Natividade de S. João Batista
SUBSÍDIOS HOMILÉTICOS
«A Natividade de São João Batista»
No dia 24 de junho, os cristãos do Oriente e do Ocidente celebram o nascimento de São João Batista. Também coincide, nas duas tradições, a data em que se celebra o seu martírio em 29 de agosto. No Oriente bizantino, porém, as comemorações do grande Profeta e Precursor são sem dúvida mais numerosas.
Com relação ao nascimento, os calendários bizantinos assinalam, no dia 23 de setembro, a data da concepção do «glorioso Profeta, Precursor João, o que batizou Jesus no Jordão». Antigamente também os martirológios latinos registravam essa comemoração em 24 de setembro; porém a partir do século XV foi abolida.
Na tradição oriental é comum iconografar São João Batista na forma de um Anjo. Com efeito «era mais que um homem», como diz o evangelho, e a palavra «mensageiro» em grego aggelov coincide com nossa tradução. Sendo um dos santos mais venerados no Oriente bizantino, é compreensível que muitas sejam as formas de representá-lo em ícones: encontramo-lo representado sozinho, ou em episódios da sua vida, especialmente o da sua decapitação.
João é filho de Zacarias que, por causa de sua pouca fé, tornou-se mudo, e de Isabel, aquela que era estéril. O nascimento de João Batista anuncia a chegada dos tempos messiânicos, nos quais a esterilidade se tornará fecundidade e o mutismo, exuberância profética.
O evangelho lhe dá o cognome de «Batista», porque ele anuncia um novo rito de ablução (Mt 3: 13-17), na qual o batizado não imerge sozinho na água, como nos ritos e nos batismos judaicos, mas recebe a água das mãos de um ministro. João pretendia mostrar assim que o homem não se pode purificar sozinho, mas que toda santidade vem de Deus.
João Batista é também lembrado como um homem de grande mortificação. Talvez tenha ele sido iniciado esta disciplina nas comunidades religiosas do deserto. Mas a tradição lembra, sobretudo seu caráter profético. Ele é profeta por um duplo título. Antes de tudo é profeta no sentido em que essa palavra era entendida no Antigo Testamento; aliás, João é o maior dos profetas de Israel, porque pôde apontar o objeto de suas profecias (Mt 11: 7-15; Jo 1: 19¬28). Para realçar essa pertença de João à grande descendência dos profetas do Antigo Testamento, Lucas nos narra seu nascimento, permitindo ver através dele o perfil das grandes vocações dos antigos profetas.
Mas o profeta não é apenas o anunciador do futuro messiânico; é essencialmente o portador da palavra de Deus e a testemunha da presença dessa Palavra criadora no mundo novo.
Ele aponta para os futuros discípulos de Cristo a quem esses deveriam seguir. Mostra o Cordeiro e orienta que o sigam.
Referências Bibliográficas:
- DONADEO, Madre Maria. O Ano Litúrgico Bizantino. São Paulo: Ed. Ave-Maria