado quatro dias depois da morte de Sixto II e de seus companheiros. O seu culto remonta ao século IV. Preso, foi intimado a comparecer diante do prefeito Cornelius Saecularis, a fim de prestar contas dos bens e das riquezas que a Igreja possuía. Pediu, então, um prazo para fazê-lo, dizendo que tudo entregaria. Confessou que a Igreja era muito rica e que a sua riqueza ultrapassava a do imperador. Foram-lhe concedidos três dias. São Lourenço reuniu os cegos, os coxos, os aleijados, toda sorte de enfermos, crianças e velhos.
Anotou-lhes os nomes… Indignado, o governador concedeu-o a um suplício especialmente cruel: amarrado sobre uma grelha, foi assado vivo e lentamente. No meio dos tormentos mais atrozes, ele conservou o seu “bom humor cristão”. Dizia ao carrasco: “Vira-me, que deste lado já está bem assado … Agora está bom, está bem assado. Podes comer!”
Roma cristã venera o hispano Lourenço com a mesmo veneração e respeito com que honra os primeiros apóstolos. Depois de São Pedro e São Paulo, a festa de São Lourenço foi a maior da antiga liturgia romana. O que foi Santo Estêvão em Jerusalém, foi São Lourenço em Roma.
Fonte: cf. www.ecclesia.pt.
«Se morrer, dá muito fruto»
Ao ver que levavam o bispo Sixto para o martírio, São Lourenço pôs-se a chorar. Não era o sofrimento do seu bispo o que lhe arrancava lágrimas, mas o fato de este partir para o martírio sem ele. Por isso pôs-se a interpelá-lo nestes termos: «Onde vais, meu Pai, sem o teu filho? Apressas-te tanto em direção a quê, padre santo, sem este teu diácono? Tu tinhas por hábito nunca oferecer o sacrifício sem ministro! […] Dá, pois prova de que escolheste um bom diácono, a quem confiaste o ministério do sangue do Senhor, com quem partilhas os sacramentos; recusar-te-ias a comungar com ele no sacrifício do sangue?» […] O Papa Sixto respondeu a Lourenço: «Não te esqueço, meu filho, nem te abandono. Mas deixo-te maiores combates. Sou velho e já só agüento uma ligeira luta. Quanto a ti, és jovem e hás de obter um triunfo bem mais glorioso contra o tirano. Logo virás ter comigo. Seca essas lágrimas. Dentro de três dias, seguir-me-ás. […]» Três dias depois, foi dada ordem de prisão a Lourenço. Ordenaram-lhe que levasse os bens e os tesouros da Igreja. Prometeu obedecer. No dia seguinte, apresentou-se com os pobres. Perguntaram-lhe onde estavam os tesouros que deveria ter trazido. Apontou os pobres, dizendo: «Eis os tesouros da Igreja. Teria Cristo tesouros melhores que esses acerca dos quais disse: «Sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim mesmo o fizestes» (Mt 25, 40)? Lourenço apresentou aqueles tesouros e saiu vencedor, porque o seu presecutor não teve vontade de lhos tirar. Mas, cheio de raiva, mandou-o queimar vivo.
Santo Ambrósio (c. 340-397),
«Sobre os Ofícios dos ministros» I, 84; II, 28; PL 16, 84
(a partir da trad. Bouchet, Lectionnaire, p. 468)
Fonte: Evangelho Cotidiano
Outras comemorações do dia:
- S. Xisto de Atenas, bispo de Roma;
- S. Hipólito, mártir de Roma.
Leituras bíblicas:
— Ep.: I Cor 10:5-12;
— Ev.: Mt 16: 6-12.
São Niphon II ocupou o Trono Patriarcal de Constantinopla por 3 vezes: a) 1486-1489. b) 1497-1498 e c) 1502. Era natural do Peloponeso, na Grécia, e seus pais se chamavam Manuel e Maria. Seu nome secular (vida civil) era Nicolau e, certa vez, influenciado por um certo monge Antônio, de um monastério de Epidauros, tornou-se ele também monge recebendo o nome de Niphon. Depois da morte do seu pai espiritual Niphon foi para o Castelo de Nardas onde conheceu um outro monge da Santa Montanha (Monte Athos), retirando-se logo depois ao Monastério da Virgem Maria em Ajrida. Quando o monge Zacarias foi eleito Arcebispo de Ajrida, Niphon foi ordenado diácono e, em seguida, sacerdote no Monastério de Dionisos. Pouco tempo depois tornou-se o Metropolita de Tessalônica e, após a morte de Simeão, foi entronizado como Patriarca Ecumênico de Constantinopla. Por duas vezes foi deposto e enviado ao exílio, em Blajia e depois ao Monastério Dionísio em Monte Athos.
Na terceira vez, porém, tendo sido novamente chamado a ocupar o Trono Patriarcal, não mais se transferiu para Constantinopla, permanecendo no Monastério até sua morte.
Outras comemorações do dia:
- S. Éuplio, mártir e arquidiácono de Catânia († 304);
- Ss. Teodoro e Basílio do monastério de Pechersk, mártires;
- Comemoração do Milagre de S. Spyridon em Corfu contra a invasão turca de 1716;
- Blane, Bispo de Bute.
Leituras bíblicas:
— Ep.: I Cor 10:12-22;
— Ev.: Mt 16: 20-24.
Os santos mártires Fócio e Aniceto, seu sobrinho, eram naturais de Nicomédia da Bithynia. Quando Diocleciano (235-284) começou a planejar as perseguições aos cristãos, planejando criar na cidade uma praça de execução para pôr medo aos que se sentissem movidos à fé e, diante do senado, prioferiu insultos contra eles, Aniceto, que estava presente naquele momento, não só não se deixou intimidar como reagiu valorosamente, afirmando-se cristão e, dirigindo-se ao imperador disse: «Então pensas que agindo deste modo, pondo-se contra os cristãos e insultando-os com palavras desrespeitosas, possas ter qualquer êxito? Saiba que os cristãos constituem hoje a porção mais sadia do Império Romano, e é impossível, até mesmo absurdo, que possam crer nos ídolos. Portanto, não importa as medidas que venhas a adotar contra os cristãos, o prejudicado serás tu. Quanto a eles, serão venerados como mártires». Diocleciano, furioso com as palavras de Aniceto, ordenou que ele fosse lançado como alimento a um feroz leão.
