«Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se apressadamente para a montanha»

Se uma pessoa quiser que acreditemos nela, dar-nos-á razões para tal. Foi por isso que o anjo […] anunciou a Maria virgem que uma mulher idosa e estéril se tornara mãe, mostrando-lhe assim que Deus pode fazer tudo o que quiser. Logo que soube disto, Maria partiu para a montanha, não por falta de fé na profecia, nem por desconfiar deste anúncio, nem por dúvida […], mas com regozijo, para cumprir um dever religioso, na urgência da alegria. Doravante cheia de Deus, como poderia Ela não se elevar apressadamente às alturas? A lentidão de pensamento é estranha à graça do Espírito Santo.


Até então, Maria vivia sozinha, retirada do mundo exterior; mas nem o pudor de aparecer em público, nem as escarpas das montanhas, nem a lonjura do caminho a detiveram, no seu desejo de servir. A Virgem apressa-se a subir às alturas, pensando apenas em servir e esquecendo as dificuldades: a caridade é a sua força […]. Vós, que aprendestes a delicadeza de Maria, aprendei também a sua humildade. A mais nova vai ter com a mais velha […], a superior vai ter com a inferior: Maria vai ter com Isabel, Cristo vai ter com João, assim como, mais adiante, o Senhor será batizado por João, para consagrar o batismo. E imediatamente se manifestam os benefícios da chegada de Maria e da presença do Senhor, porque «quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino exultou-lhe no seio. Isabel ficou cheia do Espírito Santo». […] As duas mulheres falam da graça que lhes foi dada; as duas crianças realizam essa graça e arrastam as mães para este mistério de misericórdia.

Santo Ambrósio de Milão (c. 340-397)
Comentário ao Evangelho de Lucas, II, 19ss.; SC 45
Fonte: Evangelho Cotidiano

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