«Vinde a Mim, todos os que andais cansados»

«Vinde a Mim […] e Eu vos aliviarei». […] Experimentastes o caminho do mundo, experimentai agora o meu e, se não vos agradar, abandonai-o. Carregastes os fardos do mundo e vistes como são pesados; deixai-vos persuadir, tomai sobre vós o meu jugo, e aprendereis pela experiência que é suave e leve. Não farei de vós desses ricos que precisam de muitas coisas, mas verdadeiros ricos, que não precisam de nada; porque o rico não é aquele que possui muitas coisas, mas aquele a quem nada falta. Sereis ricos comigo, se renunciardes a tudo. […] Mas, se procurardes saciar os vossos desejos, eles encher-vos-ão de fome. A fome vem de se comer: quanto mais se enriquece, mais pobre se é; quanto mais dinheiro se acumula, mais se quer acumular; quanto mais se adquire, mais se quer adquirir. […]

Vinde, pois, a Mim, vós todos que estais fatigados da riqueza, e repousai na pobreza; vinde, donos de bens e de propriedades, e tirai prazer da renúncia. Vinde, amigos do mundo que só tem um tempo, e saboreai o mundo eterno. Experimentastes o vosso mundo: vinde experimentar o meu. Provastes a vossa riqueza: vinde provar a minha pobreza. A vossa riqueza é uma riqueza; a minha pobreza é a riqueza. O facto de a riqueza ser considerada uma riqueza não tem grande valor; o que é admirável e sublime é que a pobreza seja a riqueza e a humildade a grandeza.

Filoxeno de Mabug – Síria (?-c. 523)
Homilia sobre a simplicidade

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *