«O Espírito Santo, força dos mártires»

O Espírito é chamado Paráclito porque consola, tranquiliza e vem em socorro da nossa fraqueza: «não sabemos o que havemos de pedir, mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inefáveis» (Rm 8,26) dirigidos a Deus. Muitas vezes, um homem que é maltratado por causa de Cristo é injustamente desonrado; é sujeito ao martírio, com tormentos, fogo, animais ferozes, precipício. Mas o Espírito Santo diz-lhe suavemente: «Espera no Senhor» (Sl 26,14); isto que agora passas é pouco, e grandes serão as recompensas; sofrerás algum tempo, mas estarás eternamente na companhia dos anjos: «Os sofrimentos do tempo presente nada são comparados com a glória que vos será revelada» (Rm 8,18). Ele descreve ao homem o Reino dos Céus, apontando-lhe o paraíso das delícias. E os mártires, obrigados a voltar o rosto físico para os juízes, mas já no paraíso pelo seu poder, desprezam as dificuldades que têm diante dos olhos.

Os mártires dão testemunho pelo poder do Espírito Santo. O Salvador disse aos seus discípulos: «Quando vos levarem às sinagogas, aos magistrados e às autoridades, não vos preocupeis como haveis de vos defender ou com o que haveis de dizer, pois o Espírito Santo vos ensinará, naquela hora, o que é necessário dizer» (Lc 12,11-12). De facto, é impossível dar testemunho a favor de Cristo se não recebermos o testemunho do Espírito Santo; pois, se «ninguém pode dizer: “Jesus é Senhor!”, a não ser sob a ação do Espírito Santo» (1 Cor 12,3), alguém dará a vida por Jesus a não ser pelo Espírito Santo?

São Cirilo de Jerusalém
Catequese batismal n.º 16, 20-21
Fonte: Evangelho Cotidiano

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