No entanto, diante de Aniceto, o ímpeto selvagem do animal foi abrandado, e nenhum mal lhe causou. Houve depois um forte terremoto e muitas estátuas dos ídolos do templo de Hércules foram jogadas em pedaços ao chão, e muitos pereceram. Aniceto foi então preso a uma roda giratória e, por debaixo dela, acenderam fogo. Porém, uma vez mais foi preservado incólume, tendo a roda parado de girar e o fogo se apagado milagrosamente. Em seguida jogaram-no num forno com estanho em ebulição, mas o estanho se esfriou imediatamente e Deus o preservou para a edificação de muitos. Fócio então correu a abraçar seu tio. Os idólatras, ao verem o que se passava, amarraram os dois e os levaram à prisão. Três dias depois, Diocleciano voltou a persuadi-los a prestarem culto aos seus ídolos, prometendo-lhes em troca glória e riquezas. Os santos responderam: «Que pereçam tua glória e tuas riquezas!» Foram então amarrados pelas pernas à cavalos selvagens e arrastados pela terra. Mais uma vez permaneceram ilesos. Finalmente, Diocleciano ordenou que fossem jogados numa grande fornalha. E assim, entregaram suas almas a Deus. Muitos outros cristãos, inspirados e encorajados pela vida dos santos Aniceto e Fócio, e com suas palavras: «somos cristãos!», morreram com esta mesma oração nos lábios
Os corpos dos santos Aniceto e Fócio foram preservados incólumes da ação do fogo, até mesmo seus cabelos. Vendo tudo isto, muitos, muitos pagãos abandonaram seus cultos idólatras aderindo à fé em Cristo. Isto se deu no ano 305
Outras comemorações do dia:
- Ss. Sergio, Estêvão e Kastor, monges;
- Palamon, Ancião de São Pacômio;
- Soldados-mártires de Creta.
Leituras bíblicas:
— Ep.: I Cor 10:28-33;11:1-8;
— Ev.: Mt 16: 24-28.
Chama-se São Máximo, «o Confessor» em razão de seus trabalhos e sofrimentos que padeceu pela fé cristã. Máximo foi um dos mais destacados teólogos do século VII, verdadeira coluna e luminar da Ortodoxia contra a heresia monotelita. Nasceu no ano 580 em Constantinopla. Ainda jovem entrou para o serviço da corte chegando a ser o principal dos secretários do imperador Heracleo. Porém, depois de algum tempo, renunciou ao cargo (provavelmente porque o imperador defendesse certas opiniões heréticas), e tomou o hábito monacal em Crisópolis (atual Skutari). Ali escreveu algumas de suas obras de mística e foi eleito abade. No ano 638 morreu São Sofrônio, Patriarca de Jerusalém, a quem Máximo tinha como seu mestre, pai e professor. Máximo então se converteu no grande defensor da Ortodoxia contra o monotelismo do imperador Heracleo, e também do seu sucessor, Constante II.
São Máximo, grande confessor da fé e notável autor místico, morreu aos oitenta e dois anos.
Deixou muitos escritos, alguns comentários alegóricos sobre a Sagrada Escritura e sobre as obras de Dionisio Areopagita, um diálogo entre dois monges acerca da vida espiritual e a «Mystagogia» que é uma explanação sobre os símbolos da liturgia.
Outras comemorações do dia:
- Apodosis da Transfiguração;
- Ss. Sérgio, Stefanos, Castor e Palamonos;
- S. Doroteu, abade de Gaza e Dositeo;
- S. Evdoquia, esposa do imp. Teodósio;
- S. Xeni, monja;
- S. Tikhon de Zadonsk, bispo de Voronej.
Leituras bíblicas:
— Ep.: I Cor 11:8-23;
— Ev.: Mt 17: 10-18.
Natural de Moreset-Gat em Hebron, um pequeno povoado ao sul de Jerusalém, Miquéias foi um profeta bíblico que profetizou durante os reinados de Joatão, de Acaz e de Ezequias, reis de Judá, sendo assim contemporâneo de Isaías, outro profeta bíblico. Tendo vivido na época das invasões assírias sobre os reinos da Samaria e de Judá, os seus vaticínios são dirigidos contra ambos os reinos, aos quais ameaça com o castigo por intermédio dos assírios.
Sobre Miquéias há referências no livro do profeta Jeremias (Jr 26, 18), quando quiseram matar Jeremias por causa de suas previsões sobre a destruição de Jerusalém. Alguns líderes o defenderam alegando que Miquéias previra o mesmo no tempo do rei Ezequias sem que, por isso, tenha sido perseguido. Apenas uma parte dos discursos de Miquéias foi preservada, sendo que o restante, muito provavelmente, foi destruído durante as perseguições aos profetas por Manassés.
O principal pensamento do profeta Miquéias é que o Senhor, fiel ao seu compromisso com o povo eleito, o purifica mediante os desastres e o arrependimento, e o fará entrar (e através dele também os pagãos) no Reino do Messias. O livro contém as profecias sobre a destruição da Samaria e sobre o aniquilamento de Jerusalém, as promessas de salvação a Israel através do Líder de Belém e a indicação do caminho da salvação. Miquéias defende aos pobres e desditados de seu povo e acusa de crueldade e orgulho aos ricos. «Desapareceram os homens piedosos da terra, não há quem seja íntegro entre os homens. Todos andam à espreita para derramar sangue, cada um arma laços ao seu irmão. Suas mãos estão prontas para o mal: o príncipe exige (um presente), o juiz cobra as suas sentenças, o grande manifesta abertamente suas cobiças, todos tramam (suas intrigas). O melhor dentre eles é como um silvedo, o mais íntegro, como uma sebe de espinhos. No dia anunciado por teus vigias, vem o castigo: eles serão completamente destruídos» (Mq 7, 2-4).
O seu livro bíblico (Livro de Miquéias), classificado pela Bíblia Cristã como livro profético, divide-se em três seções: na primeira condena os pecados da Samaria e de Judá, principalmente as injustiças praticadas pelos ricos e poderosos que despojavam injustamente os pobres; a segunda começa com um vaticínio sobre a restauração de Jerusalém, sobre a qual virão as nações estrangeiras e das quais esta se libertará; a terceira corresponde a um processo contra Jerusalém devido às suas idolatrias.
Isto é o que o Senhor espera do homem: «Já te foi dito, ó homem, o que convém, o que o Senhor reclama de ti: que pratiques a justiça, que ames a bondade, e que andes com humildade diante do teu Deus». (Mq 6, 8). O profeta termina seu livro dirigindo-se a Deus: «Qual é o Deus que, como Tu, apaga a iniqüidade e perdoa o pecado do resto de seu povo, que não se ira para sempre porque prefere a misericórdia? Uma vez mais, tem piedade de nós! Esquece as nossas faltas e joga nossos pecados nas profundezas do mar!» (Mq 7,18-19).
Conteúdo do livro de Miquéias: a destruição de Jerusalém e Samaria (1-2); o pecado do povo de Judá (3); o Reino do Messias (4); o nascimento de Cristo em Belém (5); o Juízo sobre os povos (6); e a misericórdia para com os fiéis (7).
Outras comemorações do dia:
- Pré-festa da Dormição da Mãe de Deus;
- S. Marcelo, bispo de Apaméia, o mártir;
- S. Simeão de Trapezunta, o novo mártir.
