2/2: Festa da Apresentação do Senhor

SUBSÍDIOS HOMILÉTICOS
A festa da «Apresentação do Senhor nosso Deus e Salvador, Jesus Cristo no templo»
Quarenta dias após o nascimento de Jesus, conforme prescrito pelas Leis de Israel, Maria e José apresentaram o Menino no templo, cumprindo o ritual de consagração do primogênito ao Senhor. Este ato, acompanhado da oferta de um par de rolas ou pombinhos, era um símbolo de humildade e de obediência à vontade de Deus.
São Basílio nos recorda que Maria, sendo o verdadeiro templo de Deus, não necessitava de purificação, mas mesmo assim submeteu-se ao ritual:
«Maria, a Virgem Mãe, a primeira a ser verdadeiramente o Templo Santíssimo de Deus vivo, levou o Primogênito de Deus ao templo para realizar o que foi prometido a Simeão.»
A Luz que Brilha sobre as Nações
Esta festa é também conhecida como a Festa da Candelária, em razão da procissão de velas realizada neste dia, especialmente nas Igrejas de Jerusalém e nas de tradição eslava. Este rito faz referência às palavras de Simeão, que, ao acolher o Menino em seus braços, proclamou:
«Luz que brilhará sobre todas as nações, e glória do teu povo, Israel» (Lc 2, 29-32).
São Cirilo de Alexandria exorta:
«Celebremos o mistério deste dia com lâmpadas flamejantes. Jesus é a Luz do mundo que ilumina todos aqueles que estão nas trevas.»
O Encontro entre Deus e a Humanidade
A festa também é chamada de Festa do Encontro ou Hypapántê, destacando o encontro do velho Simeão com o Menino Jesus. Esse evento simboliza a reconciliação da humanidade com a Divindade e as bodas entre Deus e Seu povo.
No templo, movido pelo Espírito Santo, Simeão reconhece em Jesus a salvação prometida. Ele toma o Menino em seus braços e proclama:
«Agora, Senhor, deixa teu servo ir em paz, porque meus olhos viram a tua salvação.»
Significado Iconográfico
O ícone da Apresentação do Senhor reflete a centralidade do Menino, apresentado como Senhor e Redentor. Simeão, de mãos cobertas em sinal de veneração, recebe Jesus em seus braços, enquanto Maria, ligeiramente inclinada, o oferece ao Senhor.
São João Crisólogo comenta:
«Os braços da Mãe, que antes eram trono do Salvador, agora sentem saudades de portar o Rei da Glória, que se entrega aos braços da Antiga Lei como obediente servo de Deus.»
Para refletir:
A festa nos convida a sermos luz no mundo, assim como Cristo é a Luz que ilumina nossas vidas. São Sofrônio de Jerusalém nos exorta:
«Avancemos para Cristo com luzes nas mãos e corações iluminados. Que nenhum de nós permaneça nas trevas, mas recebamos a luz gloriosa e eterna do Salvador.»
Que nesta festa, possamos apresentar nossas vidas ao Senhor, renovados pela luz do Espírito Santo, acolhendo em nossos corações o Cristo, o Pão Vivo que desceu do Céu.
Referências Bibliográficas
- WEITZMANN, Kurt. Revista Fuentes: “Las Doce Fiestas”, Anuário 1994.
- GOMES, C. Folch. Antologia dos Santos Padres. São Paulo: Ed. Paulinas (3ª Ed.).