«Sim, eu sei que o meu Redentor vive» (Job 19,25)

Job não diz «Criador», mas «Redentor», designando claramente Aquele que, depois de ter criado todas as coisas, querendo redimir-nos do nosso cativeiro, apareceu entre nós na encarnação e, pela sua Paixão, nos libertou da morte eterna. É de notar a fé com que Job se entrega ao poder divino daquele sobre quem Paulo afirmou: «Ele foi crucificado em fraqueza, mas vive pelo poder de Deus» (2Cor 13,4). Disse Job: «Sim, eu sei que o meu Redentor vive»; que o mesmo é dizer sem ambiguidades: Ele foi flagelado, escarnecido, espancado, coroado de espinhos, cuspido, crucificado, morreu – isto sabe o incrédulo; por mim, creio com fé segura que, depois da sua morte, Ele vive, Ele, que caiu nas mãos dos ímpios.

Mas, abençoado Job, que confiança te dá a ressurreição do Senhor na ressurreição da tua própria carne? O texto continua: «Eu sei que ressuscitarei da terra no último dia». Sim, Ele realizará em nós um dia a ressurreição que manifestou na sua pessoa. Sim, Ele prometeu-nos a ressurreição que manifestou em Si mesmo, porque os membros participam da glória da sua Cabeça.

São Gregório, o Grande
Livro XIV, SC 212
Fonte: Evangelho Cotidiano

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