Leituras bíblicas:
— Ep.: Rm 13: 1-10;
— Ev.: Mt 12: 30-37.
«Hoje, a arca santa e viva do Deus vivo,
aquela cujo seio tinha trazido o seu próprio Criador,
repousa no templo do Senhor,
templo não construído pela mão do homem.
David, seu antepassado e parente de Deus,
dança de alegria (2 Sm 7,14);
os anjos dançam em coro, os arcanjos aplaudem
e as potestades dos céus cantam a sua glória…»
[S. João Damasceno, «Segunda Homilia sobre a Dormição».
A última grande festa do ano litúrgico bizantino (que termina no dia 31 de agosto) é Mariana: Dormição da Santíssima Mãe de Deus (Theotokos), Kóimesis no grego e Uspénie no eslavo eclesiástico, palavras que aludem justamente ao ato de dormir. E a tradicional representação iconográfica de 15 de agosto mostra a Virgem estendida no leito de morte, rodeada para o último sono pelos apóstolos, vindos prodigiosamente dos lugares onde pregavam o evangelho, tendo ao centro Jesus Cristo que acolhe a sua alma, representada como uma menina envolta em faixas e por ele sustentada. A partir do dia 1º de agosto, o Oriente bizantino prepara-se para a festa com um jejum (do qual também fala São Teodoro Estudita, morto no ano 826) e, dado que, além da pré-festa do dia 14 de agosto, os textos litúrgicos falam do trânsito de Maria Santíssima ao céu até o dia 23 de agosto, pode-se afirmar que este é o mês mariano dos fiéis ortodoxos.
Leituras bíblicas:
— Mat.: Lc 1: 39-49, 56;
— Ep.: Fp 2: 5-11;
— Ev.: Lc 10: 38-42, 11: 27-28.
Segundo a tradição, o primeiro ícone de Jesus Cristo surgiu durante sua vida terrena. Faz-se referência a esta imagem como a «Sagrada Face», ou melhor, «O ícone não feito por mãos humanas». A tradição relata que, durante o tempo do Salvador, Abgar, o governante de Edessa, sofria de lepra. Embora nunca tenha visto o Salvador, Abgar acreditava em Jesus como o Filho de Deus por ter ouvido falar sobre os grandes milagres realizados por ele, e lhe teria escrito uma carta pedindo para que fosse curá-lo, a qual enviou à Palestina através do seu próprio retratista e pintor Ananias, tendo lhe encomendado também um retrato (pintura) do Divino Mestre. No entanto, quando Ananias chegou a Jerusalém e viu o Senhor, lhe foi impossível aproximar-se dele devido à grande multidão que o cercava. Ao vê-lo, Jesus lhe chamou pelo nome, entregando-lhe uma carta para Abgar na qual fazia elogios à sua grande fé e prometia enviar um de seus discípulos para curá-lo a lepra e guiá-lo à salvação.
O Senhor, em seguida, pediu um lenço e água. Lavou o seu rosto e o enxugou com o lenço, e seu divino semblante ficou plasmado no lenço. Ananias levou a Edessa este lenço e a carta do Salvador. Com muita reverência Abgar recebeu o que Jesus lhe havia enviado e a sua cura foi imediata; apenas um pequeno vestígio da sua terrível aflição permaneceu em seu rosto até a chegada do discípulo prometida pelo Senhor. Este discípulo foi São Tadeu (21 de agosto) um dos dos Setenta Discípulos, que lhe anunciou o Evangelho, batizou o devoto Abgar e todas as pessoas de Edessa. Esta é, portanto, a tradição sobre a imagem que hoje se venera, como a «Imagem não feita por mãos humanas», a «Sagrada Face»
Outras comemorações do dia:
- S. Diomedes, o Físico (médico) e mártir de Tarsus (início do séc. IV);
- S. Timóteo de Euripus, fundador de monastério de Pentele;
- S. Penteles, Monge;
S. Nicodemos, o mártir de Meteora; - S. Gerásimos, asceta de Cefalônia;
- Ss. Seis Mártires: Doroteos, Sarantis, Jacó, Serafim, Demétrio e Basil, em Megara;
- Ss. Manuel e João, os Novos Mártires;
- S. Stamatios, Mártir;
- S. Apóstolos, o Novo Mártir.
Leituras bíblicas:
— Ep.: I Tim 3: 13-16; 4: 1-5;
— Ev.: Lc 9: 51-57, 10: 22-24, 13:22.
São Myron viveu no ano 250, sob o imperador Decio (249-251), membro de uma família de boa e confortável posição social. Sentia um profundo amor por Cristo e, esse mesmo amor fez despertou nele a vocação ao sacerdócio. Tornando-se presbítero em Achaeia (Grécia), passou a dedicar-se inteiramente ao cuidado atencioso dos pobres, viúvas e órfãos. Myron era um homem humilde e muito bondoso com todas as pessoas, mas também corajoso na defesa dos seus filhos espirituais. Uma vez, na festa da natividade de Cristo, estava celebrando o divino ofício quando o governador local Antípatas entrou na igreja com seus soldados para prendê-lo. Vendo isto São Myron começou acaloradamente a pedir aos seus fiéis que denunciassem o governador por suas crueldades. Foi então conduzido diante de uma multidão e pressionado a venerar os ídolos pagãos. Tendo recebido de Myron uma corajosa e firme recusa, e percebendo que nada faria o santo renegar a seu Deus, ordenou que fosse submetido as mais cruéis formas de tortura, culminando com sua decapitação pela espada na cidade de Kizika. (+ 250).
Outras comemorações do dia:
- Ss. Straton, Filipe, Eutíquio e Cipriano, mártires de Nicomédia († c. 250);
- Ss. Tirso, Cipriano e Juliana, mártires;
- S. Elias de Enna (it.-gr. † 903);
- S. Demétrio, o Justo, o Novo Mártir de Samaria;
- Ss. Eutychios, Eutychianos e Kassiani, os irmãos;
- Ss. Paulo, Juliana e os martirizados com eles.
Leituras bíblicas:
— Ep.: I Cor 12:12-26;
— Ev.: Mt 18: 18-22; 19: 1-2; 13-15.
Os Santos Mártires Floro e Lauro eram irmãos gêmeos e muito unidos pela fé e amor a Cristo. Naturais de Bizâncio, tinham como mestre e pai espiritual comum São Proklo. Depois da morte de São Proklo, Floro Lauro saíram de Iliria e foram morar na cidade de Ulpiana onde exerceram a profissão de construtores e, na medida de suas possibilidades, pregavam o Evangelho. Nesta cidade encontrava-se um sacerdote idólatra de nome Meratios. Seu filho, Atanásio, desde muito pequeno, havia perdido a visão de um de seus olhos, sem que tivessem encontrado uma solução nas ciências médicas de seu tempo. Este pai, desesperado, aproximou-se certo dia dos irmãos artesãos e eles, com uma única invocação do nome de Deus, alcançaram a graça de ver restaurada a visão desta criança. Depois disso, tanto o sacerdote como o seu filho, se converteram à fé cristã. Ao tomar conhecimento do fato, o prefeito Liko ordenou que os irmãos fossem e aprisionados e, depois de serem duramente golpeados, foram jogados num poço onde entregaram suas almas a Deus.
