«Se queres rezar bem …»

A oração é filha da mansidão e da ausência de cólera.
A oração é fruto da alegria e da ação de graças.
A oração exclui a tristeza e o desânimo. […]

Se queres rezar bem, a ninguém aborreças; de outra maneira, correrás em vão.

Pois está dito: deixa a tua oferenda diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão (cf Mt 5,23-24); quando voltares, rezarás sem dificuldades. Porque o ressentimento cega a razão daquele que reza, e obscurece-lhe a oração.
Quem acumula mágoas e rancores dentro de si é como quem tira água de um poço para a despejar num barril com buracos. […]

Se queres rezar em espírito, não desgostes de ninguém, e não terás uma nuvem a obscurecer-te a visão durante a oração. […]

A atenção em busca da oração encontrará a oração, pois, se há algo que segue a oração, é a atenção; temos, portanto, de nos aplicar a ela.
Assim como a visão é o melhor de todos os sentidos, também a oração é mais divina do que todas as virtudes. […]

Quando a tua oração te tiver elevado acima de qualquer outra alegria, então terás de verdade encontrado a oração.

Evágrio do Ponto (345-399)
Capítulos sobre a oração, nn. 14-16, 20, 22, 128, 153, erradamente atribuídos a Nil, o asceta

Fonte: Evangelho Cotidiano

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