Sobre a encarnação do Verbo, 8-9 (SC 190)

O Verbo, a Palavra de Deus incorpórea, incorruptível e imaterial, veio habitar no meio de nós, ainda que antes não tivesse estado ausente. Com efeito, não deixara parte alguma da criação privada da sua presença, pois Ele estava em todas as coisas e em toda a parte, Ele que mora junto do Pai. Mas tornou-Se presente humilhando-Se por causa do seu amor por nós, e a nós Se manifestou […]. Teve piedade da nossa espécie, teve compaixão da nossa fragilidade, condescendeu para com a nossa perecível condição. Não aceitou que a morte nos dominasse; não quis ver perecer o que tinha iniciado, nem que se malograsse a obra de seu Pai ao criar o homem. Tomou portanto um corpo, e um corpo que não era diferente do nosso. Porque Ele não queria somente habitar um corpo nem somente manifestar-Se. Se tivesse apenas querido manifestar-Se, poderia ter realizado essa teofania com outro e maior poder. Mas não: foi de fato um corpo igual ao nosso que Ele tomou […].

O Verbo tomou um corpo capaz de morrer para que esse corpo, ao participar do Verbo que está acima de tudo […], se tornasse imperecível pelo poder do Verbo que nele existe, e para libertar da degradação definitiva todos os homens, pela graça da ressurreição. O Verbo ofereceu pois à morte o corpo que tinha tomado, como sacrifício e vítima isenta de toda a mácula; e logo aniquilou a morte, dela libertando todos os homens seus semelhantes, pela oferenda desse corpo que se lhes assemelha.

O Verbo de Deus, a todos superior, que ofereceu o seu próprio templo, o seu corpo, em expiação de todos, pagou a nossa dívida com a sua morte, cumprindo a justiça de seu Pai. Unido a todos os homens por um corpo semelhante, o Filho incorruptível de Deus a todos reveste de incorruptibilidade, com a promessa da ressurreição. A própria corrupção, implicada na morte, já não tem poder algum sobre os homens, por causa do Verbo que entre eles habita num único e mesmo corpo.

Santo Atanásio de Alexandria(295-373)
Sobre a encarnação do Verbo, 8-9 (SC 190)
Fonte: Evangelho Cotidiano

«Todos os que sofriam de algum padecimento corriam para Ele, a fim de Lhe tocarem»

O Verbo de Deus, incorpóreo, incorruptível e imaterial, chegou à região que habitamos, embora nunca tivesse estado longe dela. Com efeito, não havia deixado nenhuma parte da criação privada da sua presença, dado que tudo preenchia, Ele que mora junto do Pai. Mas tornou-Se presente, abaixando-Se por causa do seu amor por nós, e manifestou-Se a nós. […] Teve piedade da nossa raça, teve compaixão da nossa fraqueza, condescendeu com a nossa condição corruptível.

Não aceitou que a morte tivesse domínio sobre nós; não quis ver perecer aquilo que tinha começado, nem fracassar o que seu Pai tinha realizado ao criar os homens. Assumiu, pois, um corpo, e um corpo que não é diferente do nosso. […] No seio da Virgem, construiu para Si mesmo o templo do seu corpo; fez dele um instrumento adaptado para Se dar a conhecer e para nele morar. Depois de ter tomado, entre os nossos corpos, um corpo da mesma espécie, e dado que estamos todos submetidos à corrupção da morte, entregou-o à morte por todos nós, oferecendo-o a seu Pai. E fê-lo por amor aos homens.

Santo Atanásio de Alexandria(295-373)
Sobre a encarnação do Verbo, 8-9 (SC 190)
Fonte: Evangelho Cotidiano

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