Santo André foi um dos comandantes do exército de Galerius, enviado por Diocleciano contra os persas. Durante uma batalha, André invocou o nome de Cristo, pois tinha ouvido dizer que era um poderoso protetor, exortando também a seus homens para que fizessem mesmo. O pelotão de André triunfou e a vitória foi atribuída à invocação do nome de Cristo. Depois disso, o capitão e alguns dos seus homens tomaram a decisão de se tornarem cristãos, pelo que foram denunciados a Antíoco, seu chefe imediato. Não sabendo que medida tomar, nesse caso, Antíoco escreveu a Galerius que, relutante em desmoralizar os seus homens com a execução de vários de seus valentes soldados um dia após a vitória, ordenou a Antíoco que dispensasse os cristãos e aguardasse por uma oportunidade melhor para castigá-los. André e seus companheiros foram então para Cesaréia, na Capadócia, onde foram batizados pelo bispo Pedro. Seleuco, o governador militar da Cilícia, determinou que os neófitos fossem levado para a prisão. Sabendo que estavam sendo procurados pelos soldados, eles fugiram então para as montanhas de Taurus, mas foram encontrados e executados ali mesmo.
Outras comemorações do dia:
- Ss. André, o general e seus 2593 cc. soldados, mártires (fim do séc. III);
- S. Bartolomeu de Semeri († 1130);
- Ss. Eutiquiano e Strategios Mártires;
- Ss. Timóteo, Agápio e Tecla, novos mártires;
- S. Teófanes, Taumaturgo, o Novo Mártir da Macedônia.
Leituras bíblicas:
— Ep.: I Cor 14:6-19;
— Ev.: Mt 20: 17-28.
Samuel nasceu na Palestina, época em que o sumo sacerdote era Eli, muitos séculos antes de Jesus Cristo. Ainda pequenino, foi por seus pais apresentado ao Sumo Sacerdote Elí para que o consagrasse a Deus e ao seu serviço, no Tabernáculo, onde estava a Arca da Aliança. Samuel, à medida que ia crescendo nos anos, crescia também na bondade e na obediência, estando sempre pronto a servir. Vivia com Eli e dormia junto ao Tabernáculo, e em tudo era diligente e a todos servia de exemplo. Certa noite, durante o sono, ouviu uma voz que por três vezes, espaçadamente, o chamava: «Samuel! Samuel!» Obediente como sempre, por três se levantou e foi falar com o Sumo Sacerdote Elí dizendo-lhe. «Eis-me aqui, estou às tuas ordens!» Eli, reconhecendo que era o Senhor que o chamava, disse-lhe: «Se novamente escutares o chamado, responda assim: ‘Fala ó Senhor, que teu servo escuta!’» De fato, pouco mais tarde fez-se ouvir novamente o mesmo chamado de antes. Desta vez Samuel respondeu prontamente: «Fala ó Senhor, que teu servo escuta!»
E, de fato, o Senhor lhe falou revelando segredos de grande importância sobre o sumo sacerdote e sua família. Na manhã seguinte, questionado por Eli sobre o que havia acontecido, falou-lhe sobre o que o Senhor lhe tinha revelado, o que se verificou pouco tempo depois.
Tendo morrido Eli, o povo elegeu Samuel para sucedê-lo no cargo sacerdotal, embora não descendesse da linha genealógica de Arão, tornando-se, assim, Sacerdote, Profeta e Juiz Supremo de Israel. Obediente ao chamado divino foi o último dos juízes e o primeiro dos profetas, um homem de profunda piedade e discernimento espiritual que se dedicava totalmente à realização dos propósitos de Deus para o bem de Israel. Sob o seu comando, o povo hebreu recuperou a arca e algumas cidades perdidas, vivendo um longo período de paz e tranqüilidade.
Ao que parece, foi o primeiro a estabelecer uma instituição para o preparo dos jovens que desejavam abraçar a vocação profética. Viu-se na contingência de guiar a Israel em algumas das mais profundas crises de sua história; no desempenho de suas funções quase alcança a estatura de Moisés. Deus nunca pretendeu que Israel tivesse outro rei além d’Ele, mas o povo observar outros povos e a desejarem um rei. Podemos afirmar que a vida do povo de Deus pode ser resultado de sua vontade diretiva ou permissiva, isso vai depender da escolha; ele foi comissionado para ungir a Saul, o primeiro rei, e a Davi, o maior dos reis de Israel.
Samuel significa literalmente: «Seu nome é Deus», ou, «Nome de Deus». Seu significado contextual significa: «Pedido de Deus» ou «do Senhor o pedi».
Outras comemorações do dia:
- S. Lúcio, mártir;
- S. Fotini, mártir;
- S. Lucas de Bouleutos, mártir;
- S. Stevan, o primeiro rei da Hungria;
- S. Hierotheos, Bispo da Hungria;
- S. Oswin, o Mártir, rei de Deira.
Leituras bíblicas:
— Ep.: I Cor 14:26-40;
— Ev.: Mt 21: 12-14; 17-20.
O apóstolo Tadeu era judeu, oriundo da cidade de Edessa. Era de um profundo conhecimento das Sagradas Escrituras tendo peregrinado por Jerusalém nos tempos do Precursor, São João Batista. Ao escutar as pregações de João e observando a vida angelical que levava o Profeta, ficou tão impressionado que se fez batizar por João. Entretanto, tendo ouvido os ensinamentos e visto os milagres realizados por Nosso Senhor Jesus Cristo, logo passou a segui-Lo. Depois da Ascensão de Nosso Senhor, retornou para a sua cidade natal, Edessa, curando muitos enfermos de lepra e, iluminando com a palavra da verdade, edificou igrejas na Síria chegando até Beirute. Nesta cidade, com a graça de Deus, Tadeu ensinou o Evangelho e batizou a muitas pessoas. Finalmente, entregou sua alma a Deus em paz, depois de ter aplicado fielmente em sua vida o mandamento dado por Nosso Senhor Jesus Cristo aos apóstolos: «Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo». (Mt 28,19-20).
Outras comemorações do dia:
- Ss. Bassa, o mártir de Edessa e seus filhos, Teogônios, Agápios e Pistus (início do séc. IV);
- S. Athanasios Patelaros, Patriarca de Constantinopla.
