São Matias, apóstolo, uma das doze pedras dos alicerces da Igreja (Ap 21, 14)

Cristo Jesus, Nosso Senhor, durante a sua estada neste mundo, enunciou quem era, quem fora, que era servo da vontade do Pai e que deveres prescrevia ao homem. Dizia tudo isto abertamente à multidão, ou dirigindo-Se em particular aos seus discípulos, de entre os quais escolheu doze para viverem a seu lado e que destinou para irem ensinar às nações. Após a queda de um deles, ordenou aos outros onze, no momento de partir para o Pai após a ressurreição, que fossem pregar a todos os povos e batizá-los em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (Mt 28,19).

Pouco depois, Matias juntou-se aos apóstolos – palavra que significa enviados – para substituir Judas, tirado à sorte pelos outros com base na profecia de um salmo de David. Eles receberam a força do Espírito Santo, que lhes tinha sido prometida para realizarem milagres e falarem diversas línguas. Primeiramente, testemunharam a fé em Jesus Cristo por toda a Judeia, onde instituíram Igrejas. Seguidamente, partiram pelo mundo e proclamaram pelas nações os mesmos ensinamentos da fé.

Depois, fundaram Igrejas em todas as cidades, às quais, consequentemente, outras Igrejas foram buscar a estaca da fé e as sementes da doutrina. […] A prova da sua unidade está em comungarem na paz, em os seus membros se tratarem por irmãos e em praticarem a hospitalidade com reciprocidade. Esta construção não tem outro fundamento a não ser a tradição do mesmo mistério. Aquilo que os apóstolos pregaram foi o que Cristo lhes revelou, que só pode ser garantido por estas mesmas Igrejas fundadas pelos próprios apóstolos, onde eles pregaram de viva voz, como se diz, e seguidamente por meio de cartas.

Tertuliano (c. 155-c. 220)
Prescrição contra os hereges, 20-22; CCL I, 201s

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