«Não temais, exultai tremendo!»

Jesus saiu ao seu encontro e saudou-as. Elas aproximaram-se, abraçaram-Lhe os pés e prostraram-se diante dele». Abraçaram-no para que se cumprissem aquelas palavras: «Abraçá-lo-ei e já não o soltarei» (Cânt 3,4). As mulheres seriam fisicamente fracas, mas a sua coragem era viril. A abundância das águas não tinha força para apagar o seu amor, nem os rios podiam engoli-lo. Aquele que procuravam morrera, mas a sua esperança na ressurreição não se havia extinguido.

E o anjo dirige-se-lhes de novo: «Não temais» (Mt 28,5). Não digo este «não temais» aos soldados, mas a vós. A eles, deixai-os temer, para que, instruídos pela experiência, possam ser testemunhas e dizer: «Este era verdadeiramente o Filho de Deus» (Mt 27,54). Vós, pelo contrário, não deveis temer, porque «o amor perfeito expulsa o medo» (1Jo 4,18).

«Ide dizer aos seus discípulos que Ele ressuscitou» (Mt 28,7). Elas vão-se embora com um temor misturado com alegria. E não está também isso escrito? Sim: o salmo 2, que narra a Paixão de Cristo, diz o seguinte: «Servi o Senhor com temor e com tremor rendei-lhe homenagem» (Sl 2,11). «Alegrai-vos», porque o Senhor ressuscitou, mas «tremei», porque a terra tremeu e o anjo vos apareceu como um relâmpago.

São Cirilo de Jerusalém
Catequese batismal n.º 14, 13
Fonte: Evangelho Cotidiano

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