Leituras bíblicas:
— Ep.: Rm 14: 6-9;
— Ev.: Mc 3: 13-21.
(Zotikos, Theoprepios, Akyndinos, Severiano, Zinon e outros)
Agatônico era de uma ilustre descendência de Hypasians, e viveu em Nicomédia. Tendo se tornado muito instruído nas Escrituras Sagradas, converteu à fé cristã muitos pagãos, incluindo um dos membros mais eminente do Senado. Foi preso pelo nobre Evtolmios que retornava de sua viagem ao Ponto, onde tinha ido perseguir aos cristãos. Em Karpi encontrou Zotikos e o matou, juntamente com os seus discípulos. Estando nesta região, tomou conhecimento sobre o príncipe que se havia convertido à fé cristã e se batizado, influenciado por Agatônico. Ordenou então que o príncipe e Agatônico fossem presos e, depois de submetê-los a castigos, levou-os ao rei que se encontrava em Trácia. No caminho, porém, próximo de um povoado denominado Potamos, morreram Zinon, Theoprepios, Akyndinos e Severiano, em conseqüência dos graves ferimentos em seus pés que já havia impedido de prosseguirem caminhando. Aproximando-se de povoado de Silybria, Agatônico, Prigkipas e outros cristãos, assim como se encontravam, amarrados, foram decapitados por ordem real.
Tiveram assim seus nomes inscritos no livro da vida eterna os santos mártires Agatônico e, junto com ele, Zotikos, Theoprepios, Akyndinos, Severiano, Zinon, Prigkipas e outros. Isto se deu durante o reinado do imperador Maximiano (284-305).
As relíquias do Mártir Agatônico encontra-se no interior de uma igreja a ele dedicada em Constantinopla, no ano 1200. No século XIV Philotheos, Arcebispo de Selymbria, dedicou ao Mártir Santo Agatônico um discurso de louvou.
Outras comemorações do dia:
- Ss. Agatônico, Zófico e cc., mártires;
- S. Antusa, mártir;
- S. Atanásio, hieromártir e bispo de Tarsus;
- Sinaxe do Ícone da Mãe de Deus de Prusa.
Leituras bíblicas:
— Ep.: I Cor 1:3-9;
— Ev.: Mt 19: 3-12.
Santo Irineu foi bispo de Lion. Nasceu provavelmente em Esmirna, na Ásia Menor, por volta de 130-135. Viveu em uma época dilacerada por heresias que colocavam em risco a unidade da Igreja na fé. Discípulo de São Policarpo – que havia conhecido pessoalmente o apóstolo São João e outras testemunhas oculares de Jesus, Santo Irineu foi, sem dúvida, o escritor cristão mais importante do século II. Foi o primeiro a procurar fazer uma síntese do pensamento cristão, cuja influência se faz notar até nossos dias. Santo Irineu, cujo nome significa “paz”, lutou para a preservação da paz e da unidade da Igreja. Era um homem equilibrado e cheio de ponderação. Escreveu ao papa Vítor, aconselhando-o mui respeitosamente a evitar toda e qualquer precipita-ção no que dissesse respeito às comunidades cristãs da Ásia.
A Florino, seu amigo de infância que se tornou agnóstico, escreveu: Não te ensinaram estas doutrinas, Florino, os presbíteros que nos precederam, os que tinham sido discípulos dos apóstolos. Eu te lembro, criança como eu, na Ásia inferior, junto a Policarpo …
Recordo as coisas de então melhor que as recentes, talvez, porque aquilo que aprendemos em crianças parece que nos vai acompanhando e firmando em nós segundo passam os anos. Poderia assinalar o lugar onde se sentava Policarpo para ensinar … seu modo de vida, os traços de sua fisionomia e as palavras que dirigia à multidão. Poderia re-produzir o que nos contava de seu trato com João e os demais que tinham visto o Senhor; e como repetia suas mesmas palavras … Eu ouvia tudo isto com toda a alma e não o anotava por escrito porque me ficava gravado no coração e continuo pensando-o e repensando-o, pela Graça de Deus, cada dia.
23: São Kallinikos, Patriarca de Constantinopla (693-705)
Kallínicos foi o primeiro sacerdote da Igreja dedicada a Santa Mãe de Deus, em Blakhernae. Em 693, com a morte do Patriarca Paulo (686-693), foi elevado ao trono de Constantinopla. Durante esta época, reinava o cruel imperador Justiniano II (685-695), que empreendeu a construção de uma luxuosa fonte em seu palácio, muito próximo desta Igreja, decidindo sua demolição. Ordenou então ao Patriarca Kallinikos que desse a sua bênção para que fosse posta a baixo. O Patriarca respondeu que existia orações para a edificação de igrejas, não para a sua destruição. Quando a igreja foi demolida, com lágrimas, ele gritava: «Glória a Ti, ó Senhor, que suportas com paciência todas estas coisas». Logo a ira de Deus se abateu sobre Justiniano II. No ano 695, derrotado pelo general Leôncio, (695-698) foi deposto do trono e enviado para a prisão em Chersonessus, onde cortaram-lhe o nariz. Leôncio se apoderou então do trono. 10 anos depois Justiniano fugiu de sua prisão, reuniu um exército e avançou em direção a Constantinopla.
Entrando na cidade, depois de matar importantes cidadãos, decapitou o imperador e ordenou a prisão do santo Patriarca Kallinikos, e que lhe fossem arrancados os olhos, e sua língua e nariz fossem cortados. Assim, foi enviado ainda vivo para uma prisão em Roma. 40 dias depois, o muro de pedra da prisão onde estava São Kallinicos desabou e o Santo foi encontrado ainda com vida, apesar de muito fraco e respirando muito mal, tanto que, 4 dias depois, entregou sua alma a Deus. (+ 705). Diz a tradição que os Apóstolos São Pedro e São Paulo apareceram em sonho ao Papa de Roma João VI (701-705), ordenando-lhe que o corpo de São Kallinikos fosse sepultado na igreja dos Santos Apóstolos, em Roma.
Outras comemorações do dia:
- Apodosis da Festa da Dormição de Nossa Santíssima Senhora Theotokos e Sempre Virgem Maria;
- S. Lupos, mártir (séc. IV);
- S. Nicolau de Sikelion;
Ss. 38 mártires de Thrace; - S. Irineu, bispo de Sirmium;
- S. Haralambos de Kalyviani.
