«Bem-aventurado serás se reconheceres o Filho de Deus!»
Nosso Senhor Jesus Cristo fez-Se homem ignorado por muitos. Querendo ensinar uma verdade ignorada, reuniu os seus discípulos e perguntou-lhes: «Quem dizem os homens que é o Filho do homem?»
Ele não procurava uma glória vã; queria revelar-lhes a verdade, para que eles, os companheiros do Filho único de Deus, não O tomassem por um homem vulgar. E, quando eles Lhe responderam: «Uns dizem […] que é Elias, outros que é Jeremias», retorquiu-lhes: «A estes, é lícito não saberem; mas vós, apóstolos, que em meu nome limpais os leprosos, expulsais os demónios e ressuscitais os mortos, não deveis ignorar Aquele por quem realizais estes prodígios». E, como todos se calassem, porque esta ciência ultrapassava os conhecimentos humanos, Pedro, o chefe dos apóstolos, o arauto principal da Igreja, não recorreu a uma palavra que tivesse encontrado sozinho, antes seguiu uma inspiração que não vinha do homem, mas do Pai que lhe iluminava o entendimento, e replicou: «Tu és o Messias», e não apenas isso, mas «o Filho de Deus vivo». Segue-se uma bem-aventurança, porque, na verdade, estas palavras não eram apenas humanas. Jesus apõe um selo a esta declaração: ela vem do Pai. Com efeito, o Salvador diz: «Feliz de ti, Simão, filho de Jonas, porque não foram a carne e o sangue que to revelaram, mas sim meu Pai que está nos Céus».
Assim pois, quem reconhece Nosso Senhor Jesus Cristo como Filho de Deus participa desta bem-aventurança; mas quem nega o Filho de Deus é miserável e desgraçado.
São Cirilo de Jerusalém
Catequese batismal, n.º 11, 3.
Fonte: Evangelho Cotidiano