Leituras bíblicas:
— Ep.: Fp 2: 5-11;
— Lc 10: 38-42, 11: 27-28
São João, o Teólogo, referindo-se ao que tem o genuíno Espírito de Deus dizia: «Nisto conhecereis o Espírito de Deus: todo o espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus» (1 Jo 4:2). Uma destas pessoas era Santo Eutiques, discípulo de São João, o Teólogo, que provou reiteradamente em sua vida que era realmente uma pessoa de Jesus Cristo. Anunciou com muito vigor a palavra de Deus, colocou a baixo muitos templos pagãos, sofreu muitas torturas e sofreu durante um longo tempo na prisão. Finalmente, foi jogado no fogo, depois, deixado às bestas famintas, quando a mão de Deus se fez presente e um destes animais começou a falar com voz humana. Mas, ficaram ainda mais assombrados por não encontrarem, após tantas torturas, nenhum ferimento no corpo do santo. Por todos estes acontecimentos maravilhosos permitiram que ficasse em liberdade em sua cidade, Sebaste, onde mais tarde, entregou pacificamente o seu espírito a Deus.
Outras comemorações do dia:
- S. Cosme de Etólia, igual-aos-apóstolos;
- S. Dionisio, bispo de Egina, trasl. das relíquias;
- S. Pedro, Metropolita de Moscou, trasl. das Relíquias.
Leituras bíblicas:
— Ep.: I Cor 15:29-38;
— Ev.: Mt 21: 23-27.
Tito, cujo nome é de origem latina, era grego e pagão (cf. Gl 2, 3). Ainda jovem se converteu ao cristianismo, foi batizado pelo Apóstolo São Paulo e se tornou companheiro e inestimável colaborador do apóstolo. Quando Paulo disse a Tito: «Isto deves ensinar, recomendar e reprovar com toda autoridade», fez surgir um outro grande evangelizador, que permaneceu trabalhando ao seu lado. Encarregado pelo apóstolo para executar importantes missões, foi uma vez a Jerusalém para entregar a importância duma coleta em favor dos cristãos pobres. «Meu companheiro e colaborador», como escreveu o apóstolo na segunda carta aos Corintos. Companheiro dos momentos importantes, como a famosa reunião do concílio de Jerusalém, que tratou da necessidade de renovação e diversificação dos ritos devido a evangelização no mundo pagão. Tito, porém, foi também um mediador persuasivo, e entusiasmou Paulo resolvendo uma grave crise entre ele e os Corintos. Enviado por São Paulo a Corinto com a tarefa de reconduzir aquela indócil comunidade à obediência, Tito restabeleceu a paz entre a Igreja de Corinto e o Apóstolo, que lhe escreveu nestes termos:
«Deus, porém, que consola os humildes, consolou-nos com a chegada de Tito, e não só com a sua chegada mas também com a consolação que ele tinha recebido de vós. Contou-nos ele o vosso vivo desejo, a vossa aflição, a vossa solicitude por mim… Foi por isso que ficamos consolados» (2 Cor 7: 6-7; 13).
Entre os anos 64 e 65, tendo sido libertado da prisão romana o apóstolo Paulo foi com ele para a ilha de Creta, onde fundou uma comunidade cristã, que confiou a Tito. Mais tarde, visitou a Paulo em Nicópolis. Voltou novamente à Ilha de Creta, onde recebeu uma carta do próprio mestre, Paulo, que figura entre os livros sagrados. Depois, retornou à Roma para se avistar com o apóstolo que o mandou provavelmente evangelizar a Dalmácia, onde seu culto ainda hoje é intenso. Segundo a tradição mais antiga, Tito permaneceu como bispo de Creta até sua morte, que ocorreu em idade avançada, por causa natural e não por martírio, em Creta no ano 105 depois de Cristo. Ele teria conservado a virgindade até a morte. São Paulo o chama repetidamente «meu companheiro e colaborador», e na segunda carta aos Corintos, num momento de especial amargura, diz: «Deus me consolou com a chegada de Tito».
II. S. Tito, bispo, companheiro de S. Paulo, séc. I
São Tito, exímio colaborador de São Paulo, recebeu uma carta preciosa, em que se lê: “Exorta os jovens a serem equilibrados em tudo, mostrando-te como modelo de boa conduta, correção e ensino, dignidade, palavra sã e irrepreensível”. São Tito foi o chefe da comunidade cristã de Creta, onde deve ter sofrido muitos dissabores, apesar de sua grande habilidade.
Outras comemorações do dia:
- S. Apóstolo Bartolomeu, trasladação das relíquias (séc. VI);
- S. João de Carpathia;
- Ss. João da Capadócia, Epifânio e Menas, Patriarcas de Constantinopla;
- S. Gortine de Creta, discípulo do Apóstolo Paulo;
- S. Ebba, primeira abadessa de Coldingham.
Leituras bíblicas:
— Ep.: Tt 1: 1-5; 2:15; 3: 1-2,12-15;
— Ev.: Mt 5: 14-19.
Os Santos Adriano e Natália viviam na cidade de Nicomédia, região de Vifania, na Ásia Menor. Adriano era pagão e ocupava um dignitário do imperador Maximiliano Galerio (305–311), perseguidor dos cristãos. Natalia era cristã, porém em segredo. Durante a perseguição, escondiam-se numa caverna próxima à Nicoméia 23 cristãos. Tendo sido encontrados, foram levados à prisão e julgados, buscando persuadi-los a que oferecessem sacrifícios aos ídolos. Depois, foram conduzidos ao juizado para que tivessem seus nomes registrados. Ali se encontrava Adriano, que era o diretor da sala do juizado. Adriano perguntou aos cristãos que prêmio esperavam receber de seu Deus por haver suportado todas aquelas torturas. E, como resposta, ouviu: «As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, São as que Deus preparou para os que o amam (1 Cor 2,9). Ao escutar isto, disse Adriano ao escrivão: «tome nota de meu nome junto aos deles, porque também sou um cristão!»
Tendo dito isto, Adriano foi encarcerado. O imperador o aconselhou a apagar seu nome da lista dos cristãos e desculpar-se pelo que fez, mas Adriano respondeu que não havia perdido a razão e assim agia por sua livre vontade. Contava, neste tempo, com 28 anos de idade. Natália, sua esposa, ao saber do que havia se passado, apressou-se a ir à prisão para levar alento ao esposo Adriano e encorajá-lo. Depois de comunicarem aos prisioneiros cristãos que eles haviam sido sentenciados à morte, deixaram que Adriano saísse da prisão e fosse à sua casa rapidamente para que informasse sua esposa de sua condenação. Ao vê-lo, temendo que Adriano tivesse negado a sua fé em Cristo, Natália não permitiu que entrasse em sua casa.
Ao retornar à prisão, Adriano, juntamente com os outros cristãos, foram submetidos às mais cruéis torturas: os carrascos, usando pesadas marretas, quebraram-lhes braços e pernas, causando-lhes grandes sofrimentos antes que morressem. Quando chegou a vez de Adriano, o que mais temia sua esposa é que lhe faltasse coragem e que pudesse renegar a Cristo. Por isso mesmo o acompanhava fortalecendo e sustentando seus braços e pernas quebradas pelos carrascos. Adriano morreu junto com os demais mártires cristãos no ano 304. Quando tentavam queimar seus corpos, uma grande tormenta se formou apagando o fogo e, atingidos por um raio, vários carrascos foram mortos. O comandante do exército queria casar-se com Natália que ainda era jovem e rica. Ela, porém, antes da morte de Adriano tinha pedido ao seu esposo que rogasse a Deus para que não a obrigassem a casar-se. Logo, Adriano lhe apareceu em sonho e lhe disse que em pouco tempo ela estaria com ele. E assim foi: Natália morreu sobre o sepulcro de seu marido Adriano que estava situado próximo da cidade de Bizâncio para onde os cristãos haviam levado o corpo de Adriano.
Aconteceu que, no início do século IV e durante a perseguição do imperador de Diocleciano, Adriano, que era chefe dos guardas do imperador, ao assistir à injusta condenação de 22 valentes cristãos, gritou: “Acrescentai também o meu nome a estes heróis mártires, pois também eu me declaro cristão”. Lançado na cadeia com outros, Santo Adriano recebeu total apoio de sua cristã esposa Natália, principalmente depois de ser batizado pelos irmãos. Natália pôde acompanhar de perto o seu marido, pois na cadeia usou da criatividade e coragem para tal, até que, perto do grande testemunho de Santo Adriano, Natália confidenciou o seu desejo de que prosseguisse, mas sem se esquecer dela. Como casal, o seu amor a Jesus era tanto que Natália preferia a morte do que ser dada pelo imperador a algum general. E isto aconteceu: depois de Adriano ter sido queimado vivo juntamente com os outros 22 mártires, Natália, ao fugir de um casamento que lhe queriam impor, não aguentou o cansaço e fome da caminhada. Diz-se que teve uma visão de Adriano que na glória a vinha buscar.
Outras comemorações do dia:
- S. José, o Justo;
- S. Josafá, mártir;
- Ícone da Santíssima Mãe de Deus de Vladimir.
Leituras bíblicas:
— Ep.: Hb 10: 32-38;
— Ev.: Mt 21: 43-46.
A hagiografia do glorioso Santo e Grande Mártir Fanúrio é relativamente recente. Nada pode ser dito sobre a sua origem, seus pais, o período em que viveu, onde pregou a palavra de Deus e, por último, em que reinado, ou sob que imperador ele testemunhou sua fé entregando-se ao martírio. Nenhum testemunho de sua vida foi conservado, escrito ou oral, e nada saberíamos sobre sua existência, seu nome, não fosse este acontecimento:
Quando a linda ilha de Rodes (Grécia) foi conquistada pelos turcos, um de seus governadores quis reconstruir as muralhas da cidade destruídas pela guerra. Para isso, algumas cabanas em ruínas que se encontravam do lado de fora das muralhas precisavam ser demolidas.
Assim, quando aconteceu a demolição e a área em torno foi escavada, descobriu-se soterrada entre os escombros uma linda igreja que tinha apenas uma de suas laterais destruída. Nas ruínas desta igreja esquecida até então, foram encontradas muitos ícones (imagens) de santos, todos já muito estragados pelo tempo, a ponto de não ser possível distinguir nem as letras nem as figuras humanas que representavam. Entretanto, entre todas estas imagens destruídas, uma estava ainda em tão bom estado de conservação que parecia ter sido pintada naquele dia em que havia sido descoberta no interior da igreja soterrada. Esta maravilhosa imagem que não havia sofrido os efeitos corrosivos do tempo e das condições em que se encontrava sob o solo, era a imagem de São Fanúrio.
Outras comemorações do dia:
- S. Pímen, anacoreta monastério de Pechersk († c. 450);
- S. Pimen, o Grande;
- S. Pimen da Palestina;
- S. Hosisos, o confessor;
- S. Liverios, papa de Roma;
- S. Antusa, mártir;
- S. Mônica.
Leituras bíblicas:
— Ep.: II Cor 1:12-20;
— Ev.: Mt 22: 23-33.
Mais sobre São Fanourios AQUI.
Moisés, que era oriundo de Etiópia, foi um dos mais pitorescos dos Padres do Deserto. Em seus primeiros anos de vida foi criado como escravo por um aristocrata egípcio que, mais tarde, se viu obrigado a despedi-lo – e, surpreende-se que não o tenha matado, considerando a barbárie da época – por causa de suas inclinações ao roubo e a imoralidade. Depois disso, Moisés tornou-se um bandido e, sendo um homem muito forte e de grande estatura, logo se juntou a um bando de marginais que o elegeram como seu líder, passando a causar terror em toda a região. Certa vez, quando estava prestes a cometer um assalto, o cão de um pastor latiu para Moisés que, por isso, jurou matar o pastor. Para chegar até onde estava o pastor teve de atravessar à nado o Rio Nilo, levando uma faca entre os dentes. Mas o pastor teve tempo de esconder-se entre as dunas. Não conseguindo encontrá-lo, Moisés matou quatro dos seus carneiros, amarrando-os em seguida pelas pernas e levando-os através do rio.
Depois, cortou-os em pedaços, assou e comeu as melhores porções, vendendo depois as sobras da carne. Logo foi se juntar aos companheiros, oitenta quilômetros de distância dali. Isso nos dá uma idéia do tipo de pessoa que era Moisés. Nada se sabe, infelizmente, sobre como se deu a sua conversão à fé cristã. Talvez tenha ido buscar refúgio entre os solitários do deserto, quando fugia da justiça, e o exemplo de vida destes homens o tenha conquistado. O fato é que se tornou monge no monastério de Petra, no deserto do Esquela.
Certo dia, quatro bandidos assaltaram sua cela. Moisés lutou com eles e os venceu. Amarrou-lhes uns aos outros, então, e colocando-os sobre as costas os levou até a igreja. Ao chegar a igreja jogou-os ao chão e disse aos monges, que não cabiam em si de surpresa: “A regra não me permite fazer mal a ninguém. O que vamos fazer então com esses homens?” Conta-se que os bandidos se arrependeram e, mais tarde, receberam o hábito monástico. Mas o pobre Moisés não conseguia vencer suas inclinações violentas e, para alcançar isso foi preciso, um dia, ir ao encontro de Santo Isidoro. O abade o conduziu ao amanhecer ao terraço do monastério e lhe disse: “Vê que a luz vai vencendo lentamente a escuridão. O mesmo se passa com a alma!” Moisés foi superando gradualmente suas más inclinações, suas paixões, à custa certamente de muito trabalho manual, caridade fraterna, mortificação e perseverando sempre na oração. Chegou a alcançar tal auto-domínio que Teófilo, o arcebispo de Alexandria, o ordenou sacerdote. Depois da ordenação, quando ainda estava revestido com a túnica branca, o arcebispo lhe disse: “Veja só, padre Moisés, o homem negro foi transformado em branco.” São Moisés respondeu então, sorrindo: “Só exteriormente. Deus sabe quão negra é ainda minha alma”.
Quando os berberiscos se aproximaram para atacar o monastério, São Moisés proibiu seus monges de se defenderem e os mandou fugir, dizendo: “Quem com ferro fere, com ferro será ferido.” O santo ficou no monastério na companhia de sete outros monges. Apenas um escapou com vida. São Moisés tinha, então, setenta e cinco anos. Foi sepultado no monastério chamado Dair al-Baramus, que ainda hoje existe.
Outras comemorações do dia:
- Ss. Diomedes e Lourenço, mártires;
- Ss. 33 Mártires de Nicomédia;
- S. Job de Pochaev;
- Sinaxe dos Padres das grutas de Kiev.
Leituras bíblicas:
— Ep.: Rm 15: 30-33;
— Ev.: Mt 17: 24-27; 18: 1-4.
A festa do martírio de São João Batista remonta ao século V, na França; e ao século VI, em Roma. Está ligada à dedicação da igreja construída em Sebaste, na Samaria, no suposto túmulo do Precursor de Jesus. O próprio Jesus apresenta-nos João Batista:
Ao partirem eles, começou Jesus a falar a respeito de João às multidões: «Que fostes ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento? Mas que fostes ver? Um homem vestido de roupas finas? Mas os que vestem roupas finas vivem nos palácios dos reis. Então, que fostes ver? Um profeta? Eu vos afirmo que sim, e mais do que um profeta. É dele que está escrito: ” eis que envio o meu mensageiro à tua frente; ele preparará o teu caminho diante de ti. Em verdade vos digo que, entre os nascidos de mulher, não surgiu nenhum maior do que João, o Batista, e, no entanto, o menor no Reino dos céus é maior do que ele…» (Mt 11: 2-11).
O martírio de João Batista liga-se à denúncia profética das injustiças cometidas pelos poderosos, inclusive o luxo da corte, cujo desfecho fatal é a morte do inocente e a opressão dos marginalizados.
Outras comemorações do dia:
- S. Teodora de Tessalônica;
- S. Anastasio, novo mártir da Bulgária.
Leituras bíblicas:
— Ep.: Rm 15: 30-33;
— Ev.: Mt 17: 24-27; 18: 1-4.
Alexandre de Bizâncio já contava setenta e três anos de idade quando foi eleito bispo de Constantinopla. Durante doze anos ele exerceu sua função episcopal, nos dias turbulentos do heresiarca Ário. Logo após sua eleição, o Imperador Constantino convocou uma reunião de teólogos cristãos e filósofos pagãos, mas como todos os filósofos quisessem falar ao mesmo tempo, o encontro tornou-se numa desordem. Então, Santo Alexandre aconselhou-os a eleger os mais autorizados entre eles para expor sua doutrina. Quando um dos oradores se encontrava na tribuna, o santo exclamou: «Em nome de Jesus Cristo, ordeno-te calar a boca». Diz-se que o pobre filósofo perdeu a voz, até que Santo Alexandre lhe autorizou falar. Este prodígio impressionou mais os filósofos do que todos os argumentos dos cristãos. No ano 336, Ário entrou triunfalmente em Constantinopla. Trazia uma ordem do imperador para que Santo Alexandre o admitisse na comunhão. Conta-se que o santo patriarca trancou-se então na igreja para rezar, juntamente com São Tiago de Nísibis, para que Deus o iluminasse naquele momento em que Ário se aproxima para tomar a comunhão.
O que quer que tenha acontecido, na véspera da recepção de Ário na igreja, o heresiarca morreu repentinamente. Os cristãos viram nisso uma intervenção divina, como resposta às orações de Santo Alexandre. O Santo morreu em 340.
II
Santo Alexandre governou a Igreja em Alexandria. Um santo bispo, esteve zelando pelo rebanho do Cristo e, principalmente, cuidando do seu alimento doutrinal que começou a ser ameaçado pelo Arianismo. Ário era um sacerdote de Alexandria, que começou a espalhar uma mentira, afirmando que somente o Pai poderia ser chamado Deus, enquanto que Cristo é inferior ao Pai, distinto por natureza. Dele seria, portanto, uma criatura, excelente e superior às demais, mas não divina, nem eterna. Várias correções o bispo Alexandre fez a Ário, mas este, irreversível, não deixou de envenenar os cristãos, mesmo depois de saber da condenação de sua doutrina. Santo Alexandre, um ano antes de sua morte, juntamente com o imperador Constantino e principalmente com o Papa da época, foram os responsáveis pela realização do Concílio Ecuménico em Niceia, na Ásia Menor, que definitivamente condenou a heresia e definiu: “Filho Unigênito do Pai… Consubstancial ao Pai”.
Outras comemorações do dia:
- Ss. Alexandre († 337), João II († 518) e Paulo, († 784), Patriarcas de Constantinopla;
- S. Fantinos, o Justo da Calábria;
- Ss. 16 monges mártires de Tebas;
- Ss. 6 novos mártires de Militene;
- Sinaxe dos Santos hierarcas da Sérvia;
- Ss. Novos Mártires da Sérvia;
- S. Fiacre. o Eremita de Meaux.
Leituras bíblicas:
— Ep.: II Cor 2:3-15;
— Ev.: Mt 23: 13-22.
Sobre o evento da trasladação do precioso cinto (faixa) da Santa Mãe de Deus e sempre Virgem Maria, há duas referências a respeito: pode ter sido realizada pelos reis Arcadius ou Teodósio II, e foi transferido de Jerusalém para Constantinopla, sendo depositado no interior de um nicho de ouro. Transcorridos 410 anos, o rei Leão, o sábio, abriu este nicho buscando a cura para a sua rainha que se encontrava sob a possessão de um espírito impuro. Encontrou então este precioso cinto da Santa Mãe de Deus que começou a irradiar uma luz não criada. Havia um selo de ouro no qual estava indicado o dia e o ano em que fora trasladado para Constantinopla. Depois de se prostrar com grande devoção, o Patriarca tomou em suas mãos o precioso cinto e o estendeu sobre o corpo da rainha que, imediatamente se sentiu libertada. Todos começaram então a glorificar a Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, e agradecer à sua mãe que é a protetora fiel de todos os cristãos, nossa ajuda e intercessora em cada instante de nossas vidas.
Outras comemorações do dia:
- S. Cipriano, Hieromártir, bispo de Cartago;
- S. Gennadius Scholarus, Patriarca de Constantinopla;
- S. Aristides, o Filósofo;
- S. Aidan, bispo de Lindisfarne;
- S. Eanswythe, abadessa de Folkestone;
- S. Rainha Cuthburga, abadessa de Wimborne.
Leituras bíblicas:
— Ep.: Hb 9: 1-7;
— Ev.: Lc 10: 38-42, 11: 27-28.